Capitulo 15

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Rafaella
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Acabei apagando durante toda a manhã e acordei com algo cutucando minha orelha. Virei para o lado contrário e afundei a cabeça no travesseiro, sentindo o colchão da minha cama afundar ao meu lado. Em seguida, alguém beijou meu rosto, dando uma risadinha gostosa.

A ressaca moral do dia anterior pegou feio, pois quanto mais eu pensava em Gizelly, em mim e na situação, mais me dava vontade de  me esconder.

- Vamos tia Rafa, acorda.
A voz infantil me fez abrir um olho e ver o rosto de Sofia ao lado do  me observando-me atentamente.

- A mamãe vai levar a gente no rio. Tem lanchinhos na cesta e ela fez bolo de chocolate.

- Fiz não, fizemos Sosô.- corrigiu a filha com uma risada sapeca e levantei a cabeça.

Vi Gizelly parada na porta do meu quarto, com os braços cruzados e um sorriso irresistível no rosto. Engoli em seco e pensei no que faria com aquela mulher tão linda ali.

Ela não tem um defeito sequer.

- Não posso ir.- Gaguejei as três palavras, e ela arqueou a sobrancelha.

- Ah, voce prometeu titia.
A voz de Sofia me faz suspirar com pena de dizer não a ela.

Não era justo ser passada para trás por uma garotinha de cinco anos, af.

Virei-me, pegando-a nos braços e a colocando contra meu colchão enquanto fazia uma série de cosquinhas em sua barriga. Ela gargalhava, pedindo para parar até que o fiz, encarando seu rostinho corado.

- Ok, mas só porque voce é muito, muito fofa.

- Eu sei.- Deu os ombros, saindo da cama e correndo em direção a mãe dela. – Se arrume. – Ela me lançou um olhar apressado. A minha vovó emprestada disse que tinha doces na cozinha.

- A vovó tem sempre os melhores doces do mundo. Corre lá.

Ela aiu pelo corredor e Gizelly ficou para trás, encarando-me com intensidade. Estava sentada no meio da cama e ela se aproximou, encostando os joelhos sobre o colchão. Enfiou as mãos no bolso da calça e parou, pensativa..

- Bom, eu acho que..

- Não vou deixar voce falar que foi um erro.

Sorri pra ela.

- Estou com um conceito tão baixo assim?

- Sim, Rafa, voce sempre pensa demais nos prós e contras.- Falou e abri a boca em choque, levantando-me da cama.

- Sim, Gizelly, eu penso muito em tudo, porque o desejo abacá. Mas a amizade que temos é de anos, Gi. E eu não vou perder tudo por causa de...

Ela segurou meu rosto, forçando-me a encará-la e o simples toque em meu rosto me fez ficar quieta.

- Quem disse que precisamos perder tudo, Rafa?

Engoli em seco.

- Eu só preciso de voce.

- Nã...

- Sim, Rafa, eu não sabia que precisava de voce até te ter em meus braços.- decretou, deixando-me em choque. – Eu sei que tem medo e sei que não vou te  fazer acreditar facilmente em meus sentimentos, mas  sabe bem que quando se trata de voce, eu não desisto. Eu não vou te obrigar a ficar comigo, nunca o faria. Voce tem a liberdade de decidir o que quer e eu não vou te pressionar.- Beijou minha testa com carinho antes de se levantar e se afastar.

Encarei o nada com a mente rodando em confusão.

- Te vejo lá fora, deusa.- Piscou um dos olhos e fechou a porta, e eu deixei meu corpo cair novamente contra a cama.

MÃE POR ACASO (GIRAFA) G!P (CONCLUÍDA)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora