Capítulo 17 ✔

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Mason continuou com suas sumidas repentinas pelo mês de fevereiro inteiro, só que nesse ponto - acho que, por cansar de perguntar e receber sempre desculpas esfarrapadas -, eu já não estava tão interessada em saber o por quê.

Louis era outro que estava estranho, mas esse aí era só comigo. Toda vez que eu tentava puxar assunto quando estávamos na escola, ou perto de outros alunos, ele respondia rudemente. E, quando não fazia isso, implicava comigo pelo resto do dia.

Só que... Quando estávamos em um lugar sem pessoas da escola, ou voltando para casa, ele agia normalmente.

E eu já estava farta dessa "nova rotina".

[ ... ]

Agora que março já havia chegado, e o inverno estava indo embora, eu esperava que tudo isso se resolvesse.

E, se for ver, as coisas de fato estavam melhores entre meus amigos e eu - e sim, até Louis tinha parado um pouco com seja-lá-o-que-ele-estava-fazendo. Tudo estava bem... Até aquela quarta-feira.

O almoço havia acabado, e como não tinha mais aulas, eu já poderia ir para casa, mas como minha mãe estava em uma reunião da loja, resolvi "enrolar" um pouco na escola mesmo.

Fui para a quadra de basquete, e adiantei a leitura de um livro para um trabalho. Em pouco tempo, a maioria dos estudantes que estavam alí - treinando mesmo, apenas brincando, fazendo alguma lição ou apenas gastando tempo igual a mim - começaram a sair.

De repente, sinto a bola atingir meu livro, e como estava sentada no alto, ele rolou até a quadra. O único problema é que dentro dele tinham alguns papéis com anotações importantes, que acabaram se espalhando no chão.

- Foi mal! - Tomlinson, que estava junto com Mason e alguns outros garotos, diz rindo. Eu apenas reviro os olhos, e desço para recolher minhas coisas.

Ouço o que parece ser eles se despedindo, e passos em minha direção.

- Hey, tá tudo bem? - Louis se abaixa, e me entrega uma das anotações que tinham caído.

- Inacreditável. - o encaro, e pego o papel de sua mão. Tento ir embora, mas assim que me levanto ele segura meu braço.

- O quê está acontecendo, Mary?

- Vou fingir que não perguntou isso. - rio irônica. - Assim como você finge que não sabe.

- Se eu estou perguntando, é por que não sei, caramba. O que foi? - Louis fica na minha frente, me impedindo de sair da quadra.

- Ah, vamos ver... - finjo pensar. - Nas últimas duas semanas, em público, você simplesmente me ignorou, ou me tratou mal e implicou comigo. Agora, quando não tinha ninguém, ou em um lugar mais calmo, você agia normalmente. Eu acho que eu tenho que perguntar o que está acontecendo, não é mesmo?!

- Hã?!... Co-como assim? - ele parece nervoso, mas continuo falando.

- E ainda se faz de desentendido... - dou uma risada sarcástica, olhando para o teto. - Parece que estamos de volta a rotina daqueles quatro anos. Caramba, dá quase pra esquecer o quão legal você foi na última semana antes das aulas.

- Mary, por favor, eu... - eu não o deixo terminar.

- No começo, eu achei que era "sem querer". - faço aspas com os dedos, para deixar mais claro. - Que você nem percebia o que estava fazendo. Mas isso continuou. - o encaro, e sinto meus olhos querendo marejar. E eu não fazia ideia do motivo.

- Eu finamente achava que podíamos ser amigos de novo. - agora é sua vez de me encarar, e Louis parece confuso. - Só que aí você vai lá e estraga tudo.

Opposites || L.T.Donde viven las historias. Descúbrelo ahora