Capitulo 4

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Notando a grande movimentação, Elisa observou os trabalhadores que se reuniram na lateral do casarão. Eram pessoas pobres pelo modo de que se vestiam. a pele queimada do sol e as mãos calejadas, provava que trabalhavam duro, fazem chuva ou sol. Aquelas pessoas que fizeram a sua fortuna nos cafezais.
- Bom dia, Senhora Monteiro - Rosa saudou-lhe sorrindo, surpreendendo a Elisa.
- E você? Quem é? - Perguntou, sem paciência.
- Meu nome é Rosa. Eu cuido da limpeza da casa ,e a minha mãe é a cozinheira. Estou as suas ordens Patroa.
Olhando para a moça com o rosto inexpressivo, os músculos congelados numa máscara. Então, ela deixou de sorrir, mas Elisa não notou. Sua atenção era toda para os colhedores de café. Estava interessada em saber das contas e produtividade da fazenda. Procurou por Firmino, ele estava conversando com um homem desconhecido. Um homem impossível de se ignorar. Devia ter mais de um metro e oitenta, usava camisa xadrez e os jeans surrados, que emoldurava músculos definidos e ombros largos. Será que todos os piões da fazenda seriam assim? Perguntou-se, quando o homem distanciou-se de Firmino.
- Senhora Monteiro, quer alguma coisa? - O capataz voltou-se para Elisa e Rosa.
- Leve minhas malas para dentro - ordenou, enquanto se dirigia para dentro do casarão.
Elisa foi seguida por Rosa, a moça apresentou cada espaço da casa. O sol que penetrava as janelas, iluminava os cômodos. Tantos as portas e os moveis eram rústicos, de madeira solida e trabalhada em detalhes. Lembrando muito da casa dos seus pais. Otávio deveria ser responsável pela a decoração. Havia inúmeros jarros de porcelana com flores belíssimas espalhados pela casa. A casa possuía paz, tranquilidade e conforto. Seria fácil acostuma-se com a serenidade daquele lugar.
Firmino conduziu as malas para a suite principal. Quando dirigi-se para a sair, Elisa o chamou.
- Firmino, agora em diante eu mesma vou administrar o dinheiro da fazenda. Quero os livros de contas, a lista de funcionários e quero detalhes da colheita do café. Darei o cheque para pagar os gastos da fazenda.
O capataz não surpreendeu-se com o pedido. Elisa era como o pai, exigente e rígida.
- Todos os livros estão no escritório. Fiz questão de organiza-los assim que me ligou. Patroa, agora preciso auxiliar os trabalhadores na colheita.
- Muito bem. Pode ir. Se eu precisar de você, mandarei Rosa chama-lo.
Fazendo um leve gesto no chapéu, Firmino retirou-se, deixando-a sozinha no seu quarto. O comodo era amplo, possuía uma cama enorme de madeira escura, fazendo conjunto com o guarda roupa, a escrivaninha e os criados mudos. Elisa sentou-se na beira da cama suspirando. Seu corpo estava exausto pela a viagem, mas não poderia descansar enquanto ainda estivesse as lembranças de Bernardo no pensamento. Por um impulso de fúria, ela ergueu-se, e foi para o estritório. Como Firmino havia dito, os livros se amontanhavam na mesa. Teria que refazer todas as contas e para ter certeza de que a fazenda estava produzindo o que pensava. A leitura levaria uma eternidade, no entanto, estava determinada a ser o destino que havia escolhido. Elisa estava junto da janela de vidro, imóvel como uma estátua.
- Eu juro por está terra, que um dia pertenceram a mim, que vou ter forças para esquecer o meu passado e semear um novo futuro. - Dizendo a si mesma, enquanto prometeu que aquela lágrima, que percorria o seu rosto, seria a ultima.


