[ 10 ] ... é a nossa realidade. [Editado]

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29 de Dezembro de 2015

Zoey

Depois daquele dia na agência de Zayn nunca mais lá meti os pés. Sei que as fotografias foram divulgadas pois Grace fez questão de comprar uma revista para me mostrar. Fiquei orgulhosa de mim mesma, mas sempre que via as fotografias lembrava-me o quão mau Zayn foi comigo. Quando eu apenas tinha toda a razão para ficar chateada com ele, ele foi um grande porco e de certa forma faltou-me ao respeito. E ainda achou-se no direito de me bater. A nossa relação voltou a ser a mesma de quando eu cheguei. As manchas que antes desapareciam do meu corpo voltaram a aparecer. E bom... hoje é dia 29 de Dezembro, ou seja estou cá há um mês.

Peguei no meu calendário e numa caneta e fiz um círculo nos últimos dias, soltei um doloroso suspiro e voltei a pendurar o bloco de folhas na parede. Encaminhei novamente o meu corpo para a cama e deitei-me debaixo dos cobertores, neste preciso momento são 10 horas da manhã, a minha vontade de sair desta cama confortável é nula. Tenho medo de sair do quarto para ser mais clara, não quero que Zayn me apanhe a meio do corredor e me faça algo. Daí a porta do quarto estar trancada à chave e ainda como protecção tenho uma cadeira a prender a porta. Se estou a exagerar? Talvez.

Duas batidas se fizeram soar, engoli em seco e não respondi tapando-me melhor com a coberta branca. " Abre a porta Zoey! " Zayn grita do outro lado e eu fecho os olhos com força. " Eu apenas quero falar contigo, será que podes confiar em mim? " Confiar? Como é que ele ainda quer que eu confie nele? " Zoey, eu tenho uma chave suplente caso não saibas... " murmurou e eu suspirei derrotada.

" Entra... " falo desanimada, mas como provavelmente ele não teria as chaves levantei-me. Embrulhei-me no cobertor e peguei nas chaves. Retirei a cadeira de frente da porta e com algum receio abri a porta, assim que abri a porta encarei os seus olhos castanhos esverdeados. " Diz? " questionei quase que inaudível.

Entrou dentro do quarto sem a minha permissão, mordi o interior da minha bochecha e fechei a porta ficando a encara-la durante algum tempo e só depois me virei para o homem sentado na minha cama. Continuei no mesmo lugar, os seus olhos mais uma vez encontraram os meus e desta vez foi por bastante tempo. Eu não entendia o que se passava com ele, os seus olhos estavam numa mistura de sentimentos. " Estás cá há um mês. " começou, assenti lentamente com a cabeça. " E bom... eu sei que não tenho sido a melhor pessoa contigo... " interrompi-o.

" Não tens mesmo. " afirmo, os seus ombros descaem e da sua boca um suspiro pesado sai. " Tens sido um monstro comigo. " sinto os meus olhos lacrimejarem.

" Não digas isso... " ele pede talvez magoado. Ele volta a encarar-me, levanta-se e lentamente se dirige a mim e a minha primeira reação é afastar-me. " Eu não te vou fazer mal. "

" É difícil confiar... " encosto-me à porta. " P-Por favor deixa-me ficar, apenas aqui... " peço arrastando as palavras lentamente. Assim que vejo a sua mão levantar-se fecho os olhos e logo outro suspiro escapa dos seus lábios. Lábios esses que eu tenho saudades de beijar. Ao sentir o seu toque áspero, mas macio, na minha bochecha abro lentamente os olhos encarando um Zayn relativamente mais perto de mim.

" Eu não quero ser mau contigo, muito pelo o contrário eu só te quero fazer bem... " observei cada movimento seu. " Eu quero ser bom para ti. " confessa.

" Tu não consegues, vais sempre estragar tudo... " mais uma vez mordo o interior da minha bochecha, tentando controlar as lágrimas. " T-Tu vais sempre magoar-me, e-e eu vou sempre ter medo de ti... " ele nega freneticamente com a cabeça.

Zayn

Dois dias desde que ela se fechou naquele quarto e nem sequer sai para as refeições, eu ando enervado com tudo e com todos, acabando sempre por descarregar nela. Posso até dizer que foi um fim de semana negro para ela, e até para mim. Eu não me consigo controlar apenas, eu simplesmente entro dentro daquele quarto e empurro-a contra algo, e bato-lhe como se a minha vida dependesse disso. E acho que apenas o faço devido ao stress e ao trabalho que estou submetido. Eu não faço de propósito. Eu gosto bastante da Zoey, arrisco-me a dizer que ela é a melhor coisa que tenho dentro desta casa, ela traz-me alegria, ela dá-me vida mas acima de tudo consegue mudar-me para melhor. Mas com certeza eu estraguei uma relação que estava a ter bons progressos, ela estava feliz e sorria. E agora? Agora apenas vejo os seus olhos baços e sem emoção, sempre raiados de sangue e inchados.

Prisioner « zayn »  ✔Where stories live. Discover now