Capitulo 9

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Juan estava exausto, em toda sua vida, nunca tinha sorriso tanto como naquela tarde. Quando lembrava-se de Fernanda suas bochechas doíam. Sendo irmã de Elisa, teve extrema paciência. No entanto, se pudesse escolher, gostaria de jamais vê-la novamente. Aquela mulher pegajosa e mimada foi o seu pior castigo daquela tarde.
Mesmo um pouco envergonhado, aceitou sem protesto dividir o quarto com Elisa. Afinal, isso é normal para um casal que se casará em alguns dias.
Ele sorriu quando deitou-se na cama. Tudo que precisava agora era uma longa noite de sono. Assim que Elisa entrou no banheiro da suíte, o silencio reinou.
Logo cai no sono, foi o que ele penso. Mas ele transformar os lençóis numa bagunça emaranhada. Após uma hora tentando dormir, ele desistiu, virou de costas e ficou vendo o relógio contando os minutos um após outro. Por quê Elisa estava demorando tanto? Será que ela havia se afogado na banheira? Depois de tanto tempo, ainda estava se banhando? Cada pergunta que surgia na sua mente o atormentava mais.
Sentou-se na cama e esfregou as mãos no queixo. E agora? Ignorá-la? Bem que devia. Ela pensava que ele era um peão ignorante. Ele recostou novamente contra os travesseiros e cruzou os braços por baixo da cabeça. Estava perturbado com a demora. Ela poderia está demorando de propósito, ou talvez ela tivesse passado mal e estaria desmaiada. Como poderia saber?
Juan levantou-se, partiu em direção à porta e lá parou. Assim que arrependeu-se de levantar-se, a porta se abriu. O perfume e as essências de rosas, que ela tinha usado no banho de espuma, embriagaram o ambiente. Elisa estava sentida uma camisola longa que tinha uma fenda ate as coxas, perfumada, penteada e sem maquiagem. Havia se transformado numa mulher tentadora.
- Desculpa a demora para sair do banheiro. Estava distraída, mal notei o tempo passando. - Ela murmurou de dirigindo para a cama e deitou-se, tirou o travesseiro do meio da cama descansou os cachos úmidos nele. Cobriu o corpo todo e continuou assim enquanto Juan a observava.
- Senhorita... Quer dizer, Elisa... - Juan se corrigiu rapidamente. - Queria saber se tem algum problema em dividir a cama comigo? Se quiser posso dormir no chão ou...
- Juan, não sou tão cruel para te tratar feito cachorro. - Elisa falou sem mover nenhum músculo, continuava escondida nas cobertas. - Você pode dormir na cama... Comigo. Mas não use tocar num fio do meu cabelo.
Tanta preocupação para nada, pensou Juan. Pelo menos poderia sossegar e dormir em paz.
Bocejou. Bocejou novamente até sua mandíbula estalar. Talvez pudesse fechar os olhos por apenas uns minutinhos.

O sol, brilhando através das portas da varanda, o acordou.
Elisa estava dormindo em seus braços, a mão dela sobre o coração dele, sua respiração suave e quente contra a garganta dele. Com cuidado, Juan tentou se levantar, mas ela estava em cima sobre a metade do seu corpo. Espantado, ele continuou deitado, absolutamente, imóvel. Em seus braços aquela doce, terna e atemorizada mulher. Segurá-la era maravilhoso. E ela estava perfumada. Ele fechou os olhos.
Deus, ela era tão linda! Tão vulnerável em seus braços.
O corpo dele se arrepiou. Silenciosamente, se amaldiçoou por isto. Não havia nada de sexual acontecendo aqui. Elisa apenas estava dormindo em seus braços. Um músculo se contraiu na mandíbula dele. Ele tinha que sair daquela situação constrangedora. Então pensou sobre o que sabia da mulher em seus braços. Somente que ela era dona da Fazenda Casa Branca, era rica, mimada para ter tudo nas mãos e que tinha contratado para ele seu o seu marido de mentira.
Uma mentira? Se fosse, seu corpo não estaria respondendo ao terno calor do corpo dela. Ele não estaria olhando para ela e se perguntando se a boca de Elisa tinha o gosto tão doce quanto ele lembrava.
Elisa Monteiro não é mulher para mim. penso ele, e cada miserável instinto masculino que ele tinha gritava: É? Então que tal provar isto? Juan começou a observá-la, a negra curvatura dos cílios e suas bochechas coradas, as curvas de seus cachos contra o rosto. Um músculo se contraiu na mandíbula de Juan,
Juan engoliu um gemido de frustração. Lentamente, virou o corpo dela para o outro lado. Esperou alguns instantes, e observou enquanto dormia. Então deixou cair o mais leve dos beijos no cabelo de sua futura esposa adormecida, deixou sua cama e partiu em direção a seu banheiro para a mais longa ducha fria que tomaria em sua vida.

