9. Amigo de Ali

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Caminho pela descida de concreto, ao lado a grama que cercava minha casa estava bem aparada, resultado de algumas semanas em que passei a tarde aparando a com uma máquina do vizinho.

Não acreditava que sai e minha mãe não veio atrás de mim, pois ela sempre queria saber onde ia, que horas voltava, com quem, o que ia comer. Ela é uma mãe super protetora e não tenho vergonha disso, mas as vezes isso enche o saco de qualquer filho, as vezes qualquer filho quer sair, esfriar a cabeça, ir em algum lugar com amigos e ser regulado pela mãe todas as vezes não dá; porém as vezes eu agradecia a ela em pensamentos por meu pai não estar em casa para fazer esse papel.

Quando chego na calçada que da acesso a rua, avisto Alissa do outro lado da rua com o carro de seu pai. Encostada em uma BMW vermelha, ela grita:

-Aqui Will! -A loira se mexe acenando com a mão.

Sorrio e vou em sua direção atravessando a rua e dizendo:

-Seu pai deixou você pegar o carro dele? -Digo rindo e impressionado.

-Meu pai é meu rei e deixa tudo! -Diz ela me abraçando.

-Falou a mimada do papai! -Digo rindo ainda em seus braços.

-Vamos pro shopping!! -Diz ela depois de me abraçar e me olhar sorrindo por 3 segundos sem dizer nada.

-Vamos! -Falo animado.

Alissa abre a porta direita do carro e diz:

-Primeiro os rapazes! -Ela me olha e caímos na gargalhada. -Primeiro as damas é muito cliche.

-Claro! Com certeza! -Digo rindo, entrando e sentando no banco passageiro da frente.

Dentro do carro a alguns minutos depois, tocando "It's time "de Imagine dragons, Alissa e eu nos pegamos cantando alto, animados em meio ao som que envolvia todo o carro. O refrão está quase chegando e Ali aumenta o som no último e continuamos cantando em especial ao refrão.

Abro o celular e não vejo nenhuma notificação. Abro o aplicativo de conversas e vejo que Christian está online. A animação toda acaba e eu paro de cantar eu fico olhando seu perfil online.

"Ele está falando com outra pessoa! Sim ele é muito lindo pra mim e deve ter vários ou várias aos seus pés... Que raiva ele não falou comigo!"

Pensamentos como esses rodavam na minha cabeça. Até Alissa olhar para mim dirigindo e sem tirar os olhos de uma das ruas de Portland ela pergunta:

-O que foi Will?

-Não.. -Digo bloqueando a tela do celular e guardando ele no bolso. -Não é nada!

-Eu te conheço Will! Pode falar!

-Não é nada! Já disse loira! -Digo animado tentando disfarçar a raiva que estava sentindo.

-Quando quiser conversar me fala! Eu ainda vou descobrir o porque de você está assim! Ruum.

-Só você mesmo! -Digo em um tom rindo.

Chegamos ao shopping e após estacionar o carro saímos e entramos no lugar.

Ao entrar sinto o clima gelado do ar condicionado. Alissa me olha e diz:

-Hoje já é quinta então... Vamos ter que nos apressar!

-Tudo bem!

Ali pega pelo meu braço e caminhando rápido me leva para as suas lojas preferidas. Entramos em uma, em outra e mais outra e não achamos nada, experimentamos milhares de peças e Ali não curtiu nenhuma no meu corpo, o mesmo digo dela, eu curtia as roupas nela mas ela colocava defeito em algo, era até engraçado e ao mesmo tempo irritante, uma amiga sua pedir sua opinião e ela não valer a pena pois o fogo dela não deixava ela pegar a roupa.

Entramos em uma loja de calçados e roupas de moda, eu não sei o que eu fui fazer lá, Ali só entrava em loja de roupas caras.

Andava pela loja e sentia o cheiro de roupa nova, mas também olhava o preço de cada uma de longe e me surpreendia. Uma mais cara que a outra.

Ali na frente chama um atendente que está atendendo uma idosa baixinha de cabelos ruivos, aparentemente pintados com certeza, ela usava uma camisa do Paramore.

Ali se aproxima do homem alto que aparentava ter 1,80 de altura, vestido como todos os outros atendentes homens do local, social com uma blusa branca e um colete por cima. Após chegar até ele ela diz:

-Olá senhorito pode me ajudar? -Diz ela sorrindo.

Eu fico de longe olhando e imaginando como Alissa tinha a cara de pau de impedir o cara de ganhar sua comissão, pois ia acontecer como em todas as lojas; ela iria experimentar as roupas e não iria levar nenhuma.

O homem se vira e seu sorriso me deixa encantado. Ele é lindo, pele branca, cabelos bem penteados e com uma barba bem feita. Confesso que aquele homem me atraiu bastante, ainda mais pela educação de chamar outro funcionário para atender a sua antiga e cliente e ir atender a dona Alissa. Era impessonante, Alissa conseguia tudo o que queria, até roubar um funcionário ocupado ela conseguia.

Seu colega continua o atendimento com a senhora e Alissa conversa com o atendente que ela sequestrou. Ali se vira me caçando, após me achar na frente de uma mesa de calças ela aponta para mim. O atraente atendente me olha e eu fico morrendo de vergonha. Ali me chama fazendo o movimento "Vem aqui" com suas mãos brancas com as unhas pintadas de azul, e voltar a falar com o garoto, que ao me aproximar, ele desvia o olhar de Ali e me olha disfarçadamente.

Chegando perto, os dois se viram em minha direção e Alissa me diz:

-Ele é o Anderson, um amigo meu, vai nos ajudar nas roupas.

Fico sem reação e nos dois ficamos nos encarando, eu sem reação e ele me olhando com aquele lindo sorriso que cabia perfeitamente em seu rosto.

Meia-Noite (ROMANCE GAY)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora