Capitulo 5

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Já tinha se passado três meses, Elisa estava acostumada com o ritmo da fazenda, a colheita até aquele momento estava de ótima qualidade e trazendo lucros. Finalmente, Elisa possuía as rédeas da sua vida. E nada poderia mudar isso.
Naquela manhã, Elisa fora para San Pedro. Iria ao banco assinar alguns papeis e pegar os talhões de cheque. Juan acompanhava-a por todo o percurso em silencio. A data do vencimento do empréstimo se aproximava a cada dia, e a perda das terras seria um golpe fato no seu orgulho.
Elisa observou atentamente a fazenda que sempre passava a caminho da casa branca. O grande portão estava com a pintura descascada, e em algumas partes quebrada. A fazenda parecia desertas, completamente descuidadas. Era um desperdiço, com terras que era prosperas, mas sem os recursos para cultivar.
- De quem são essas terras? A fazenda é a vizinha de cerca da casa branca, já que está entregue as baratas, poderia comprar-las e aumentar os cafezais. Conhece o dono, Juan?
- As terras não estão a venda, Patroa. Mas se tiver paciência, logo que o banco as tomará. E assim você poderia comprar e fazer o que bem entender. - ele exclamou.
- Porque diz isso? - Perguntou com curiosidade.
- Essa fazenda é da minha família, Senhorita. Antes da morte do meu pai, ele acumulou muito dividas, para paga-las fez um grande empréstimo, colocando a fazenda como garantia. Ele morreu, deixando de herança uma divida que nunca conseguiria pagar.
Elisa precisou de alguns segundos para vencer a incredulidade. Aquele pião poderia ser um grande fazendeiro se não fosse pelas injustiças da vida.
- Já esta ficando tarde, precisamos nos apressar para voltar. - Juan comentou com tom neutro, recuperando a postura com rapidez espantadora.
Pelo o resto do caminho, Elisa passou a observa-lo. Os cabelos dele precisavam de um corte, e a sombra escura em seu rosto evidenciava que não fazia a barba há dias. Mal poderia imaginar como Juan seria fosse bem sucedido.

O telefone tocava incansavelmente. Rosa apressou-se para atender. Não entenderá nado o que a pessoa no outro lado da linha dizia, parecia está chorando. Até que outra voz mais suave começou a falar.
- Alô! Eu gostaria de falar com Elisa Monteiro. Diga a ela, que é urgente.
- Quem deseja? - inocente, perguntou antes de avisar a Elisa.
- Horas! Eu sou Fernanda Monteiro. Irmã mais velha dela. Agora deixa palhaçada e passe esse telefone para ela.
- Só um momento, Senhora.
Rosa assustou-se com o tom arrogante. No entanto, logo que ouviu a caminhonete entrando pelo grande portões. Rosa correu até o veículo apreensiva.
- Senhorita, a Senhora Fernanda está no telefone. Aconteceu alguma coisa, pois ela falou que era urgente.
Dito aquilo, Elisa preparou-se pro pior. Caminhou até o casarão rapidamente e antes de colocar o telefone no ouvido, deu um longo suspiro.
- Pode dizer, Fernanda.
- Lisa?! Sou eu, irmãzinha. Eu não sei como é a forma mais sensata de dizer o que aconteceu. - A voz dramática de Fernanda era como se fosse ensaiada. Não havia um pingo de sinceridade, como de costume. Fernanda seria uma esplêndida atriz. - Papai faleceu. Teve um ataque fulminante, não se teve muito que fazer. Estamos indo enterrá-lo no México. Foi seu ultimo desejo em vida.
- Como está a mamãe?
- Deve imaginar como ela está. Mas ira sobreviver.

