Capítulo 24 ✔

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Essa já era a terceira garrafa de água que eu acabava. Com Mason me dando uma de dois litros por dia, eu conseguia me sustentar, mas estava mais fraca que antes. Parecia que tudo o que meu corpo tinha armazenado de energia na minha vida inteira havia se esgotado, me deixando mais vulnerável a cada dia.

Vivia me apoiando nos lugares até para ir ao banheiro, e dormia a maior parte do tempo, para tentar fazer a fome passar. Nunca dava certo.

Quando o loiro veio me trazer essa garrafa, mais cedo, ele disse algo que ficara em minha mente.

" - Desista. Você sabe que eu nunca irei dormir com você, então me dê comida logo, Campbell. - eu digo a ele, enquanto tento sair da cama.

- Mary, aprenda uma coisa... Pessoas desesperadas por comida fazem o impensável para obtê-la. E, bem, se você se recusa a fazer isso por bem, que seja por mal."

Ele estava certo, sabe. Pessoas fazem loucuras pela comida. E eu seria uma delas, já que estava considerando sua proposta.

[ ... ]

- Acorda. Vai, Mary, eu quero que você veja algo. - eu abro meus olhos com dificuldade, por causa da claridade da lâmpada do quarto. Mason me chacoalha, e eu quase grito um " tenha paciência, eu estou levantando ".

O garoto pega em meu braço, e antes que eu tenha uma oportunidade de perguntar o que está acontecendo, ele começa.

- Nem pense em tentar fugir de novo, está me entendendo? - seus olhos estavam cheios de raiva, eu percebia isso. - Eu vou te tirar do quarto, mas só pra mostrar o que quero mostrar. Depois, você vai voltar pra cá.

Não dá tempo de assentir, pois o loiro me arrasta até o andar de baixo bem rápido. Quando chegamos no que parece ser a sala, ele vira em um outro corredor, e chegamos na cozinha.

Em uma porta que penso ser a despensa, vejo uma escada, e o ambiente está meio escuro. Mason liga uma luz que tem ali, e se dirige a mim.

- Desce. E segura no corrimão. - ele diz autoritário, e eu, mesmo não querendo, o obedeço.

Quando estamos lá me baixo, o lugar parece mais frio, e menos iluminado ainda. Uma porta bastante reforçada, mas provavelmente não tão grossa, nos separa do cômodo que ele deve estar querendo me mostrar.

Manson abre a porta com tudo, e me empurra lá dentro. Quando o mesmo já está perto de mim, ele tranca a porta.

- Agora pode me explicar o que está acontecendo aqui? - eu digo, mas minha voz sai fraca, baixa.

- Mary?

Ouço um sussurro, ainda mais fraco do que minha voz, e, assustada, começo a procurar de onde ela vem.

- Quem está aí? - pergunto. Mason me ignora, e volta a falar.

- Ontem a noite, Matt estava andando pela propriedade, realizando suas tarefas, quando notou algo de estranho. - o garoto começa a andar pelo lugar. - Primeiro, ele achou que era um animal, mas depois de ver uma luz, é claro que mudou de ideia.

Eu não fazia ideia do porquê daquilo, e Mason parecia querer enrolar o máximo possível também.

- A pessoa estava com uma lanterna, o que é bem estranho de se ver no meio do nada. Digo, uma pessoa à noite. - ele me encara. - Então, ele imobilizou essa pessoa, e a trouxe aqui dentro. Quando Matt me chamou, eu não saberia dizer se estava mais impressionado com uma pessoa aqui, ou com quem era.

- Mason, direto ao ponto, por favor. - digo.

- Muito bem, então.

Mason balança a cabeça, e Aiden, que até agora eu não sabia da presença ali, se aproxima, segurando alguém com um saco na cabeça. O capanga o joga no chão, e o garoto, de joelhos, geme com dor. Mason mesmo tira o saco, me mostrando quem é.

Opposites || L.T.Where stories live. Discover now