Os colhedores de café espalhavam-se nos enormes quitares da fazenda. As mãos abeis retirava com ramos os frutos maduros, que dava um aspecto de cerejas silvestre. Firmino acompanhava de perto todo o processo da plantação, tomando os cuidados que fase de florada necessitava. Com o clima bom, estava confiante de que a qualidade e a quantidade da colheita seria excelente nesse ano.
Avistou Juan Carlos carregando uma cesta cheia para os cachotes. Firmino observava o rapaz por longo momento. O seu amigo Rodrigo González mandou o filho pro melhores colégios. Juan era um rapaz inteligente e instruído. Mas nunca teve medo de sujar as mãos quando fosse preciso.
- Juan, estava a sua procura! - o rapaz ergueu os olhos para o capataz - Você vai ter ir aos estábulos. Enquanto estiver ocupado aqui na colheita, você ficará auxiliado a senhora Monteiro no que ela precisar.
Será que teria ouvido errado? Juan questionou-se sobre sua audição estaria funcionando.
- Você a viu mais cedo. Ela está responsável pela a administração da fazenda. - Firmino comentou.
Como poderia esquecer aquela mulher? Não passaria despercebida nem que não quisesse.
- A patroa é bonita - acrescentou.
- Sim. Belíssima. Mas ela tem um gênio dos infernos. Parece bastante com o pai. Manda e desmanda somente um louco desobedeceria. - Firmino emitiu um som de zombaria.
Os olhos castanhos de Juan estreitaram-se e seus lábios curvaram-se num sorriso.
- Manda quem pode, obedece quem tem juízo.
- Você verá. Aqui a pouco ela vai mandar me chamar, para mostrar a propriedade.
- Quer que eu sele um cavalo?
Firmino riu alto.
- Cavalo? Ela é não deve nem saber montar. O melhor é encher o tanque da caminhonete. Volte para fazenda, e espere as ordens da Patroa.
Juan apenas concordou com um gesto de cabeça. Teria que cultivar com extremo zelo esse emprego. Não importa qual seria sua função, faria o mandasse.


Depois do almoço, Rosa e Teresa se atarefaram na cozinha. Distraídas com as louças, nem sequer notou quando Elisa entrou no cômodo.
- Patroa! A senhora deseja alguma coisa? - Teresa perguntou, colocando as batatas que descascava de lado.
- Eu queria que chamasse Firmino. Quero conhecer melhor a propriedade. Terminei de ler os livros, e parece tudo está em ordem nas financias.
- Senhora, meu marido está muito ocupado com a colheita. Mas ele deixou Juan Carlos. Ele está à disposição para levá-la para onde quiser.
Era compreensível que Firmino não descuidava do seu trabalho, mesmo com a sua presença na fazenda. Elisa sentiu-se satisfeita por ter ele como o capataz e um homem de confiança.
- Não tem problema. Rosa, então vai buscar o rapaz. Vou me trocar, usarei um roupa apropriada para montar, e espero por ele no pátio.
- Sim, Patroa.
A menina correu em direção dos estábulos, localizando Juan escovando a pelagem de um garanhão. Juan Carlos estava animado em cuidar dos cavalos, nem se importava em limpa os cascos ou alimentar os animais. A fazenda possuía vários espécies de sangue puro, animais magníficos e fortes. Barão tirou a sorte grande, por poder comer grama fresca, feno e água limpa á vontade.
- Juan! A patroa mandou preparar um cavalo para ela montar. Ela quer conhecer a fazenda. - Rosa disse sorridente.
- E ela sabe montar? - Juan surpreende-se com a ordem.
- Se ela deu essa ordem, deve sabe. Agora, não demore muito. Ela está a sua espera no pátio.
Agora essa? Não poderia colocar a vida da patroa em perigo com um animal arisco. Escolherá uma égua mansa, a pelagem branca destacava os equipamentos da sela. Sem mais demora, seguro a égua e barão pelos cabrestos, guiando-os ate o pátrio.
- Boa tarde, Patroa.