Deste de bem cedo estavam reunidos na igreja de San Pedro importantes personalidades do governo, da industria cafeeira e até o ex ministro da economia e representantes da associação do café. A morte de Otávio Monteiro saiu nos noticiários de grandes países, vários reportes se reuniram na entrada do cemitério.
Otávio foi um pai exigente e distante. Não era um homem carinhoso, nunca havia dito a ela se a amava. Se ele não a lembra-se em todas as discussões que Elisa possuía seu sobrenome. Mas ele era seu pai, apesar de tudo.
Quando todos se retiraram, e Elisa ficara sozinha em meio ao conjunto de túmulos que abrigavam os restos mortais de varias gerações de Monteiro. Ela permanecerá junto á lapide fria do pai, Elisa surpreendeu-se com as lagrimas que sugiram aos seus olhos. Não acreditava que poderia sentir a dor da perda pelo pai. Após alguns minutos, Elisa se recompôs rapidamente e procurou a saída daquele lugar. Encontrou a mãe e Fernanda a sua espera no carro.
Na volta para a fazenda, encontraria pelo o advogado da família. E após a leitura do testamento, voltariam para New York.
Reunidas no escritório da fazenda, Elisa estava em pé ao lado da janela, esperava ansiosa por ter o que tinha direito. Enquanto Isadora e Fernanda estavam sentadas perto de Jorge Hawkhurst. Que sem delongas, começou a ler o documento.
- "Após minha morte, deixarei todos os meus bens para minhas filhas. Fernanda e Elisa, herdeiras da empresa de exportação de café e suas expectativas filiais. E também as terras e da fazenda casa branca. E nas mortes delas, a obrigação de passar a herança simultaneamente para seus filhos e conseqüentemente os filhos de seus filhos. Os bens não poderão ser vendidos, nem transferidos, pois sempre estarão ao poder da família Monteiro." - Jorge fez uma pausa, e continuou. - Mas nos últimos dias antes da sua morte, Otávio alterou o testamento, colocando um termo na herança. "Quando Elisa Monteiro completar-se vinte três anos de idade. Se tornaria beneficiada de sua herança e bens, se por tanto que ela se case. Sendo assim, ela precisará se casar para ter direito a sua herança."
- E se ela não se casar até o dia estipulado? - Perguntou, Fernanda numa voz calma e fria.
- Ela perde todos os bens. - Explicou Jorge com receio.
- E isso é tudo? - Preocupada, Isadora não poderia acreditar naquele disparate.
- Não. Ainda por vontade de Otávio, me confidencio um envelope. Essa carta faz parte da herança.
- Porque não abre? - Fernanda estava adorando aquele termo no testamento. Por se importava com aquele envelope. Se tudo desse errado para Elisa, teria direito a tudo.
- Há uma ordem expressa colocado no testamento que essa carta só poderá ser lida depois do aniversario de Elisa. Não sei informa o conteúdo. Temos que esperar. Reuniremos-nos quando tiver o juízo de sucessão e as escrituras com os nomes das beneficiadas. Por hora, é tudo.
Casamento? A ultima palavra no mundo que ela gostaria de ouvir. Elisa continuou parada perto da janela paralisada.
Como seu pai poderia fazer isso? Até depois de morto devastando sua vida. Pensou Elisa furiosa. Seu pensamento está em colapso. Otávio havia concretizado sua ultima ameaça vitoriosamente. Faria esse termo para vingar-se da própria filha. Esse era o castigo por sua recusa em se casar com Bernado. Não merecia aquilo, ser colada a prova naquela situação.
O ódio fizera o sangue que corria em sua veias ferver. Usava com certeza a herança para forçar Elisa casar-se com Bernardo. Isso nunca aconteceria, nem aqui a mil anos. Elisa teria que ser esperta o bastante para que seus próximos passos fossem firmes. Naquele momento, Elisa teve uma ideia absurda. Mas era melhor que abri mão do seu dinheiro por um detalhe. Ela iria se casar e não teria como nada desse errado.
Mas com quem?
Precisava de um homem que pudesse comprar, ingênuo e que obedecesse sua ordens sem questionar. Os olhos amendoados vieram a sua mente. Juan era perfeito para o cargo. Bonito e pobre. Era uma presa fácil. Poderia propor um acordo de casamento pelo o dinheiro de ergue a sua fazenda em ruínas.
O único obstáculo era a irmã e a mãe. Teria que convencê-las que estava apaixonada. Faria isso, e muito mais, para ter a sua fortuna.
- Que coincidência. Eu só contaria quando escolhemos a data, mas eu estou noiva. - Elisa tentou se mais natural possível a comentar o seu casamento de mentira.
- Noiva? De quem?
Fernanda quase se engasgou com o próprio veneno.
- Minha filha, que alegria. Sabia que a cicatriz que Bernardo deixou, se curaria com o amor de um bom homem. - Isadora abraçou a filha apertado, evidentemente feliz com a novidade.
- O nome dele é Juan Carlos Gonzáles - esforçou-se para lembrar o seu sobrenome. - Ele é fazendeiro, trabalha com gado.
- Gonzáles? Ele é filho de Rodrigo? Conheci o pai dele a muito tempo atrás. Era um bom homem.
O comentário alivia a pressão no coração de Elisa. Como não vinha muito ao México, não tinham conhecimento da falência e miséria que rodeava Juan Carlos.
- Muita coincidência. Logo que resolveu se mudar para a fazenda encontrar um partido tão interessante. - Irônica Fernanda comentou.
- Foi o destino, Fernanda. E já que o papai pediu essa condição na herança, não vejo problema em anteceder a data.
- Se é assim. Organizarei a festa de casamento. Vocês se casaram com tudo que tem direito em New York.
- Mamãe, Juan é um homem reservado. Queremos que a cerimônia seja discreta.
- Entendo perfeitamente. Mesmo assim, vou caprichar nos detalhes.
- E onde está o príncipe encantado?
- Ele está viajando. - Usando toda a sua criatividade da inventar tantas mentiras deslavadas. - Foi comprar um anel de noivado e as alianças. Assim que ele voltar, iremos para New York.
A animação de Isadora não era compartilhada. A tesão entre Elisa e Fernanda só aumentava. Elisa conhecia a ambição da irmã e sabia que torcia para desfrutar de toda a herança sozinha.
Víbora traiçoeira. Elisa pensou no insulto, e não havia outro que se encaixava mais como esse.
- Serão bem vindos. Agora precisamos ir. Se não perderemos o vôo.
Elisa acompanhou-as ate o carro alugado. Despedi-se abraçando Isadora bem apertado. Sem suporta, se quer olhar para Fernanda, Elisa deu voltou-se para dentro assim que o carro saiu pelo o portão. Não suportava tanta falsidade em um só dia.
Agora que convenceu a mãe, por se importava coma opinião de Fernanda. Faltava um pequeno detalhe: o noivo.

Marido de AluguelOnde as histórias ganham vida. Descobre agora