You're my star

Ajude-me!

~Hanna ON~
Acordei no hospital. August estava sentado na poltrona. Quando abri os olhos ele pulou da cadeira e abriu um sorriso.
- Onde a Elena está? Preciso acha-lá - fui me levantando.
- Ei! - August diz me segurando para que eu não levante. - Você não pode levantar.
- Por que?! Eu só desmaiei por causa do sangue.
- Eu sei, querida, mas você precisa descansar.
- Não preciso, não.
- Precisa.
- Eu preciso ver a Elena. Só disso que eu preciso. - resmunguei.
- Me desculpa. - disse ele saindo do quarto e me deixando sozinha ali. Talvez eu devesse descansar, mas não dava! Minha melhor amiga pode morrer a qualquer momento e a última coisa que fizemos foi brigar.
As horas se passaram e não dormi mais depois que eu acordei. Estava irritada comigo mesma. Todos me alertavam sobre Will. Que eu não devia ficar com ele. Mas ninguém conhecia ele de verdade. Julgavam ele só porque ele cortou meu braço naquela noite na festa. Gosto de Will e ele gosta de mim. Eles tinham que estar felizes por mim. Fiquei deitada na cama do hospital por mais ou menos 4 horas até que Will chegou.
- Will? - disse surpresa, abrindo um sorriso.
- Amor! - disse ele indo em minha direção, me dando um abraço. - Estava preocupado com você.
- Eu estou bem.
- Que bom.
Olhei para aqueles olhos escuros. Jurei à mim mesma que não choraria.
- Will, - disse eu enchendo os olhos de lágrimas, não conseguindo me conter - como a Elena está?
Ele ficou quieto e olhou fixamente para baixo. Se Elena tivesse morrido, será que ele me diria? August não diria. Ele ficaria enrolando para não dizer, inventando assuntos aleatórios. Comecei a chorar. Não podia perder Elena. Não tive a chance de dizer que a amava pela última vez. Will levou sua mão ao meu queixo, levantando minha cabeça, fazendo eu olhá-lo.
- Olhe para mim.
Olhei para ele. Meu rosto estava cheio de lágrimas. Não suportava a ideia de perder Elena. Preferia ter mil ressacas ou nadar e ter um devaneio louco e me afogar.
- Ela perdeu muito sangue, e não sabemos o que esperar. Estão fazendo de tudo.
Chorei mesmo com sua mão em meu queixo. Não suportaria. Não era forte o bastante para ir no enterro da minha amiga. Não era forte o bastante para ir a escola e não ter mais uma amiga para conversar ou desabafar. Não era forte o bastante.
- Não chore. - disse ele pegando minha cabeça e colocando sobre seu peito, delicadamente.
- Hanna! - disse Max entrando no quarto.
- Ai meu Deus! - disse meu pai entrando atrás de Max, junto com minha mãe e Kriss.
- Esta tudo bem, querida? - disse minha mãe se aproximando.
Logo que Will percebeu que era minha família, ele se afastou, ficando no canto da sala. Minha mãe, Max e Kriss ficaram comigo e percebi que meu pai falava com Will. Deve ter percebido as intenções dele.
Tive alta do hospital algumas horas depois. Vi que August estava sentado na sala de espera do hospital. Estava tenso, e seus pés estavas acelerados. Logo, ele me viu e se levantou. Sem sorrir. Veio em minha direção e ficou cara a cara comigo. Meus olhos se encheram de lágrimas novamente e abracei-o. Chorei em seus braços. Era reconfortante chorar em seus braços. Ele era o único que sabia a dor que eu sentia. Ele percebeu que minha família e Will se aproximavam e cochichou no meu ouvido:
- Precisamos conversar.
Entre lágrimas falei um "sim" que só ele pudesse ouvir.
Kriss e Max tinham ido embora com meu pai, e minha mãe decidiu ficar mais um pouco para ver se Elena ficaria bem. Will ficou na sala de espera a maior parte do tempo, pensativo. Eu e August saímos um pouco do hospital e fomos a uma praça para conversar. Estava escuro. Devia ser mais ou menos 22:00.
- Sei que Elena pede para você algumas coisas ultimamente. - August começa me dando um sinal para eu sentar no banco da praça. - Tudo que ela falou para você foram a meu pedido.
- Para quê?
- Para te proteger, Hanna.
- Me proteger?! Se eu não te conhecesse, August, você está com ciúmes porque estou ficando com Will.
- Não, Hanna. Ele está te usando.
- O quê?
- Ele está te usando!
Fiquei chocada. Como ele podia mentir para mim.
- Pare de mentir, August.
- Mentir?! Caia na real, Hanna!! Ele está te usando. Desde o começo. Ele só quer ficar com você. Ele trata você como trata qualquer uma. Ele não te ama.
- Mentira.
- Você já se perguntou por que eu e Will brigamos ontem?
- Só porque ele gosta de mim e você ficou com ciúmes. - disse eu com a voz firme.
- Então essa foi a mentira que ele te contou.
Olhei para ele confusa. O que ele queria dizer?
- Will só quer usar você. Está te conquistando aos poucos. Quando conseguir o que realmente quer, ele vai te abandonar.
- Como? Como você sabe disso?!!
- É isso que ele faz com todas!! - berrou ele.
Ficamos em silêncio. Will me usar? Impossível. Ele era real. O que eu sentia por ele era real. Tudo era real. Levantei do banco. Olhei fixamente para os olhos de August e sai andando.
- Hanna! Eu nunca mentiria para você! - gritou ele.
Continuei andando até que ele me alcançou e segurou meu braço firmemente.
- Eu nunca menti e nunca vou mentir para você, Hanna. Eu prometo. - disse ele levantando o dedo mindinho. Não sabia em quem confiar. Estava extremamente confusa. Acreditar em meu melhor amigo de anos ou confiar em um cara que eu conheci em pouco tempo? O mais óbvio seria confiar em August. Mas gostava de Will. Ele não seria capaz de fazer aquilo comigo. Eu não era igual a todas. Sai andando deixando o dedo mindinho de August para lá. 
Não voltei para o hospital. Fui para minha casa. Estava cansada  demais. August dizendo que Will não gostava de mim, Elena quase morta e Will. Não sabia se ele realmente gostava de mim ou se ele fingia. Se ele fingia, ele fingia muito bem. Fui para meu quarto e tranquei a porta. Não queria sair mais de lá. Não queria comer. Não queria beber. Não queria ver ninguém. Não queria me mexer. Não queria fazer absolutamente nada. Meu único refúgio ali com tudo que acontecia eram as estrelas. Elas nunca me abandonavam. Sai do meu quarto pela janela e fiquei em cima do telhado com um truque que aprendi com Kriss quando eu tinha 14 anos e ela 13. Deitei em cima do telhado e fiquei lá. Olhando as estrelas.