Capitulo 25

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Rafaella
-
Estava apaixonada.

Não era brincadeira, nem euforismo, pois enquanto Gizelly falava sobre o nascimento de Sofia, eu só conseguia rir, apoiando os cotovelos na mesa observando a forma que seus olhos ficavam mais brilhantes quando menciovana a filha.

Não era um segredo que ela e Sofia tinham uma conexão de outro mundo.
Não mesmo.

Mas toda vez que Gizelly falava da pequena, era como se sua vida se iluminasse ainda mais.

- Você cresceu tanto Gi.- Sorri quando ela fez uma pausa, encarando-me.

- Como assim?.- Indagou, bebendo um gole de vinho.

- Não sei, todas as histórias que ouvia sobre você quando fui para o Rio de janeiro e o que eu sabia quando ainda estava aqui, não faz jus a mãe que se tornou.- Falei admirada. - Eu não sabia que você tinha se tornado mãe e pensava que ainda estava na vida de canalha, bad girl de sempre.

Gizelly riu.

- Eu não uma bad girl.

- Tem pinta de uma.- Brinquei.

- Bom, quando Sofia nasceu, eu realmente entendi que a vida tinha que tomar um rumo. Eu não podia ser só uma garota que nunca se importava com nada.

Assenti.

- Fico feliz que tenha visto isso. Não parecia que você iria sossegar tão cedo quando eu sair de campina verde.

Ela sorriu.

- Eu sempre fui uma adepta do amor, mas nunca chegou ninguém que me fizesse sentir isso. E a Sosô fez. Não amor romantico, mas o amor que eu sinto por aquela pestinha loira muda tudo.- Explicou.

- Claramente mudou mesmo.- Afirmei com pesar, lembrando da conversa de mais cedo. - É engraçado o quão boa você é com ela. É admirável e que isso nunca mude, Gi.
Ela não merece nada menos do que isso.

- Ei?.- Falou atraindo minha atenção. - Fala isso por causa dos seus pais?

Neguei.

- Não e sim.. Um pouco dos dois. Eu não posso dizer que sofri coisas horrendas, mas sei que nossa infancia poderia ter sido mil vezes melhor se meus pais fossem sinceros desde o principio.-Encolhi os ombros.

- O que sua mãe falou foi tão sério assim?

- Só traição. E deveria ser mais dificil para o Tato.- Respondi com medo. - Ele não é filho biológico do meu pai. E ainda bem que a minha mãe não fez a homenagem de colocar o nome dele igual ao do meu pai, pois agora parando pra pensar a homenagem seria ridícula.

- Sinto muito deusa.- Segurou minhas mãos.

- Não vamos estragar o momento, continue falando da nossa pequena.- Pedi animada.

Ela negou.

- Não estragou nada. Vamos falar sobre o que você estar sentindo.

Sorri com o pedido.

- Não, vai estragar a nossa noite e não quero isso.

Gizelly passou o indicador por minha testa, desfazendo os nós que se formavam ali.

- Fala comigo, deusa..

O pedido me desarmou.

- Eu sinto raiva e mágoa.- Fiz uma pausa para poder respirar fundo. - Quero proteger meu irmão, mas sei que ele deve saber disso uma hora ou outra.
Ela assentiu.

- Deve sim. Renato merece saber!.- Beijou meus dedos.

- Preciso ter coragem para contar.
A coragem parecia a última coisa existente dentro de mim. Estava longe de ser forte e presente, mas se eu fui atrás da verdade, então saberia entregá-la ao meu irmão uma hora ou outra.

MÃE POR ACASO (GIRAFA) G!P (CONCLUÍDA)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora