18. Sal na Ferida

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Christian parado na minha frente, com aquela expressão em seu rosto e seu tom de voz parecia estar mesmo arrependido. Não queria nem mais olhar para cara daquele garoto, queria esquecer que ele existia. Fico parado olhando para ele por alguns segundos e logo digo:

-Como é?! Perdão? - Digo o encarando.

O sinal toca, ouço atentamente sabendo que era hora de voltar pra aula. Christian me observa e responde dizendo:

-Sim, me desculpa! Eu fiz aquilo porque você sabe não é?! Eu não estou preparado para que as pessoas saibam que eu... - Ele fica quieto.

-Que você é gay? - Pergunto olhando para ele.

-Sim! - Ele diz triste.

-Você me humilhou Christian, você não sabe o quanto doeu aquelas palavras, ainda por cima vindas da você! - Aponto para ele.

-Me desculpa! Por favor! - Ele súplica. - Eu fiz aquilo mas eu te amo!! Não finjo sentimentos!

-Mas finge ser quem não é...

-Por favor... - Ele penetra seu olhar no meu. -Eu te amo!

Fico em silêncio por algum momento, nessa hora eu estava quase cedendo em perdoar Christian, aquele olhar, ele implorando pelo meu perdão, nunca ninguém fez nada parecido por mim e eu ainda amava aquele cara.

Logo após Christian confessar novamente seus sentimentos por mim, Thomas e Richard entram no banheiro conversando e da de cara com a gente. Olho para eles e sinto o calor das mãos de Christian me empurrando e dizendo:

-Sai fora cara!! - Ele diz nervoso.

Não era possível, de novo?! Era assim que ele me amava? Que queria meu perdão? Pra mim bastava eu cansei daquilo tudo.

Os dois olham para nos nervosos e surpresos, olho furioso para Christian que parecia ser um ótimo ator naquela situação e o empurro. Vou em direção a saída do banheiro e os dois amigos de Christian me cerca. Richard diz:

-Tá na hora de você receber uma lição mulherzinha! - Ele pega nos meus dois braços.

-Me solta! - Digo tirando suas mãos de mim.

-Ah é?!

Richard soca minha cara, o soco foi tão forte que logo uma pequena quantidade de sangue escorre por minha boca. Tombo para trás limpo minha boca. Christian olhava tudo aquilo surpreso e sem reação.

Logo após limpar minha boca, Thomas se aproxima de mim, me empurra e dou de cara com a parede, caio no chão e ele pega pela minha camisa me levantando. Logo após me apoiar na parede, Thomas começa a dar socos na minha barriga. Meu estômago doía muito e eu já não estava aguentando.

Após 4 socos na minha barriga e um no rosto, Thomas abre espaço para Richard que começa a me dar mais socos no rosto e chutes, é aí que cai definitivamente no chão, e mesmo não aguentando e morrendo de dor, inconsistente, eles ainda continuam me chutando por algum tempo.

Christian olha tudo aquilo surpreso e começa a dizer:

-Gente para! Tá bom!! - Ele se aproxima tentando tirar os dois de perto de mim.

-Deixa Christian! Ele merece pelo o que fez comigo, me ferrou! - Richard diz ainda chutando.

-Ele te beijou, te empurrou cara e ainda por cima é viado! Se é loco. - Thomas ainda chuta.

-Chega!! - Christian diz firmemente.

Os dois param de me chutar, estava inconsiente, apenas ouvindo as coisas por ruídos e enxergando pouco.

Meia-Noite (ROMANCE GAY)Where stories live. Discover now