Capitulo 17

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Rafaella
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- Voce só pode estar ficando louca, Gizelly.- Falei ao celular, enquanto arrumava minha mala para uma viagem rápida até a capital.

A cidade da minha mãe era um pequeno vilarejo que acabou se tornando um município com o tempo e sabia que ela vivia lá há anos. Porém, nunca tive coragem de me aproximar, sabendo que se ela não vinha até nós era porque ela não queria e nem se importava.

Mas ali estava eu, vencida pela curiosidade e medo.

Sim, havia medo em meio a todas aquelas cartas dedicadas àquele homem.

Principalmente, porque uma parte de mim dizia que realmente deveria ter medo de como ficaria as coisas caso tudo aquilo viesse á tona.

Porém, engoli o medo e decidi ir.

Meu irmão ficou surpreso com a minha viagem do nada para a capital do estado e eu disse que era uma viagem a trabalho, que estava vendo sobre a possibilidade de montar um escritório lá.

Obviamente era uma grande mentira.
Eu nem cheguei a pensar e nem cogitar a possibilidade de abrir meu escritório aqui. A filial dele é no Rio de Janeiro e estamos  prestes a abrir outro em SP.

E, sinceramente não estava preocupada com nada daquilo naquele momento.

- Não, eu estou decidida. Já falou com a sua família?.- Sai do meu transe quando Gizelly indagou claramente mudando de assunto.

Eu não a deixei ir para a viagem comigo, mas ela se convidou e já até comprou a passagem no mesmo vôo que o meu, apesar dela ter seu jatinho particular.

A viagem daqui até a casa da minha mãe levaria um dia e meio, pois precisávamos pegar um carro para o aeroporto da capital e de lá um avião até o vilarejo, que era um dos pontos turísticos da cidade.

Sinceramente? Era claro que eu queria a companhia de Gizelly, mas estava com medo sem falar que ela tinha a vida dela.
Não fazia o menor sentido ela abandonar tudo para me acompanhar.

- Sim, tudo certo por aqui.- Respondi no automático, pegando as cartas da mamãe e colocando em um dos bolsos menores da mala.

Era uma bagagem pequena para no máximo uma semana. Eu tinha o endereço o último endereço dela, e sabia que se ela não quisesse me ver eu teria que aceitar aquilo.

- Não acha que é melhor falar com o Renato antes? Estive pesquisando sobre Damião, mas só tem os filhos na cidade. Aposto que nenhum deles sabem sobre isso.

Concordei com um resmungo.

Era difícil entrar em contato com a família de Damião, pois só tinha os filhos e a matriarca. Os mais novos não saberiam da história e eu poderia acabar dando uma noticia indesejada á velha senhora.

Não queria matar ninguém do coração, nem revelar uma traição.

- Não. Renato fica muito mexido com tudo sobre a nossa família. Acho melhor deixar para depois.- falei com convicção. – E eu não quero machucá-lo antes de ter certeza de tudo. Depois não posso evitar nada, mas se  puder por hora evitar, irei.

- Ok, Ok. Falei com a minha mãe e ela vai ficar com a Soso. Não sabe que viajaremos juntas, pois não queremos uma brincadeira indesejada e com segundas intenções.

Sorri, mas não queria fazer aquilo.

Sinceramente, a idéia de Gizelly ao meu lado por uma semana  era assustadora por aquele motivo. Eu não conseguiria me manter forte com ela ao meu lado, pois a cada momento as memórias daquela noite voltavam com mais força e mais sufocante se tornava.

MÃE POR ACASO (GIRAFA) G!P (CONCLUÍDA)Where stories live. Discover now