Depois de uma noite mal dormida, Elisa agradeceu a Deus por amanhecer. Ela procurou Juan no quarto, com intuito de se desculpar pelo o ocorrido na noite passado, mas ele não estava lá. Elisa tratou de tomar um banho rápido, aproveitando a privacidade. Ela saiu do banheiro enrolada numa toalha. Enquanto escolhia uma roupa, olhou pela a janela que dava vista para o jardim. Algo chamou a sua atenção, e a fez se aproximar ainda mais da janela. O que a surpreendeu foi ver Juan Carlos passeando com Fernanda.
O olhar de Elisa seguiu-os, até desaparecerem por entre as árvores e as moitas do jardim. Ela ficou seria procurando mentalmente encontrar uma resposta para o que havia visto. E questionou-se sobre o relacionamento de Juan e Fernanda. De todas as mulheres do mundo, Fernanda deveria ser a única na qual Juan poderia se envolver. Sacudiu a cabeça, perplexa, vendo Juan acariciar os cabelos ruivos de Fernanda.
Por um impulso, Elisa abre a janela que dava aceso a varanda e chama por Juan. Ele ergueu o olhar, completando de toalha e com os cabelos molhados.
- Bom dia Irmãzinha - Dizendo isso, Fernanda agarrou-se no braço de Juan.
- Bom dia, Fernanda. - comprimentou, sem saber o que dizer.
Juan fixava os olhos castanhos nela. Todos os nervos do corpo de Elisa vibraram; sua mente também parecia afetada, pois sentia um martelar nas têmporas, como se fosse enlouquecer. Juan vestiu uma camisa com as mangas enroladas até o antebraço e alguns botões da camisa estavam abertos, de calça escura e sapato Oxford. Elisa mordiscou o lábio inferior. Será que Juan Carlos era homem mais sedutor que poderia encontrar no México? Os cabelos pretos estavam em desalinho; a barba ainda por fazer, o deixava mais másculo.
Ela desviou o olhar, o coração batendo descompassado. Cada nervo parecia vibrar, e seu sangue fervia. Era uma sensação estranha e assustadora. Estava tão atordoada que custou a perceber que ele havia falado com ela.
- Bom dia, Minha Linda. - Ele sorriu, normalmente. - Dormiu bem?
- Sim... - Elisa demorou a organizar os pensamentos, ate que finalmente conseguiu articular algo decente. - Meu amor, poderia vim aqui no quarto?
- No que posso ser útil? - questionou, com ironia.
- Irmãzinha, vamos ir escolher o bolo do casamento, melhor ir se arrumar logo. Eu vou fazer companhia para meu cunhadinho enquanto isso.
Era o que faltava, pensou Elisa. Não poderia permite que Juan fosse seduzido por outra mulher debaixo do mesmo teto. Principalmente, por Fernanda.
- Juan, venha logo. - Ignorando Fernanda, Elisa ordenou.
- Tudo bem. Estou indo, minha Linda. - disse ele, sorrindo abertamente.
Ela seguiu com o olhar, o vendo voltar para dentro da mansão. Triunfante, Elisa sorriu, sentindo-se ganhadora de uma batalha. Elisa retornou para dentro do quarto, encontrou Juan entrando pela a porta. Ele notou que ela ainda estava molhada, pelo visto tinha acabado de sair do banho. Ele evitou olhá-la e sentou-se na beira da cama esperando que ela fala-se o que era tão importante.
- Não quero vê-lo andando com a minha irmã. - sem rodeios, como sempre, Elisa falou - Não sei se percebe, mas ela não é a pessoa confiável que parece ser.
Espantado, Juan olho-a finalmente. Queria saber se o que ela dizia era realmente verdade. Vendo a expressão severa, teve certeza que era serio.
- Isso é loucura, Elisa. Minha paciência acabou. - acrescentou ele, sincero - Primeiro exigi o que bem entende, não me respeita como pessoa e como se fosse pouca humilhação, proíbe que eu fale com sua própria irmã.
- São as novas regras, para zelar o nosso contrato.
- Regras? A senhorita só quer me incomodar. - Ele dá uma salva de palmas, colocando-se de pé - Meus parabéns! A senhorita conseguiu. Então de agora em diante, agüente as conseqüências.
- Que conseqüências? Eu sou sua patroa. - Elisa esforçava-se para não gritar com ele, mas ela estava perdendo o pouco de paciência que possuía. - Então cuidado com o seu tom comigo. Eu não sou uma qualquer.
Juan viu a expressão dela mudar para a indignação e ficou perplexo. Não poderia descrever as sensações que experimentava, mas a mais forte era a vontade de socá-lo. Elisa ouviu o que ele dizia, calada.
- Só quero que saiba que não vou aceitar suas regras. Eu vou falar com quem eu quiser e a senhorita terá que agüentar... Os seus... - Juan pensou duas vezes antes de dizer, e se calou.
- "Os seus" o que? Me diga! - Perguntou rancorosa.
- Os seus ataques de ciúmes. - Em cada palavra dita, ele aproxima-se um passo á mais dela - Já percebi que o seu problema é o ciúme. Está com ciúmes da sua irmã, porque estou conversando com outra mulher. - Juan expôs a verdade, fazendo Elisa se paralisar. - Atreva-se a negar?
Juan estava perto demais, ela o olhava nos olhos. Elisa estava furiosa por perceber que sem dúvida, havia naquele homem alguma coisa que a perturbava, que a enfraquecia.
- Será que é capaz de negar? Mentir para si mesma os seus sentimentos? - Juan estava tão perto que ela sentia sua respiração quente contra sua face. Mas ele não a abraço, mesmo querendo muito. Jurou a noite passada que não a tocaria. E se ela quisesse teria que se entrega á ele.
Desviando o olhar, obrigou-se a manter sua dignidade.
- Com ciúmes? Por favor, você deve está louco. - Ela abriu a porta e acrescentou - Saia! Eu vou me vestir. Quero que saia.
Juan sorriu maliciosamente. Elisa era transparente em todas suas emoções. Na sua testa estava escrito em negrito a palavra ciúmes. Ela sentia algo por ele, e cedo ou tarde iria admitir a verdade.
- Como queira, Senhorita Monteiro.
Por final, Juan saiu enfurecido, batendo a porta atrás dele. Elisa consegui o que queria, estava sozinha e cheia de dúvidas. O que significa ter ciumes de um Zé ninguém? Nunca admitiria isso em voz alta enquanto fosse viva, mas estava realmente sentindo algo pelo aquele homem.
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Marido de Aluguel
Romance"Uma traição vai se transformar na mais linda história de amor." Sinopse: Após um trágico episódio da sua vida, Elisa Monteiro jura nunca mais se apaixonar, contrariando as ordens do pai. Após a morte dele, ela é pega de surpresa um termo na herança...