Capítulo 23

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"7 meses depois"

Por causa do pré-eclâmpsia gestacional, uma vez por semana Elisa se dirigia para a clínica. Por ser uma gravidez de risco, o médico a monitorava de perto.
Por esse motivo, Elisa começou a trabalhar de home office, resolvendo todos os assuntos da empresa pelo computador ou celular. E quando necessário, Jorge era chamado para resolver qualquer assunto. No momento em que não teve o diagnóstico do médico, Elisa nomeou Samuel Luck como seu braço direito. Ele merecia receber o cargo de confiança.
Quando conseguiram recuperar todos o dinheiro do capital da empresa, a crise foi resolvida rapidamente.
"Tudo estava indo bem." Penso Elisa.
Mas havia algo que estava mudando evidentemente: seu corpo.
Com aproximadamente 27 semanas de gravidez, Elisa estava entrando no terceiro trimestre da gestação sem maiores preocupação. À medida que a sua barriga se expande, os movimentos do bebê era constante. Cada chute era um motivo para sorrir. Mas sua felicidade não estava completava, faltava Juan.
Havia perdido as contas de quantas vezes ligou para ele, e ele desligou na sua cara. Desanimada, resolveu parar as ligações. E seu plano era viajar pro México assim que o bebê nascesse.
Aquele bebê era o fruto do amor que Elisa nutri por Juan. Estava com tanta saudades de está em seus braços...
Seus pensamentos foram interrompido por uma dor no ventre forte. Preocupada, Elisa chamou pela mãe, que veio correndo.
- O que foi, filha?
- Mãe, estou com dor.
Elisa tentou permanecer calma, enquanto a mãe chamou para os empregados ajudar. Umas das empregadas trouxe consigo as malas para a maternidade.
Assim que chegou na maternidade, Elisa fez uma pilha de exames e ficou internada.
Elisa estava tristonha. Não queria que o bebê nascesse antes do tempo.
- Sua bolsa não estouro e o bebê está bem. Ele ainda é pequeno. E fizemos uma cesária, ele irá nascer prematuro. - O médico começou a falar com ela. - A maioria dos bebês nascidos após 27 semanas de gestação sobrevive sem problemas neurológicos. Mas queria que você ficasse no hospital, em observação pelo menos por mais duas à três semanas. Vamos tentar prolongar sua gestação até quando for seguro tanto para a mãe quanto pro bebê.
- Doutor, por favor, cuide bem da minha filha e do bebê.
Isadora segurava a mãe da filha, enquanto rezava silenciosamente para Deus abençoar a gestação de Elisa.

_*_

Semanas seguintes passaram se arrastando, foi uma tortura para Elisa. Principalmente, por não saber quando iria dá a luz. Quando ela notou já havia se passado um mês. Com 31 semanas, o bebê já tinha crescido bastante. O bebê tava vários chutes quando Elisa cantava uma música ninar e acariciava sua barriga. E pesa cerca de 1.502 kg e mede 41,1 cm. Tudo parecia está ocorrendo bem para ambos.
Foi o que Elisa pensava, até que na manhã seguinte sua bolsa estourou. E rapidamente foi levar para a sala de cirurgia, para fazer uma cessaria de emergência. Após ser aplicada anestesia, todas as suas lembranças foram flash, o movimento das enfermeiras na sala, as luzes fortes e por fim o choro forte do recém nascido.
A enfermeira o trouxe para perto e observou por um longo momento. A pele do bebê está avermelhada, os cabelos do pequeno são muito finas e da cor preto. Elisa sorriu o observando chorar. Depois desse breve momento, a enfermeira o levo para receber os primeiros cuidados. A medida que o choro da criança se distanciava, a visão de Elisa escurecia.

_*_

Horas depois Elisa acordou no quarto do hospital, olhou em volta meio atordoada. Notou um acesso no braço esquerdo, pelo visto estava tomando algum tipo de medicamento. Com a mão livre, levou ao ventre, e sua barriga redonda havia sumido. A sensação era assustadora de não ter mais o seu filho ali. Olhou ao redor, estava completamente sozinha e o berço estava vazio. Elisa já estava com os olhos cheios de lágrimas quando sua mãe entrou no quarto.
- Minha Filha, graças a Deus, você acordou. - Isadora aproximou-se rapidamente, e a abraço com cuidado.
- Onde está o bebê, Mãe? - Elisa questionou preocupada.
- A enfermeira o levou para fazer alguns exames no neonatal. Não é nada demais, Filha. Logo você vai poder ver ele.
- Ele?
- Sim. Seu bebê é um menino. - Isadora não conseguia parar de sorrir. - Você não queria uma surpresa? Agora você sabe que seu filho nasceu bem e saudável.
A conversa foi interrompida, quando o médico entrou no quarto acompanhado da enfermeira e o bebê.
- Bom dia, Senhoras. - Médico começou a falar tranquilamente. - Terminamos a primeira consulta do bebê. Fizemos alguns testes e tudo está normal. Apesar de estar prematuro, com 31 semanas, ele está bem.
- Podemos ir para casa, Doutor?
Isadora perguntou nervosa.
- A estadia no hospital depende das condições de saúde de ambos. Devido as complicações e a cirurgia mais complexa, deve ficar no hospital por duas semanas. Afinal, tanto a mãe como o bebê precisa de cuidados especiais.
A enfermeira se aproximou com o bebê e entregou cuidadosamente para Elisa. Desajeitada, não sabia como segurar seu filho. A enfermeira lhe deu alguns dicas e auxiliou.
Elisa respirou fundo, mantendo a calma e criando confiança antes de pegar o bebê. Apoiando a cabeça do bebê com um braço e a parte inferior com o outro. E finalmente, Elisa estava segurando seu filho no colo. Ele era tão pequeno, a pele meio avermelhada, os cabelos negros e quando abriu os olhos, eram castanhos.
"Como pode um bebê que passou meses dentro da minha barriga ser tão parecido com o pai?" Pensou Elisa, sorrindo.
Ela deu um longo suspiro, aliviada. Agradecendo a Deus por todas as suas orações ser atendidas. Elisa sentia uma emoção intensa. Um misto de felicidade e incertezas. Havia passado por tantas coisas, diversas mudanças, no seu corpo, mente, e o desconhecido gera muitas dúvidas.
Isadora acariciou a cabeça do recém nascido e depositou um beijo nos cabelos da filha. Ela olhou intensamente e sorriu abertamente.
A maternidade pode ser solitária em muitos momentos, mas nem sempre precisa ser. Elisa não estava sozinha. Tinha sua mãe ao seu lado. E poderia confiar em seu amor e experiência.
Isadora abraçou ambos com cuidado, e chorou silenciosamente. A emoção de ter sua filha e seu neto bem e saudáveis era imensa. Todas as outras preocupações ficaram para trás.
- Quem diria que hoje minha filha virou mãe? - Isadora tratou de limpar as lágrimas, e sorriu novamente. - É um momento lindo que está passando, filha. Sei que nem tudo vai ser flores, mas vou está sempre ao seu lado.
Sem aguentar todo aquele sentimento, Elisa começou a chorar.
- Muito obrigada, mãe. - Elas se abraçaram, ambas chorando. - Eu te amo muito...
O momento foi interrompido, pelo choro alto do bebê. Mãe e filha tentaram acalmar o bebê, que só se calou quando começou a mamar. A sucção do bebê provocar um pouco de desconforto, mas era suportável. Elisa era mãe, e esse era uma das coisas que mais desejava, alimentar seu filho.

Marido de AluguelOnde as histórias ganham vida. Descobre agora