capítulo 20

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Mais tarde naquele mesmo dia, Isadora e Elisa voltaram. Sua filha estava muito abalada, então, achou melhor deixar ela dormir um pouco mais no seu quarto. Isadora precisa de um minuto sozinha para assimilar todos os problemas em sua volta.  Iria precisava encontrar forças para manter sua família e a empresa de pé.
Isadora pediu para a cozinha preparar um chá de camomila, para tentar se acalmar, e ficou a esperar na sala de estar. Perdida em seus próprios pensamentos, não notou a presença de Fernanda.
- Olá Mamãe, aconteceu alguma coisa?
Fernanda observou que a mãe estava bem abatida. Olhou em volta e não viu Elisa em lugar algum. Deveria está no quarto chorando horrores. Ela sorriu abertamente. No entanto, logo o sorriso sumiu de seus lábios, quando Isadora lhe deu um bata no rosto. Fernanda a olhou descrente, pensando bem, sua mãe nunca havia levantando a mão contra ela.
- O que é isso?
- Eu tenho vergonha de você. Você é baixa demais. - Isadora disse cheia de fúria. - Nunca imaginei que minha filha é uma indecente.
- O que eu fiz agora?
Fernanda fingiu inocência, que só fez a raiva de Isadora aumentar.
- Por Deus, Fernanda. Não se faça de santa. Não é possível que você a traiu dessas maneira.
- Juro que não sei...
Fernanda começou a chorar melhor do que uma atriz premiada. Mas aquele drama não lhe afetava mais. Isadora não reconhecia a filha.
- Você é sínica! - Os olhos verdes brilharam de indignação, enquanto gritava. - Porque essa obsessão com Juan Carlos? Ele é o marido da sua irmã.
Elisa que havia acordado, ouviu gritos. E foi averiguar o que estava acontecendo. Quando se aproximou reconhecer a voz de sua irmã e sua mãe discutindo. Ela paralisou no último degrau da escada, quando ouviu o nome de Juan.
- Dessa vez eu vou ganhar o jogo contra a minha querida irmã. - A atitude de Fernanda mudou de repente, seu tom de voz tornou-se mais hostil. - Vou destruir tudo que ela mais deseja nesse mundo.
- Quanta inveja você tem de Elisa...
- Não é só inveja. - Fernanda a interrompeu brutalmente. - É recebimento, odeio...
Fernanda travou a ver Elisa se aproximar e ficou ao lado da sua mãe.
- Termina Fernanda. - Elisa enfrentou sua irmã. - Quero saber o que sente por mim.
"Hoje a farsa vai acabar." Penso Elisa.
- Você é a pessoa que mais depresso no mundo, Elisa. - Os olhos verdes brilharam perigosamente. - Eu odeio você. E continuarei odiando até que eu morra.
- Finalmente, tirou a sua máscara, Fernanda.
- Verdade. Foi muitos anos de hipocrisia. Mas agora finalmente acabou. - Fernanda sorriu abertamente, sem medo das consequências. - Não tenho que continuar a  suporta-la.
Fernanda se virou em direção da porta, mas Elisa a segurou pelo braço. Fernanda não iria escapar daquela conversa.
- Parece muito injusto falar comigo dessa forma. O que fiz para você? - Elisa queria tirar tudo a limpo, e Fernanda só sairia daquela casa após uma conversa sincera. - Eu que deveria sentir tudo isso, apenas de ter descoberto que foi amante do meu marido. Nunca a recriminei por suas atitudes. Nunca reclamei da forma que você me tratava.
- Eu te odeio, por que estou cansada de ser a irmã de Elisa Monteiro. - Fernanda aumentou novamente o tom de voz, tentando a intimidar. - Mesmo né dedicando ao máximo, papai sempre gostou mais de você.
Elisa franziu a testa, confusa.
- Ele sempre falava de você para seus amigos, se glorificava da filha mais nova como um troféu. E eu? Aquela que sempre esteve do seu lado? Nada! Para ele, sempre fiz o mínimo que era minha obrigação. Quando você estava em Londres, fui eu que trabalhei como o braço direito do papai. E quando ele morreu, eu estava lá. Ele faleceu nos braços, e sabe o que ele disse antes de morrer? - Fernanda estava descontrolada, enquanto falava o que estava preso em sua garganta a anos. - Perguntou por você. O último nome que saiu dos lábios do nosso pai, foi seu maldito nome.
Elisa não aguentava mais aquela situação, e começou a chorar. Isadora olhou para Fernanda, incrédula.
- Não diga mais nada. - Isadora falou após um minuto em silêncio. - Arrume suas coisas, quero você fora dessa casa. Fora das nossas vidas.
Isadora abraçou Elisa , enquanto as duas choravam. Fernanda foi até seu quarto rapidamente, abriu o cofre que tinha dentro do closet, e dentro de uma mala pequena colocou as jóias, passaporte e maço de dinheiro. Antes de ir embora, olhou para as duas um última fez. E saiu sem dizer mais nada.

_*_

Bernardo permaneceu esperou por Fernanda boa parte do dia. Até que quase no fim do expediente ela chegou carregando uma pequena mala. Ele a seguiu de longe até sua sala. E quando entrou no cômodo, notou que ela pegava notas de dinheiro no cofre dentro do armário. Fernanda estava sobressaltada se deparar com a figura masculina.
- Bernardo? Você me assustou.
- Parece que você vai viajar.
- Sim, amanhã estarei saindo em longas férias pela Europa. Faz muito tempo que não faço isso. E acho que não volto tão cedo.
Ele a olhava com desprezo, enquanto ela falava. Bernardo era homem vivido e conhecia a arte de seduzir e mentir, não seria tão facilmente enganado.
- Já descobri o seu jogo, Fernanda. Você quer conquistar Juan Carlos Gonçalves. Por isso, se ofereceu tão gentilmente a ajuda-me a reconquistar Elisa. Só para tirá-la do seu caminho.
- Não sei do que você está falando.
- Você acha que conseguiu e vai sair vitoriosa nessa história. - Bernardo falava num tom sério, que Fernanda nunca tinha visto. - Mas eu vi quando você drogou Juan Carlos. Eu estava no restaurante, poucos metros de você.
A máscara de Fernanda caiu, e seu tempo estava acabando. Teria que pensar rápido e escapar. Afinal, era desacreditada por todos. Se Bernardo fosse contar para Elisa a verdade ou não. Pouco se importava com isso. A armadilha que fez Juan não era tão importante quanto sua liberdade.
- Você não perdeu seu estilo, Fernanda. Sua mente perversa continua funcionando como sempre.
- Você não tem moral nenhum para me dá lição de moral. É o sujo falando do mau lavado.
- Nunca tive que drogar nenhuma mulher para levá-la para minha cama.
- Vá pro inferno, seu imbecil - Fernanda gritou, furiosa. - Se você pensa que vai me ameaçar com isso, está muito enganado. Pode ir falar pro quatro ventos tudo que viu. Afinal, você não tem prova nenhuma do que eu fiz e deixei de fazer. Você não me quer como inimiga.
- Cachorro que ladra não morde.
Descontrolada, ela lhe deu um tapa na cara.
Bernardo sorriu maliciosamente, não abalado pelas ameaças dela. Fernanda pegou a pequena mala e saiu sala, o deixando sozinho.
"Porque você está fugindo, Fernanda." Bernardo se perguntou, intrigado.

Marido de AluguelWhere stories live. Discover now