Capitulo 12

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Depois de uma noite mal dormida, Elisa agradeceu a Deus por amanhecer. Ela procurou Juan no quarto, com intuito de se desculpar pelo o ocorrido na noite passado, mas ele não estava lá. Elisa tratou de tomar um banho rápido, aproveitando a privacidade. Ela saiu do banheiro enrolada numa toalha. Enquanto escolhia uma roupa, olhou pela a janela que dava vista para o jardim. Algo chamou a sua atenção, e a fez se aproximar ainda mais da janela. O que a surpreendeu foi ver Juan Carlos passeando com Fernanda.
O olhar de Elisa seguiu-os, até desaparecerem por entre as árvores e as moitas do jardim. Ela ficou seria procurando mentalmente encontrar uma resposta para o que havia visto. E questionou-se sobre o relacionamento de Juan e Fernanda. De todas as mulheres do mundo, Fernanda deveria ser a única na qual Juan poderia se envolver. Sacudiu a cabeça, perplexa, vendo Juan acariciar os cabelos ruivos de Fernanda.
Por um impulso, Elisa abre a janela que dava aceso a varanda e chama por Juan. Ele ergueu o olhar, completando de toalha e com os cabelos molhados.
- Bom dia Irmãzinha - Dizendo isso, Fernanda agarrou-se no braço de Juan.
- Bom dia, Fernanda. - comprimentou, sem saber o que dizer.
Juan fixava os olhos castanhos nela. Todos os nervos do corpo de Elisa vibraram; sua mente também parecia afetada, pois sentia um martelar nas têmporas, como se fosse enlouquecer. Juan vestiu uma camisa com as mangas enroladas até o antebraço e alguns botões da camisa estavam abertos, de calça escura e sapato Oxford. Elisa mordiscou o lábio inferior. Será que Juan Carlos era homem mais sedutor que poderia encontrar no México? Os cabelos pretos estavam em desalinho; a barba ainda por fazer, o deixava mais másculo.
Ela desviou o olhar, o coração batendo descompassado. Cada nervo parecia vibrar, e seu sangue fervia. Era uma sensação estranha e assustadora. Estava tão atordoada que custou a perceber que ele havia falado com ela.
- Bom dia, Minha Linda. - Ele sorriu, normalmente. - Dormiu bem?
- Sim... - Elisa demorou a organizar os pensamentos, ate que finalmente conseguiu articular algo decente. - Meu amor, poderia vim aqui no quarto?
- No que posso ser útil? - questionou, com ironia.
- Irmãzinha, vamos ir escolher o bolo do casamento, melhor ir se arrumar logo. Eu vou fazer companhia para meu cunhadinho enquanto isso.
Era o que faltava, pensou Elisa. Não poderia permite que Juan fosse seduzido por outra mulher debaixo do mesmo teto. Principalmente, por Fernanda.
- Juan, venha logo. - Ignorando Fernanda, Elisa ordenou.
- Tudo bem. Estou indo, minha Linda. - disse ele, sorrindo abertamente.
Ela seguiu com o olhar, o vendo voltar para dentro da mansão. Triunfante, Elisa sorriu, sentindo-se ganhadora de uma batalha. Elisa retornou para dentro do quarto, encontrou Juan entrando pela a porta. Ele notou que ela ainda estava molhada, pelo visto tinha acabado de sair do banho. Ele evitou olhá-la e sentou-se na beira da cama esperando que ela fala-se o que era tão importante.
- Não quero vê-lo andando com a minha irmã. - sem rodeios, como sempre, Elisa falou - Não sei se percebe, mas ela não é a pessoa confiável que parece ser.
Espantado, Juan olho-a finalmente. Queria saber se o que ela dizia era realmente verdade. Vendo a expressão severa, teve certeza que era serio.
- Isso é loucura, Elisa. Minha paciência acabou. - acrescentou ele, sincero - Primeiro exigi o que bem entende, não me respeita como pessoa e como se fosse pouca humilhação, proíbe que eu fale com sua própria irmã.
- São as novas regras, para zelar o nosso contrato.
- Regras? A senhorita só quer me incomodar. - Ele dá uma salva de palmas, colocando-se de pé - Meus parabéns! A senhorita conseguiu. Então de agora em diante, agüente as conseqüências.
- Que conseqüências? Eu sou sua patroa. - Elisa esforçava-se para não gritar com ele, mas ela estava perdendo o pouco de paciência que possuía. - Então cuidado com o seu tom comigo. Eu não sou uma qualquer.
Juan viu a expressão dela mudar para a indignação e ficou perplexo. Não poderia descrever as sensações que experimentava, mas a mais forte era a vontade de socá-lo. Elisa ouviu o que ele dizia, calada.
- Só quero que saiba que não vou aceitar suas regras. Eu vou falar com quem eu quiser e a senhorita terá que agüentar... Os seus... - Juan pensou duas vezes antes de dizer, e se calou.
- "Os seus" o que? Me diga! - Perguntou rancorosa.
- Os seus ataques de ciúmes. - Em cada palavra dita, ele aproxima-se um passo á mais dela - Já percebi que o seu problema é o ciúme. Está com ciúmes da sua irmã, porque estou conversando com outra mulher. - Juan expôs a verdade, fazendo Elisa se paralisar. - Atreva-se a negar?
Juan estava perto demais, ela o olhava nos olhos. Elisa estava furiosa por perceber que sem dúvida, havia naquele homem alguma coisa que a perturbava, que a enfraquecia.
- Será que é capaz de negar? Mentir para si mesma os seus sentimentos? - Juan estava tão perto que ela sentia sua respiração quente contra sua face. Mas ele não a abraço, mesmo querendo muito. Jurou a noite passada que não a tocaria. E se ela quisesse teria que se entrega á ele.
Desviando o olhar, obrigou-se a manter sua dignidade.
- Com ciúmes? Por favor, você deve está louco. - Ela abriu a porta e acrescentou - Saia! Eu vou me vestir. Quero que saia.
Juan sorriu maliciosamente. Elisa era transparente em todas suas emoções. Na sua testa estava escrito em negrito a palavra ciúmes. Ela sentia algo por ele, e cedo ou tarde iria admitir a verdade.
- Como queira, Senhorita Monteiro.
Por final, Juan saiu enfurecido, batendo a porta atrás dele. Elisa consegui o que queria, estava sozinha e cheia de dúvidas. O que significa ter ciumes de um Zé ninguém? Nunca admitiria isso em voz alta enquanto fosse viva, mas estava realmente sentindo algo pelo aquele homem.

Marido de AluguelOnde as histórias ganham vida. Descobre agora