Capitulo 9

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Rafaella
-
Abri a janela do quarto, encostando-me no parapeito e sentindo a brisa leve da manhã batendo contra meu rosto.

Ainda eram cinco e pouca da manhã e acordei sem nenhuma vontade de continuar dormindo.

Ouvi a vovó mexendo nas panelas e me espreguicei. Peguei o celular e tirei uma foto do João de Barro  que saia do ninho.
Sorri e postei no status, desejando um bom dia.

Deixei o aparelho de lado e sai do quarto, arrastando  o pé e puxando  meu pijama para baixo. Vi que Renato já estava  ali sentado em uma das cadeiras de balanço ouvindo as primeiras programações da rádio local da cidade.

- Bom dia.- Sussurrei, apoiando-me na mesa.

- Caiu da cama cabeçuda?.- Tato indagou com um sorriso de lado.

- Não consegui mais dormir. Vou sair para caminhar um pouco e quem sabe...

- Voce não vai andar a cavalo, Rafaella.- Meu irmão  decretou.

- Porque não? Eu sempre andei e..- Tentei dizer.

- Quando voce não tinha sofrido o acidente de carro, antes de voce ir embora, e bem antes de voce cair e se machucar, Rafa..- Exclamou, apontando para a cicatriz em minha perna.

Cicatriz essa pequena que eu obtive depois que eu cai do cavalo andando pela primeira vez.

Eu me calei, encarando meu irmão com raiva.

Não era a primeira coisa que eu ouvia sobre meu acidente, porém era a primeira vez que eu ouvia alguém que eu amava dizer.

- Renato. A cicatriz é pequena, não tem nem como ver direito. E sobre o acidente com o papai foi de carro e mesmo assim eu ando de carro e voce não reclama. Eu não vejo problema nenhum andar a cavalo novamente.- Disse em minha defesa e me afastei da mesa, virando de volta em direção ao quarto.

- Rafae...- Ele tentou.

- Não quero saber.- Rebati cansada, entrando no corredor e  me tranquei no quarto.

Eu me encostei na porta e senti uma dor de leve no peito, um nó na garganta e meus olhos ardendo, pedindo libertação.
Inspirei fundo, pois não iria chorar pela
grosseria do meu irmão.

Não iria chorar.

Mas não queria dizer que aquilo me impedia de ficar triste.

Meu celular vibrou sobre a cama, aproximei-me, ligando o visor e a mensagem carinhosa de Gizelly estava ali.

Não respondi, no entanto. A raiva que eu estou sentindo do meu irmão estragou meu dia. Eu  precisava sair de casa e me distrair até que meu irmão babaca fosse a última  coisa que passasse em minha mente.

Duas horas depois, meu carro parou na praça principal da cidade. 

A movimentação das sete da manhã era de crianças  sendo levadas para a escola,  pessoas indo para o trabalho e carros transitando.

O centro de campina verde ficava a uma hora e meia fa fazenda e tinha de  tudo, desde empresas pequenas, médias e grandes.

Sai do carro com cuidado. O modelo era um dos meus preferidos do mercado atual e era completamente apaixonada pela aquisição desde que comprei.

Vi que a padaria da Soraya  ainda se localizava de frente para a praça e estava a todo vapor a esse horário. Atravessei a rua na primeira oportunidade que tive e entrei no local, pedindo um café forte e um pão doce recheado com queijo.

Sentei-me em uma das mesas, atraindo alguns olhares curiosos. Sorri e cumprimentei alguns conhecidos, quando fui interceptada por soraya, uma mulher de mais ou menos quarenta anos.

MÃE POR ACASO (GIRAFA) G!P (CONCLUÍDA)Where stories live. Discover now