Bônus Cristiano

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Mais um capítulo para voces :)

SEM REVISÂO

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Cristiano

Eu fiquei parado enquanto ela me mandava um beijo da entrada da faculdade e não conseguia parar de pensar em como ela era linda. Seu vestido contornava a forma da sua barriga de forma suave e seu rosto tinha um brilho saudável, sem sombra de duvidas a Camila era a grávida mais linda que eu já tinha visto. Minha pequena já estava com vinte e três semanas de gestação e sua barriga estava enorme, pelo jeito minha Agatha estava mesmo forte e crescendo bem. Fiquei observando Camila até que ela entrou na faculdade e naquele momento eu  senti uma coisa estranha. Uma angústia tomou conta do meu peito e eu tive vontade de entrar naquela faculdade, pegar a Camila e levar para a casa. Eu não queria que ela saísse do alcance dos meus olhos. Eu respirei fundo e contive a minha vontade, a Camila estava certa, eu não tinha com o que me preocupar. Ela estava segura dentro da faculdade, eu só tinha que me convencer disso e tirar aquele aperto do peito.

Eu me forcei a entrar no carro e parti em direção a empresa. Enquanto dirigia resolvi colocar uma música para ver se diminuia a minha tensão e quando abri o porta luvas para pegar um CD, um monte de papéis de chocolate caíram no banco. Eu não pude deixar de rir com a lembrança do dia anterior. Aqueles eram os papéis que embrulhavam os bombons que eu comprei para a Camila e ela, como sempre, havia esquecido de jogar no lixo. Ela sempre deixava a bagunça no meu carro, mas eu não reclamava. Antes ter o carro cheio de embrulho de chocolate do que enfrentar a irritação daquela mulher. Vou te falar que eu estava penando naqueles meses, nunca tinha imaginado como uma mulher poderia ser complicada, até porque eu nunca cheguei a ter um relacionamento em que eu me envolvesse daquele jeito. Geralmente eu enfiava logo um cartão de credito na mulher e deixava ela curar o estresse torrando dinheiro, nunca tive saco para ficar aguentando reclamação, mas com a Camila as coisas não funcionavam assim. Ela nunca foi do tipo que se conformava com dinheiro, sempre foi de descontar a irritação em mim mesmo e depois que ela engravidou tudo é motivo para ela se irritar, chorar e querer discutir a relação. Agora ela andava tão sensivel que chorava até vendo filme de comédia. Eu estava perdido, quase ficando louco, quando descobri as maravilhas que um chocolate poderia fazer. Agora eu tinha feito um estoque em casa, toda vez que a Pequena começava a se irritar ou chorar do nada eu enfiava chocolate nela e a mágica acontecia. Ela ficava mansa igual um filhote de gato e doce como só ela sabia ser.

Eu estava me descobrindo um ótimo gerenciador de relacionamentos. Adquiri nesses meses a habilidade de contornar cada situação... era uma coisa de louco. Descobri também uma coisa que tinha me deixado surpreso: eu detestava morar sozinho. Pois é, eu morava há tanto tempo sozinho, mais precisamente já fazia quinze anos que eu vivia só, que acreditava piamente que gostava da solidão. Desde que pedi emancipação eu passei a acreditar que minha vida era exatamente do jeito que eu queria. Vivendo sozinho, curtindo a noitada, sem ninguém em casa para me esperar ou para me pedir satisfações, eu acreditava que queria viver daquele jeito até morrer, mas hoje eu via que estava completamente enganado. Fazia pouco mais de três meses que a Camila morava comigo. Meu apartamento, que era um templo de tranquilidade e silêncio, tinha sido maculado pela presença bagunceira da Pequena. Ela tinha tirado o silêncio da minha cobertura, mas tinha trazido alegria e cor para minha casa e para minha vida. Eu, agora estava me tornando o homem que eu nunca imaginei ser: um pai de familia. Eu tinha me transformado naquele cara que eu vivia criticando: o homem que preferia uma noite deitado no sofá da sala assistindo TV ao lado da noiva, transando com a mesma mulher, ao invés de uma festa rodeada de mulheres e regada a bebidas. Como alguns conhecidos diziam por ai "eu estava pagando língua", e era verdade, mas eu estava pagando com muito prazer e satisfação. Toda vez que eu sentia a Agatha se mexer dentro da Pequena, ou sempre que eu olhava a minha noiva sorrindo na mesa de café da manhã, eu me sentia o homem mais sortudo da terra. Aquela sim era a verdadeira felicidade, ter alguém que te ama de verdade e que você também ama, era algo impagável e insubstituível.

A cura no amor #Wattys2018Where stories live. Discover now