Simplório Ivhan - parte 7

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          E isso é culpa minha.

          Não me submeto em remorso, mas sei que é culpa minha, e esse ferimento dele não irá sarar na mesma velocidade que antes, e isso deve ser frustrante para Koa.

          — Ainda não estou inválido o suficiente como para não conseguir ir até a cozinha pegar água.

          Não quero bancar o "machão", está doendo muito, mas não posso esperar que façam tudo por mim, principalmente agora que devo ainda mais ao gerente, por mais que ele seja alguém absurdamente incrível, não posso abusar, pretendo retribuir todos estes cuidados médicos no futuro.

          Ah, isto não é importante, mas o gerente já foi médico no exército, ele soube como aplicar o tratamento adequado quando Koa me trouxe, não lembro muito o que ele fez, mas estou melhor do que lembro.

          — Hm?

          O restaurante funciona da seguinte maneira: há três lugares, a cozinha, que fica em paralelo ao salão, que é do mesmo tamanho dela; e atrás dela há a dispensa, onde eu e Koa dormimos. O gerente é muito gentil e nos oferece alguns colchões finos, de algum modo, ele nos cuida mais como filhos do que como empregados.

          Quando passei para a cozinha e fui até a geladeira, não havia nada demais, todas as cadeiras ainda em cima das mesas, portas fechadas, o de sempre; porém, quando fechei a geladeira, eu vi alguém.

          — Já consegue andar tanto assim?

          Darei um intervalo de três segundos para que adivinhem quem é.

          Três.

          Dois.

          Um.

          Se você disse "Koa" ou o "gerente", sinto muito, não ganhará o prêmio especial. Mas se você disse "Ivhan", parabéns, em breve lhe darei um beijo no rosto, indiferente de qual seja seu gênero. O quê? Realmente achou que seria o gerente? Por favor, ele não é um personagem regular da série, é claro que não teria essa interação agora na história.

          — Pensei que você já havia ido embora, Ivhan.

          — Eu lembro de um "san" no final do meu nome.

          — Não, isso era com o Koa, eu não uso o "san" com nomes.

          Talvez sim, minha memória não está boa hoje.

          — Usar o "san" de vez em quando é bom, isso mostra como você demonstra respeito para algumas pessoas, sabe? Digo, eu acho que você me respeita, não é? De algum modo deve haver algum tipo de elo aqui.

          — Não fale como se fôssemos amigos, isso não combina com seu personagem imposto até agora.

          — Rhum... então... que tal parar de pensar que sou um personagem imposto? Que tal pensar que posso agir dessa forma porque acho legal?

          — Pare, essa conversa idealista não tem graça, a obra já perdeu esse tom há muito.

          — Eu não acho, ela ainda preserva muito disso.

          — Tudo bem, apenas pare de falar dela desse modo, gera um desconforto.

          — Ei... Hamaki... Hama...

          — Hamada! Ha-ma-da! Não é tão difícil.

          — Ah, Hamada-kun!

          — Não faz nem dois dias que nos conhecemos, não pode esquecer o nome das pessoas assim, isso é errado!

Zokugatari: ExodusOnde as histórias ganham vida. Descobre agora