Capítulo 25 - Além do Marido de Aluguel

95 14 6
                                    

Sete anos depois.

_*_

Agora, vendo de perto, Juan estava impressionado com a vastidão da propriedade e por sua riqueza. Embora estivessem em maio, fazia tanto calor quanto num dia de verão, e a grama verdejante cobria as colinas que se estendiam até o horizonte. Terra que foram especificamente preparadas para a criação de gado, mas que dava a possibilidade além de riqueza no solo, como petróleo, gás natural e carvão mineral. Juan transformou-se um homem tão rico quanto à família Monteiro. Mas sua maior felicidade o esperava na Casa Branca.
- Barão, vamos ver como está na colheita do café esse ano.
Juan falava em tom suave, enquanto retirava o garanhão negro do estábulo. Havia estacionado a caminhonete bem longe da estrada, próximo do portão que se abria para o pasto cheio de cabeças de gado. Juan afrouxou as rédeas. Sentiu o poder do animal sob seu corpo, levando-o para onde a natureza ainda não fora tocada. Ele o esporeou, como se a velocidade amenizava a saudade que sentia. Deseja os olhos verdes que não via á vários dias, deste que começou a colheita do café.
Entrando pelo os portões, ansiando para que com o entardecer a esposa poderia voltar a ser sua. De repente, avistou  uma mulher cavalgando um cavalo árabe.
Gritou, a fim de chamar-lhe a atenção. Quando ela virou, quase perdeu o fôlego. Estava linda como sempre, os cabelos acobreados dançavam pelo o ar. Juan sentia-se o homem mais sortudo do mundo por viver um sonho.
Elisa sorriu, acenando para ele. A expressão de felicidade que ela exibiu foi real, assim como o som produzido pelos cascos do cavalo.
Animado, Juan saiu no encalço de sua esposa. Cravou os calcanhares em Barão. Juan não demorou a alcançar a mulher, agarrou as rédeas do cavalo árabe.
- Por acaso esqueceu que é casada, Sra Gonzáles?
- Como poderia? Meu marido é tão charmoso, que não sai do meu pensamento.
- Vou ajudá-la a desmontar - falou.
Com agilidade desmontou o cavalo e diminui a distancia entre eles. Ansiava por ter-la para si, segurou-a pela cintura. Sentiu a tensão nos músculos delicados, quando a ergueu no ar e colocou-a no chão. Ela o fitou com intensidade, os olhos esverdeados brilhavam, enquanto aproximava-se do rosto dele. Então, Juan deu-se conta de que ela esperava que ele tirasse algum proveito da situação. Talvez devesse tê-la posto no chão muito lentamente, fazendo o corpo dela deslizar pelo seu. Na verdade, era exatamente o que mais desejava.
Os lábios se tocaram lentamente. Mas o contato foi cortado pelo o choro das crianças dentro do casarão.
- Bom, agora que você está aqui, poderia me ajudar colocar as crianças para dormir.
- Sim, não perderia isso por nada.
Isadora cuidava dos netos com a ajuda de Maria. Enquanto Maria tentava acalmar Otávio, o neto mais novo com três anos. Isadora servia um pouco de suco para o outro neto Rodrigo, que já estava com oito anos. Assim que Juan e Elisa na sala de jantar, as crianças correram na sua direção. Elisa abraçou os filhos e depositou beijos no rosto de ambos.
- Papai! Papai! - Otávio ergueu os braços e Juan o segurou nos braços.
- Boa noite, Mamãe. Boa noite, dona Maria. - Elisa arrumou os cabelos negros de Rodrigo, e perguntou - Como foi o dia de vocês?
- Mamãe, eu fiz o dever de casa sozinho hoje. - falou o menino, sorridente e orgulhoso do ato.
- Muito bem, vou revisar mais tarde, para ver se está tudo certo.
Isadora lhe mostrou as correspondências que havia chegado.
- Elisa, minha filha. Chegou uma carta do Jorge hoje cedo.
- Jorge? Deixa-me ver. - Ela pegou o envelope e o abriu.
