Capítulo 3

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Oiii

Gente, este é meu primeiro livro. Espero que gostem.

Não se esqueçam de votar, comentários também são bem vindos.
Beijinhos, boa leitura e até mais.

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Camila

Uma coisa boa daquele acidente: fiquei dois dias em casa de atestado, ou seja, sem faculdade e sem trabalho. Como não podia ir para a faculdade a Dara ficou de me levar a matéria dos dias que eu não fui.

Amigos ao meu ver era uma das coisas mais preciosas que poderíamos ter e a Dara era o exemplo disso, ela era a irmã que eu não tive. Nós eramos tão parecidas que até prestamos vestibular para o mesmo curso e hoje fazíamos engenharia civil juntas.

Nós nos conhecemos no ensino médio. A Dara sempre chamava atenção dos garotos, linda com os cabelos lisos, negros e compridos a pele branca e o corpo escultural, ela era o oposto de mim em aparência. Eu era a amiga sem graça, mas apesar da Dara ser popular, ela sempre andava comigo no Colégio, a nossa parceria continuou na faculdade e nossa turma até aumentou. Agora nós tínhamos mais um membro no nosso pequeno grupo, o Pedro. Esse dai era outro amigo do peito, quando voltei para a faculdade foi ele que me ajudou a locomover. Me carregava pra cima e para baixo mesmo eu falando que não tinha necessidade.

Eu conheci o Pedro assim que cheguei à faculdade. Ele era muito bonito, 1,75 m de altura, tinha um corpo delineado, a pele negra e o sorriso branco que chamava atenção das garotas. Seria mentira se eu dissesse que ele não arrancava suspiros por onde, mas eu já havia notado que ele não ligava muito para isso, estava caidinho pela Dara e pelo que eu conhecia dela a minha amiga também estava afim dele.

E o mês se passou assim: eu tendo que trabalhar e estudar com aquela bota no pé e minha mãe me bajulando sempre que podia.

Era manhã de sexta feira, aquela bota coçava, e eu estava quase dormindo em cima da carteira enquanto o Sr.Aurélio explicava a matéria.

-Eu quero todos os exercícios do capitulo treze e quatorze do livro prontos até o fim do semestre.- ele falou e encerrou a aula.

Quando ele terminou de falar eu levantei a cabeça da carteira e olhei para ele de boca aberta. Dois capítulos?! Dois capítulos?! Aquele homem estava ficando doido.

-Esse homem só pode estar ficando maluco. Dois capítulos de exercício? Será que ninguém avisou para ele que nós temos outras matérias para estudar além da dele?- a Dara falou indignada atrás de mim.

Eu pensava exatamente como ela, mas sabia que não adiantava reclamar. O sr. Aurélio já dava aula mais de trinta anos e todos os alunos reclamavam disso, mas no fim o resultado era mesmo: ou fazia o exercício ou perdia nota.

Nós começamos a falar do professor enquanto eu terminava de guardar minhas coisas e o Pedro chegou do nosso lado.

- Vocês vão querer uma carona?- ele perguntou.

-Serio Pedro?- perguntei feliz.

Andar de ônibus com aquela bota no pé e uma mochila pesada nas costas não era nada agradável.

- Claro que a gente quer.- a Dara respondeu.

O Pedro pegou a minha mochila e nós fomos para o estacionamento. Estava louca para chegar em casa. Aquele era o dia que eu tiraria aquela bota do meu pé.

Um mês com aquele troço me incomodando nem foi o pior. Ruim mesmo foi ter que aturar o homem que tinha me atropelado. Depois do acidente o Cristiano me ligou algumas vezes me perguntando como eu estava, e vou te falar: que homem arrogante e sem educação. Toda vez que eu atendia o telefone ele me tratava com frieza e era rude, nem desejar bom dia me desejava. Ele era sempre prático e direto como um robô, a voz dele, grossa e clara, era linda e confesso que chegava me arrepiar, mas não expressava emoção nenhuma. Nem sei para que ele me ligava, devia estar com medo de ser processado. Eu estava querendo tirar aquele negocio do pé para parar de ficar me irritando com aquele homem, porque aquela parecia ser a especialidade dele: parecia que o Cristiano só me ligava para me irritar. Até me chamou de louca uma vez só porque joguei umas verdades na cara dele, a gente brigou, e pior, dois dias depois ele voltou a ligar e me tratou como se tudo tivesse normal. Vê se pode? O cara me chama de louca, briga, e depois me liga como se nada tivesse acontecido. O homem era doido e eu mais ainda porque rendia as conversas...para ser sincera eu já até tinha me acostumado com as ligações dele. Tá bom, vou confessar...eu gostava de irrita-lo também, ficava até pensando nas más respostas que daria quando ele ligasse. Era engraçado ouvir a voz de irritação do Cristiano, ele perdia a compostura e começava a falar mais rápido e sua voz ficava mais vibrante, era o único momento que eu percebia emoção na sua voz e ele deixava de parecer um robô. As ligações dele tinham passado a ser uma espécie de ritual e na semana que ele não ligou até fiquei preocupada. Pensei que ele tivesse morrido ou coisa do tipo. É, eu sei...eu estava ficando maluca.

A cura no amor #Wattys2018Where stories live. Discover now