Opposites || L.T.

Capítulo 37 ✔

- Pronta?

Minha mãe aparece na porta do quarto. Eu a olho, mas logo volto a encarar o espelho. Meu vestido parecia curto demais, decotado demais, antigo demais. O único problema é que eu havia o ganhado semana passada. Eu sabia que o problema estava em mim, na minha insegurança recém voltada, mas ainda era difícil sair de casa com qualquer coisa acima do joelho e sem mangas.

- Sim. - respiro fundo. - Quem eu quero enganar? Claro que não.

Choramingo indo até a cama e me sento lá. Mamãe fica ao meu lado. - E por que não, Mary? Você está linda.

- Não é isso... - começo. - Eu só...

- Você está com vergonha, não está? - minha mãe diz e eu nem me dou o trabalho de contestar. Eu estava mesmo, e uma hora ela iria perceber isso.

- Sei que é besteira, mas estou.

- Mas por quê? - ela põe uma mecha do meu cabelo atrás de minha orelha. - Você já foi diversas vezes lá, querida.

- Não é a mesma coisa. - me levanto, indo novamente até o espelho. - Todas as vezes que eu estive lá foram por trabalho, ou por você. Nunca por...

- Por Louis. - ela termina meu raciocínio.

- Isso. - bufo. - Eu só não sei o que falar ou como agir. Parece que tudo está diferente agora. - tento ajeitar o vestido, o puxando para baixo, mas não adianta.

Minha mãe se levanta, indo até mim e arrumando meu vestido. - Mary, você está linda assim. E todo mundo lá te adora, você não tem porquê ficar desse jeito. - ela sorri, e eu tento fazer o mesmo, olhando seu reflexo no espelho. - Mesmo se não conhecessem, você é maravilhosa, filha. Por dentro e por fora. Qualquer um te amaria na hora.

- Mesmo?

- Mesmo.

- Obrigada mãe. - a abraço, e juntas descemos para a sala.

[ ... ]

Ouço o barulho da campainha, e vou logo atender.

- Oi. - Louis diz quando abro a porta. Ele usa calça jeans e uma blusa estampada. É, a primavera já estava bastante presente.

- Oi. - eu vou cumprimentá-lo, mas não sei o que fazer. Numa outra situação, se eu estivesse com meus amigos, eu com certeza o beijaria, mas agora, com meus pais perto, eu fiquei meio perdida. Louis toma a iniciativa, me dando um selinho rápido.

- Bom, vamos? - ele diz.

- Claro, me deixe só pegar o celular. Pode entrar se quiser. - me viro e entro em casa, buscando pelo celular. Louis parece ter entrado, pois quando para a sala ele está conversando com minha mãe.

- Vamos? - seguro sua mão quando me aproximo, e noto o sorriso em minha mãe. A encaro, pedindo para que ela o disfarce, o que não adianta nada.

- Vocês vão andando? - meu pai aparece de não sei onde, perguntando.

- Sim. - Louis fica meio confuso ao responder a pergunta. - Algum problema?

Sua pergunta não foi agressiva, pelo contrário, meu pai até se assustou com seu tom gentil.

- Não, não! - papai tenta parecer tranquilo, em vão. - Eu só fico preocupado, depois de tudo, sabe?

- Pode deixar, não tirarei os olhos de Mary nem por um segundo. - Louis sorri, e se despede de meus pais.

- Me desculpe por aquilo. - digo, olhando para baixo, quando ficamos numa distância boa da casa.

- Não foi nada, Mary. Eu sei que seus pais estão preocupados, é normal. - ele levanta minha cabeça delicadamente. - Os meus também estão.