Capitulo 37

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Rafaella
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— Sua namorada te mandou Girássois? Rodolffo indagou, encarando o
buquê como se fosse uma coisa de outro mundo.

Eu quase sorri do seu espanto, mas a verdade é que o sorriso bobo repuxado em meus lábios se dava ao fato de que recebi aquele buquê de Girássois.

— Sim — respondi, alisando a pétala amarela

Dei a volta na mesa, peguei alguns arquivos que vínhamos analisando
naquela semana e coloquei sobre a cadeira.

— Precisamos arrumar um sistema mais prático para a empresa. Sugeri, enquanto brincava com a aliança, ainda sem encarar meu parceiro de
trabalho.

Era o último dia de Rodolffo na empresa e eu estava com medo, porém preparada para tudo. Com a ajuda de todos, eu tinha certeza de que poderia
fazer aquilo.

Pode me chamar de otimista, ou de maluca, mas eu sabia que poderia cuidar daquilo. Afinal, quando queremos algo e nos dedicamos, as coisas acabam fluindo, né?

Pelo menos era assim na teoria e alguma coisa tinha que funcionar na
prática.

— Pronta para tudo? — ele indagou, olhando ao redor da sala.

Rodolffo tinha tirado todos os seus pertences no dia anterior e naquele
momento tinha um ar mais cansado, de quem não desejava se despedir, mas tinha que fazer.

— Nunca. Eu diria que estou otimista sobre tudo. Respondi sorrindo, enfiando as mãos no casaco leve de lã que vestia.

Ele sorriu, assentindo.

— Qualquer coisa, estou à sua disposição. Deixei todos os meus
contatos. — Apontou para minha agenda de trabalho e eu assenti. — Tenho certeza de que você vai se sair bem. É dedicada e claramente tem boa cabeça quando o assunto é negócio.

Eu não sabia de nada daquilo, mas iria descobrir na prática assim como descobrir na minha empresa no Rio de Janeiro. Minha vida nas últimas duas semanas vinham sendo uma loucura.

Na tentativa de antecipar o curso de administração ao máximo, assistia aulas todos os dias e estava passando bastante tempo no apartamento de Gizelly, pois era mais rápido ir do curso até lá e não precisava viajar tarde da noite para a fazenda.

A ideia veio da minha namorada depois de passar uma noite, pois o carro
havia furado o pneu. Eu relutei em ir, pois não queria invadir sua casa e acabar dando a impressão de que estava me impondo em lugar nenhum, afinal, estamos apenas namorando.

Contudo, foi uma boa solução.

Eu tinha um pouco mais de tempo para descansar e ainda ficava perto
dela e da Sofia.

— Obrigada mesmo. — Estendi a mão, apertando a sua em sinal de
agradecimento. — Você me ajudou muito. A teoria me deu uma falsa confiança e aqui tudo quebrou. Mas você me ensinou muito e não tenho nem como agradecer.

Rodolffo sorriu e afastei minha mão da sua.

— Não precisa. — Balançou a cabeça em negação. — Fico feliz que um
de vocês estejam assumindo o controle da empresa. É o que a empresa
precisa, dos donos dela aqui.

Suspirei, sabendo que, finalmente, estávamos fazendo o certo.

Saí da empresa quase às sete da noite, já atrasada para minha aula, segurando uma pilha de documentos que iria analisar quando chegasse em casa.

Sem falar em um contrato importante que tinha que verificar antes de assinar e...

— Pelo visto você assumiu a empresa.
A voz masculina me fez virar a cabeça e encarei Loreto assustada.

MÃE POR ACASO (GIRAFA) G!P (CONCLUÍDA)Where stories live. Discover now