Vampiro Klainhall - parte 1

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Vampiro Klainhall – parte 1

          Exausto.

          A total capacidade de dizer que estou não só cansado, como frustrado.

          Fazer viagens é cansativo, por mais que a "aventura" seja algo interessante, existe o paradigma daquilo ser completamente exaustivo e frustrante.

          Frustração.

          Essa palavra girou minha mente durante esses dias como se eu estivesse fadado a estar sempre na estaca zero. Até mesmo Koa concorda em que estamos caminhando em círculos, em vez de realmente avançar.

          Koa, um sutil nome que uso para chamar este que veio a se tornar meu amigo após ajudá-lo a dar cabo de um assunto pessoal há algum tempo.

          Aconteceu de eu estar viajando em busca de um determinado homem. Embora eu acreditasse estar cumprindo um pedido de meu falecido pai, não seria errado pensar que estou indo me encontrar com um completo desconhecido.

          Antes que eu pudesse terminar a introdução, sou interrompido por Koa.

          – Oh, pensei que a máquina de bebidas tinha algo mais natural, mas parece uma poça de açúcar.

          – Alguns são bem gostosos – digo enquanto pego a lata de refrigerante que ele trouxe.

          – Você está acostumado com isso, para mim, são só produtos químicos e água.

          – Você é bem chato quando quer.

          – Não, sou esperto. Já parou para pensar que sua vida pode ser encurtada em cada gole? Seria assustador ter sua expectativa de vida reduzida tão rapidamente.

          – E você? Já parou para pensar que está exagerando? Não é como se você vivesse muito também.

          Koa não precisou dizer nada para que eu parasse de falar instantaneamente.

          Um erro.

          As palavras que usei foram totalmente frias e cruéis, para você ter uma noção, Koa é metade gato.

          Um híbrido.

          Dizer para ele não se preocupar em viver muito é como afirmar não me importar. Mesmo que ele tenha apenas quatro anos, na idade de um gato, ele já é um adulto de quase vinte anos.

          Mesmo assim, ele mantém a aparência de um garoto de quinze anos assim como eu.

          – Acho que vou jogar esse refrigerante no lixo.

          A total antipatia nessa pequena sentença foi o bastante para saber que sou um idiota. Imbecil, burro, o pensamento limitado de uma piada tosca feriu um amigo próximo de uma maneira não pensada. O que resta saber é:

          Como remediar?

          No tempo em que Koa levou para se levantar do banco e ir até a lixeira que estava do outro lado da praça, eu me esforcei para pensar em algo que cortasse aquele clima estranho.

          Não há nada.

          No entanto, posso usufruir de um interesse em comum atual para despistar o ar ruim que ficou.

Zokugatari: ExodusOnde as histórias ganham vida. Descobre agora