O som daquela voz a fez parar perto da varanda. Devagar, Elisa ergueu a cabeça e o viu parado a alguns passos de distância. Ele possuía intensos olhos amendoados, continham uma expressão reservada. Os cabelos negros, e a pele, bronzeada, evidenciando o trabalho árduo na fazenda. O conjunto de seus traços era bastante atraente.
- Desculpe a demora, Srta. Monteiro.
- Quem é você?
- Sou Juan Carlos Gonzáles, muito prazer. - Juan tentou desfaçar o olhar de cobiça. A patroa estava diferente de antes, vestia-se diferente, usando calças escuras, botas e uma camisa bordada. Os cabelos cobreados estavam cobertos por um chapéu. Sem os óculos escuros, Juan podia ver os seus olhos verdes.
Incrédula, Elisa observou estendendo a mão na sua direção. Não tocaria na mão de nenhum homem, já que desprezava a todos. Desviou o olhar, ignorando o comprimento.
- Eu quero conhecer a fazenda.
- Senhora, a propriedade é bem grande. Iria se cansar percorrendo a cavalo. Seria melhor ir de carro. - Juan constatou com tom calmo, apesar da tensão evidente.
- Isso não é problema seu! - Elisa reagiu com violência. Já imaginava que teria que passar por esses obstáculos magistas por ser mulher.
Juan usou todo o autocontrole que possuía para não manda-la pro inferno. Elisa tinha a capacidade de deixa-lo irritado, era evidente. Mas aos olhos dele, aquele comportamento não a ausentava sua beleza exótica.
Deste de criança Elisa foi obrigada a frequentar escolas de equitação. Naturalmente, aprenderá a lidar com esse tipo de animal. Ela se posicionou ao lado do animal, segurando a guia, forneceu um pedaço de maça como petiscos. O mimo agradava qualquer amigo equino.
Juan lhe deu os cabrestos da égua. Uma vez na sela, começou a conduzir o cavalo sob o sol do México. Era maravilhoso sentir-lhe o calor acariciando sua face, experimentar a liberdade do vento que fazia seus cabelos castanhos e longos flutuarem.
Juan teve que apresa-se para não se deixado para trás. Era evidente o dominino que Elisa possuía no cavalo. Durante a trajetória, Juan Carlos explicou como executava a colheita, demostrando a retirradas dos frutos maduros e as etapas seguinte do processo; a secagem, descasmento no pião, torar os grãos, muir, e o resultado final, que era o café em pó. O procedimento era todo mais artesenal, mas com os avanços da tecnologia quando os grãos passavam pelo setor de qualidade eram enviando para a fabrica de San Pedro.
Após do exaustivo percurso, os quadris de Elisa estavam doloridos. Mal conseguia mexer as pernas sem sentir dor. Quando param diante ao estabulo, Elisa sentiu o seu orgulho se ferir.
- Juan Carlos - deu uma pausa, como se junta a coragem para pronunciar uma suplica, e continuou - Pode me ajuda aqui?
Com agilidade, Juan desceu do cavalo e aproximou-se dela. Exitou por um momento, antes de segura-la pela cintura. O toque dele lhe transmitiu um choque, uma sensação estranha. Seu corpo era forte e musculoso, e ela se sentia envolvida com seu contato... Segura, protegida e abrigada. Elisa estranhou a sensação. Pouco a vontade com a própria reação, separou-se dele, dando passos para trás.
- Dê água ao cavalo e leve-a para descansar - Após dizer isso, Elisa caminhou rapidamente para longe dos estábulos. Somente quando perdeu Juan de vista, voltou a respirar novamente.
Aqueles olhos amendoados ainda estava na sua mente. Não queria lembrar, mas não conseguia esquecer Bernardo e o que sentia em relação desse sentimento que a destruiu. Tratou de ignorar o ocorrido, e priorizar-se no presente. O que queria naquele momento era um bom e demorado banho, tomar um remédio para dores musculares, e cair na cama. Um boa noite de sono renovaria para o longo dias de trabalho que estaria por vim.

Marido de AluguelOnde as histórias ganham vida. Descobre agora