Entro do envelope havia uma carta. Elisa emocionou-se reconhecendo a caligrafia de Otavio Monteiro.
- Eu vou ler isso no escritório.
Sem mais comentário, Elisa trancou-se no aposento. Ela tratou de ler cada palavra cuidadosamente:
“Elisa, minha filha. Eu reconheço que deixe muito a desejar no nosso relacionamento de pai e filha. No dia que você nasceu pude ver nos seus olhos, que você era diferente de mim. Mas se você está lendo essa carta, é porque você se casou e não estou mais entre os vivos. Perdoe-me por forçá-la a ir tão longe. Um dia você terá os seus próprios filhos e entenderá os meus sentimentos. Só não queria morrer sem dizer que eu a amo e me orgulho de ter você como filha. Continue seguindo o caminho que você escolheu. Estarei cuidando de você, dos meus netos e dos filhos deles. Talvez a fazenda e as terras pareçam poucas, perto dos bens das exportadoras. Mas nunca esqueça que a terra é a memória e que a fazenda deve permanecer como um símbolo da família e a minha memória. Do seu pai, Otávio Monteiro.”
Elisa ergueu o olhar, avistando as terras cobertas de cafezais. Lagrimas escorreram pelo o rosto, todas as vezes que olhava para cada grão de café maduro, lembraria dos esforços do pai para ser o seu melhor. Guardaria no fundo do seu coração as palavras escritas naquele papel. Naquele momento, os filhos chamaram por ela. Rapidamente, Elisa enxugou as lagrimas e escondeu o envelope em uma das gavetas da mesa.
Elisa ajudou a colocar os meninos na cama. Ela sentou ao lado do mais novo enquanto cantarolava uma canção de mimar. Logo as crianças adormeceram. Em alguns dias o casal completariam 8 anos de casados, ainda lembrava dos nascimentos de Rodrigo e Otávio, que eram a fotocopia do pai, de cabelo preto e olhos castanhos.
- Elisa, meu amor, quando vamos ter nossa princesinha? - Juan não cansava de repetir enquanto segurava os dedinhos que se contra punham aos seus. - Gostaria de ter uma filha parecida com você.
Elisa fez um sinal para ele a segui-se. Juan foi guiado ate o quarto do casal.
- Vamos fazer nossa princesinha agora. - Pediu. - Faça amor comigo, meu amor.
Juan não precisava de outro convite. Sem perder tempo em despirem-se completamente, logo estavam nos braços um do outro, os corpos unidos ao calor do fogo.
- Quantos filhos teremos? - ele perguntou com voz rouca.
- Apenas mais um. Pois, não agüentaria as travessuras de uma dúzia de mini Juan Carlos.
Ele sorriu.
- Conheço uma família que teve seis meninos, antes de conseguir uma menina.
Elisa riu.
- Acho que não haveria problemas em ter só meninos. Ou só meninas.
As brincadeiras morreram num beijo apaixonado.
Dessa vez, fizeram amor sem pressa ou urgência, explorando caminhos já familiares, mas nem por isso, menos fascinantes e excitantes. Pouco antes do êxtase arrebatá-los, Elisa murmurou:
- Quero ser sua mulher para sempre, Meu amor.
Juan replicou:
- Eu te amo, Elisa. Quero fazer amor com você todos os dias, pelo resto da minha vida.
Quando seus corpos sucumbiram às exigências da paixão, suas almas se uniram por completo, para sempre.
Mais tarde, com Elisa nos braços, Juan fez uma oração, pedindo que o inverno não fosse rigoroso demais, para que pudessem continuar com o trabalho na fazenda. E que sua esposa o presenteasse com uma filha, no outono, antes da época da colheita.
Ao mesmo tempo, Elisa fez uma prece, pedindo para ser uma boa esposa e para presentear seu marido com uma filha, no outono, antes da época da colheita.
E as duas preces foram atendidas. Alguns meses depois, uma linda menina nasceu com aqueles imensos olhos verdes que Juan tanto queria.

*Fim*

Marido de AluguelOnde as histórias ganham vida. Descobre agora