Lentamente, Elisa abriu os olhos.
Ela havia sonhado com Juan Carlos e tinha estado dormindo nos braços dele. Deve ter sido um sonho. Nem mesmo um homem como Juan, que, tinha de admitir, parecia ter instintos decentes. Nem mesmo ele teria dormido com ela encolhida contra ele sem algo sexual. Acreditava nisso, até que ergueu o olhar e viu que estava totalmente do lado oposto que havia dormido. O travesseiro de Juan possuía o seu perfume e da forma que se encontrava esteve praticamente por cima dele. Ouvindo um barulho no banheiro, notou que ele já tinha se levantado.
"Santo Deus! O que aconteceu ontem?"
Começou a lembra-se o que havia ocorrido, Os braços dele, confortantes e fortes ao redor dela. O corpo dele, quente e sólido contra o dela. O coração dele, batendo sob a palma dela.
Elisa afastou os cobertores e pôs-se rapidamente de pé. Ela sentiu o robe que fazia conjunto com a camisola, do mesmo tecido e cor. Passou as mãos pelos cabelos, para arrumá-los. Elisa estava em pânico. Não daria tanta importância ao fato, mas estava extremamente envergonhada por dormir agarrada com ele. Ela decidiu desculpar-se depois, descalça desceu para tomar café da manhã e encontrou a mãe e a irmã mais velha. Ambas já arrumadas, pareciam prontas para sair.
- Bom dia, mamãe - murmurando, beijando-a no alto da cabeça. E com desdém, comprimento a irmã - Vocês vão para algum lugar?
- Como assim? Você já deveria está pronta. Vamos encomendar o seu vestido e acho que Juan também deveria ir conosco para escolher um paletó. - Isadora estava muito animada com os preparativos, e Elisa não faria nada para negar isso á ela, mesmo que o casamento não seja de verdade.
- Eu não sabia que iria ser agora pela a manhã, quando conversamos ontem, a senhora não tinha falado o horário. Vou me arrumar assim que terminar o café. - Ela sentou-se e começou a se servi.
- Onde está Juan? - Fernanda mordeu uma maça vermelha, como o batom que ela usava.
- Ele está no banho - Elisa não gostava da forma que Fernanda falava do seu noivo. Para colocá-la no seu lugar, fez um comentário impróprio - A noite dele foi cansativa, nada como um banho para despertar.
Isadora gargalhou com o comentário, enquanto Fernanda arregalou os olhos, mostrando o abalo.
- Minha filha, já está fabricando meus netos. - Isadora tomou mais um gole de café, antes de comentar - Quero muitos netinhos correndo por essa casa.
- No mínimo um dúzia, está bem.- A mãe riu novamente, e Elisa dirigiu um sorriso malicioso para Fernanda.
Sendo mentira ou não, Elisa está feliz pela primeira vez na vida ter mostrado como era ser colocada no seu devido lugar.

Marido de AluguelOnde as histórias ganham vida. Descobre agora