Capitulo 12

995 90 29
                                    

Rafaella

-
Senti meus olhos procurando por ele, no instante em que atravessei a sala do evento da empresa’’SN COMUNICAÇÃO.’’, ignorando que Renato aguardava e observava meus movimentos com o braço enlaçado ao meu.

Meu irmão quase nunca se vestia socialmente e por muito tempo se recusou a assumir as empresas que meu pai deixou, mas depois de um tempo e uma quase falência por causa da má administração dos CEOS que passavam por aqui, ele finalmente se deu por vencido e cedeu.

Ele não trabalhava ativamente na sede, pois nunca seria sua vibe estar dentro de um escritório vinte e quatro horas por dia, mas vinha com freqüência.

Estava por dentro dos relatórios da empresa e sabia sobre tudo que acontecia aqui.

Era aniversário de trinte e cinco anos da SN comunicação e estavam presentes praticamente todos os empresários mais importantes do nosso circulo.

Consegui ver Antonio próximo ao irmão, seguido de alguns dos meninos. Sorri quando Antonio balançou a mão discretamente cumprimentando-me de longe.

- Voce tem um admirador.- Renato falou em tom ácido, enquanto o amigo dele sorria em nossa direção. – Deveria me preocupar?

- Claro que não Tato, sou bem grandinha.- Respondi encarando-o 

Renato estava vestido com uma camisa social branca, dentro de um terno escuro e estava formal demais para quem só vivia dentro de calças jeans e camisas surradas.

Nem todo dinheiro do mundo salvava os looks que meu irmão arrumava pra usar na fazenda.

Eu sinceramente esperava que a futura esposa dele não fosse tão ligada em aparência, pois seria um caos tentar mudá-lo.

- Voce está bem bonito hoje.- Falei sorrindo.

Ele revirou os olhos.

- Vamos, estão todos nos olhando.- Disse caminhando comigo em direção ao meio do salão.

Renato estava marcando presença como fazia anualmente, mas nunca subiria no palco para falar nada, deixava aquilo para os representantes da empresa que sabiam bem como agir.

Sinceramente, diferente de todos os fazendeiros da região, meu irmão  odiava todo o exibicionismo que aquilo exigia dele.

Sempre foi assim.

Talvez, porque quando era meus pais, aquilo acabava dando muitos  comentários, afinal, eles sempre foram mestres em chamarem a atenção.

Muita coisa ficou marcada pelo relacionamento abusivo deles.

Dava para notar em tudo, desde ao fato de não mantermos mais funcionários dentro da nossa casa, pois acabava saindo  muita fofoca e, muitas  vezes, alguns contratados só queriam saber o que aconteciam lá dentro.

- Voce está bonita também, cabeçuda.- Falou com a mão em minhas costas.

O gesto de cavalherismo que meu irmão teve ao se inclinar para puxar a cadeira para mim, atraiu alguns olhares.

Vi um grupo de homens se aproximando para cumprimentá-lo e me sentei. Olhei ao redor enquanto ouvia Renato falar com os colegas de trabalho.

Nenhum amigo, apenas conhecidos e colegas mesmo.

Meu irmão não tinha amigos, nunca teve.

- Rafaella?

Um deles indagou e eu levantei o olhar, encontrando-o sorrindo.

-  A menina Fernandes. Faz tempo que não vem á cidade.

Sorri e me levantei, estendendo a mão.

O homem desconhecido a pegou entre os dedos , beijando o dorso de modo demorado e senti o incomodo correndo por todo meu corpo.

MÃE POR ACASO (GIRAFA) G!P (CONCLUÍDA)Where stories live. Discover now