Capítulo Bônus - Mary e Louis ✔

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Hoje vai. Tem que ir.

Já vou falar agora, pq como é bônus não é muito grande. Assim, tem algumas coisas aqui que estarão no capítulo 33 ( ou mais pra frente, como o caso do "Stanley" que vcs vão ler ), mas não é necessário pra entender o resto. Isso aqui são os pensamentos dos dois, logo depois do capítulo 32, mas também terá a cena de quando eles começaram a "brigar", como a linda da mari_hemminson07 me sugeriu

Outra coisa, eu não fiz nenhum agradecimento pelos 10 e 11k que a fic atingiu, então muito obrigada meus anjos, vocês não sabem o quanto isso significa pra mim.
Enfim, leiam, e se gostarem votem e comentem ;)

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[ MARY ]

Passei boa parte da noite lembrando de tudo o que aconteceu entre Louis e eu, durante minha vida toda. O momento em que paramos de conversar amigavelmente foi o que mais ficou em minha mente.

Lembro-me de ter uns 11 anos, quase 12 e estudar junto com ele e Mason ainda. Eu não falava muito com este último, mesmo o achando bonito desde lá.

Mas com Louis eu falava. Ah, e como. Nós éramos muito amigos, com praticamente todos os gostos em comum, e por isso tínhamos muitos assuntos para falar.

De repente, e literalmente de um dia para o outro, ele não falava mais comigo. Eu havia o chamado, pois queria mostrar que finalmente tinha assistido algum filme que ele havia comentado, e o menino simplesmente me ignorou.

"Mas, você me disse ontem que era um dos mais legais. Achei que voc..." eu havia começado, mas pela primeira vez de muitas, ele me cortou.

"Pois pensou errado." ele ria com Mason. "Mary, o que eu tenho a ver com isso? Eu disse que é legal? Disse. Mas não preciso saber de cada minuto que você assisti."

Foi a primeira vez que eu fiquei profundamente irritada com ele. E eu nem entendia o porquê.

Naquele mesmo dia, ele e Mason ficaram me irritando toda hora. Louis nunca tinha sido desse jeito, e eu estava estranhando muito seu comportamento. De Mason eu já esperava o pior, porque além de sua beleza, nada tinha de extraordinário o menino.

" Hey, Tommo, olha isso..." ele havia desenhado um bonequinho na mão. "Eu sou o Bic, e a Mary quer casar comigo."

Os dois riram descontroladamente da piada sem sentido do loiro, até que eu resolvi falar. "Mason, você é chato naturalmente, sabia? Mas, se quer mesmo irritar alguém, seja original."

Os dois pararam de rir na hora, e eu quase tinha agradecido por isso. Só não o fiz por falta de tempo, já que Louis havia tido uma ideia. A pior que ele já teve, e a principal por nos afastar durante anos.

"Já sei! Pode deixar que eu faço, Campbell..." ele mesmo tinha pego uma caneta naquele momento, e desenhou uma carinha na própria mão. "Os apresento Stanley, o futuro marido da Mary." nunca esqueço da cena de Louis vindo em minha direção. "Oi, Maryzinha, eu sou o Stanley..."

Eles riram tanto naquele dia que eu quase não aguentei e bati na cara dos dois. Mas, como uma menina comportada de quase doze anos, eu tive que me conter.

Até alguns meses atrás, eu contaria a seguinte história sobre o que aconteceu depois daquele dia: Eu e Louis nos afastamos cada vez mais, e a guerra sem fim entre nós dois começara, enquanto Mason se tornara meu melhor amigo, a pessoa que eu mais confiava e, consequentemente, comecei a gostar. Talvez o loiro tivesse percebido que estava realmente chato comigo e com todos, e começou a mudar suas atitudes. E talvez Louis apenas havia me mostrado como ele era de verdade, e que tudo o que eu sabia sobre ele e sobre a nossa amizade fosse mentira.

Mas, agora, eu sei a verdadeira versão. Sei que Mason não percebeu que agia errado com todos. Ele apenas queria mais uma coisa que não poderia ter, ele só queria mais um troféu.

E eu sei que Louis nunca havia mentido sobre quem ele era para mim. Ele nunca foi o garoto babaca que eu pensei que fosse por anos. Ele tomou atitudes erradas sim, mas por um motivo que até pode ser considerado "nobre". Louis desistiu de uma coisa por uma amizade.

E só de saber disso, minha opinião - juntamente com os sentimentos confusos que eu já nutria por ele - mudou completamente.

[ LOUIS ]

Fiquei boa parte da noite - se não ela inteira - pensando em Mary. Em tudo o que já vivemos, desde o momento que eu a conheci até as coisas que falamos um para o outro mais cedo.

Em todos eles, eu a achava bonita e adorava sua companhia, mas o que mais me marcou foi quando eu comecei a acabar com nossa amizade. Uma amizade que luto tanto até hoje para reconquistar.

Foi tudo por causa de Mason. Na minha cabeça, tudo aquilo de me afastar dela não parecia certo, mas no mínimo aceitável. Eu nunca iria ter uma chance com ela, então por que impediria Mason de ter?

" Louis, por que não está falando com a Mary? Vocês não eram amiguinhos? " ele me perguntara isso umas três vezes na mesma semana.

"Nós podemos até gostar das mesmas coisas..." eu fazia um esforço para parecer convincente. "Mas ela está muito chata esses dias."

Ele nem pensava duas vezes antes de continuar. "Ah, então me ajude com ela, vai. Todo mundo sabe que você a conhece, e eu acho que estou começando a gostar da Caverey."

Eu, estupidamente, concordava. Em apenas uma semana, percebi o quão errado eu estava.

Mason se aproximava dela na mesma proporção que eu me afastava, e isso era horrível. Eu perdi uma amizade que eu gostava demais, por outra que só eu me importava.

Tudo bem, não posso falar que a amizade de Mason sempre foi tóxica. Aliás, quase sempre não foi. O problema eram os comentários que eu tinha que ouvir. " Tomlinson, acho que ela gosta de mim também. " "Hey, Louis, você ainda lembra se ela gosta de flores?". É claro que não, babaca. A menina tinha doze anos, e não vinte e dois. É claro que para ela outras coisas importavam mais do que flores - minha resposta para essa pergunta fora 'não sei', mas eu bem que poderia ter falado isso.

E tudo o que eu escondi, todo aquele sentimento que eu não fazia ideia do que era na época, mas mesmo assim guardei para mim, pelo meu amigo, foi por água abaixo. Simplesmente não valeu nada quando Mason me contou que havia desistido dela. Campbell desistiu da garota mais legal, bonita, gentil e engraçada que ele provavelmente encontrou na vida por uma garota popular, que ofereceu status a ele.

Me lembro desse dia vividamente, é minha memória mais perfeita: Mason, abraçando Meredith, a garota popular, e a convidando para sair na frente de todos, inclusive de Mary. Ela ficou arrasada.

Tudo o que eu queria naquele momento era contá-la toda a verdade, consolar a morena. Mas eu não pude. Não pude, pois o estrago já havia sido feito. Eu já tinha perdido sua amizade, e num nível quase irrecuperável para aquela época.

Eu poderia ter feito tanta coisa diferente. Poderia ter nunca começado com isso. Poderia ainda ser seu amigo, e nada disso teria acontecido. Mesmo que eu não tivesse falado nada do que eu sinto para ela, Mary nunca teria sofrido do jeito que sofreu, tanto naquele momento quanto agora

Só que não posso. Não posso mudar decisões que já tomei, mas posso me previnir de errar novamente com ela. Eu posso - e vou - lutar por Mary dessa vez.

Opposites || L.T.Where stories live. Discover now