Capítulo 23 - Louis ✔

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Não tive sucesso na primeira casa.

Quando saí do ônibus, logo tentei achar o endereço, mas sem ter noção nenhuma da cidade, tive que ir parando de loja em loja e perguntar. Em uma delas, fui informado que não era uma casa, mas sim um prédio. Nesse momento, um pouco do meu último estoque de esperança de foi, porque seria bem difícil de encontrá-los em um apartamento.

Falei com o porteiro, dizendo que era um representante da dona, e que tentava entender o porquê da reforma. Ele, muito simpático, me disse que a reforma foi de extrema necessidade, pois o apartamento estava caindo aos pedaços, literalmente.

Pedi, mesmo assim, para subir, e com uma autorização de Sue em mãos, não foi difícil de conseguir. Lá, não vi nada a mais do que o porteiro me contou, e mesmo quando procurei por algum canto escondido, não achei nada.

Aconteceu a mesma coisa com os dois outros lugares que fui. O escritório no centro da cidade vizinha não tinha lugar nem para os próprios funcionários, mesmo sendo de alto padrão, quanto mais para um porão e uma refém. A fazenda quase na fronteira com Sheffield, da qual eu estava voltando, não tinha luxo nenhum, contrariando o cenário das propriedades anteriores. Apenas criações de animais para o abate ou sei lá o quê.

Em quase uma semana, não fiz mais do que a polícia, e acabo me perguntando se essa foi a atitude certa a se tomar. De algum modo, eu sinto que sim, mas os sete dias rezando para que eu ainda tivesse dinheiro suficiente para dormir em algum lugar e ir de cidade em cidade realmente pesam na decisão.

Agora, eu precisava de um lugar para dormir, já que a única coisa que eu carregava era uma mochila pequena e um pouco de dinheiro.

Vejo uma pousada a alguns metros, e ando até lá.

- Boa noite, o senhor gostaria de alugar um quarto? - a atendente, muito parecida com Mary, pela altura, mas com cabelos cor de fogo, me pergunta.

- Sim, por favor. Ah, e apenas para uma noite. - ela assente e faz meu cadastro. Logo depois, a atendente me dá a chave do quarto, e me mostra onde fica.

Abro a porta, me deparando com um quarto pequeno, mas aconchegante. Um armário pequeno ficava na parede esquerda, enquanto havia uma janela na direita. O quarto não tinha sacada por escolha minha, já que assim sairia mais barato.

Deixo minha mochila na cadeira que fica perto da cama, e procuro meu celular. Eu não queria o levar, por medo de perder, mas Raven praticamente me obrigou. Lauren, junto com Andy, ficaram do meu lado naquela briga, sendo que Justin defendeu a namorada. Então, eu e ela concordamos que eu usaria um velho que eu ainda tinha guardado, só que com meu chip atual. Ou seja, eles ainda poderia me achar.

Quando o ligo, me surpreendo com o que vejo na tela. Cinco ligações perdidas de Lauren. Três de Andy e Justin. Quatro de Raven. E vinte de minha mãe.

Resolvo não retornar agora, porque sei como ela deve estar, e também sei que ela faria de tudo para me achar se falasse comigo no momento. Até mesmo rastrear o pobre coitado do telefone.

Apenas me deito, tentando pensar em qual cidade ir agora, e se eu realmente a iria encontrar. Não, eu tenho que encontrar, eu preciso.

Como estava perto de Sheffield, essa seria a próxima. Tem apenas uma casa aqui, mas ela é bem isolada, longe do centro comercial. Aliás, longe de tudo, pelo que eu perguntei na pousada.

Mas vale a pena tentar. De Mason agora eu espero tudo.

[ ... ]

Acabo dormindo mais do que previa, então meus planos têm de ser mudados também. Seguindo meu plano reformulado, agora de manhã e de tarde eu iria falar com as pessoas da cidade, ver se alguma delas percebeu qualquer movimentação estranha. À noite, eu iria até a casa.

Opposites || L.T.Where stories live. Discover now