Capitulo 1

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Sebastião Fernandes
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                         Ano de 2001
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A fazenda novo horizonte, naquele momento estava escurecendo lentamente, enquanto o horário avançava. O céu estava parcialmente nublado, dando indícios de que uma grande tempestade estava a caminho.

- Vai mesmo fugir?.- A voz de Genilda  me travou no lugar, enquanto pegava a chave da caminhonete.

- Sim.- Respondi, não querendo estender o assunto.

- Voce sabe que fugir não resolve nada né?.- Eu a encarei e vi seus ombros desnudos pelo vestido sem mangas e o rosto encharcado pelas lágrimas recém derramadas.

Lágrimas essas que não eram por mim, nunca seriam por mim.

Naquele dia foi o enterro de Damião Barroso, um ex amigo e ex namorado de Genilda, com quem não falei mais desde que me casei com ela. Mas nunca estive preparado para descobrir o que ela me contou em meio suas crises e seu estado alcoólico.

- Não pode me julgar por amá-lo, Sebastião , não quando voce me trai com a cidade inteira.

Sorri de leve.

- Isso só acontece porque voce nunca está presente, Genilda. Eu nunca sei quando estou falando com a minha esposa com a duplicata bêbada.

Ela suspirou, encarando qualquer ponto na sala.

- Voce se recusa a aceitar que tem um problema com o álcool e eu me recuso a ficar.

- Meu filho não vai com voce .- Falou firme, referindo-se a Renato. De tudo, o que era mais doloroso era saber que aquele garoto não me pertencia.

- Eu não preciso do Renato, apenas da Rafaella.- Decretei, desviando meus olhos dela e saindo da casa.

Enquanto caminhava em direção á saída, ouvi seus passos em meu encalço.

- Sebastião se voce sair por essas porteiras, nunca mais volte.- Falou e eu não parei.

Caminhei até a caminhonete e coloquei ali uma mala rápida que eu fiz. Vi Rafaella brincando no balanço e me aproximei da minha menina abaixando-me em sua frente e atraindo um sorriso seu. Sorri em sua direção sentindo meu peito ameaçar a se partir com a saudade que sentiria da minha família. Entretanto seria um pai horrível se eu ficasse.

- Papai o que houve?.- Rafa indagou, franzindo o cenho.

- Nada meu amor. Vem com o papai para um passeio?.- Levantei-me estendendo a mão.

- Tudo bem.- Ela pulou do banco fazendo os cabelos castanhos balançarem.- O Tato também vai papai?.- Ela perguntou.

Assim que ela mencionou o nome de seu irmão automaticamente eu engoli em seco.
Amar por anos um menino que não é meu filho me magoou, mas acho que magoou ainda mais saber que nada naquele garoto era meu.

- Não, o tato vai ficar treinando.- Falei avistando ele montando em cima do meu cavalo preto junto a um dos funcionários da fazenda.- Vamos ao rio que fica próximo a casa da Saldanha.- Disse investindo em minha conversa com Rafaella, sabendo que ela aceitaria com a proposta de ver os amigos.

E ela aceitou, entrando no carro comigo e estendendo a mãonzinha pela janela, despedindo-se da mãe na entrada da nossa antiga casa.

O carro era dirigido quase que no automático, pois minha mente pensava em tudo o que Genilda me falou. Nunca houve gritos, nunca houve exaltação... Suas revelações eram sempre assim, silenciosas, contudo machucavam mais do que qualquer tapa na cara.


O grito de Rafaella me despertou e desviei de um animal que cortava a estrada, mas enquanto tentava reverter a situação, a estrada de chão liso me fez perder a direção e sair da pista, capotando.

A última coisa que ouvi foi o grito e o choro da minha filha..

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Eis que eu disse que não iria mais escrever fanfic nenhuma, masss eu sou uma piada pra mim mesma então.. cá estou eu né kkk. Espero que gostem do primeiro cp, caso não eu finjo que foi um surto e apago!🤡. No mais mesmo esquema das outras, não esqueçam de comentar e deixar uma estrelinha aqui pra irmã hahah!🫶🏻.

Volto logo!

MÃE POR ACASO (GIRAFA) G!P (CONCLUÍDA)Where stories live. Discover now