CAPÍTULO 73 - Desilusão | Parte II

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- Cecília, respira, vai... Está um pouco melhor? Mas que história sem pé nem cabeça é essa? - questiona Elisa, completamente perplexa com o relato da amiga.

Cecília tinha o nariz vermelho e os olhos inchados de tanto chorar. Ela tentava, mas simplesmente não conseguia parar. A imagem daquela mulher ao lado de Alberto... Lembrava da conversa que tiveram pela manhã. Ela dissera que iria cancelar o passeio com Elisa e ele insistira para que ela fosse se encontrar com a amiga. Aparentemente ele havia planejado tudo para Cecília não estar em casa, mas os dois acabatam dormindo, é o que ela imaginava. Será que ele tinha se arrependido de assumi-la como esposa? Uma simples professora primária?

- Tudo que eu queria era apagar aquela cena da minha memória - diz Cecília, ainda vertendo lágrimas. Ela não conseguia parar de chorar. - Toda hora essa maldita lembrança vem à tona...

- Fica aqui o tempo que você precisar - oferece Elisa. - Vou adorar ter a sua companhia enquanto você e Alberto não sentam para conversar.

- Eu não tenho nada pra conversar com o Alberto! Absolutamente nada!

- Mas você precisa escutar o que ele tem pra falar. Ainda que seja pra vocês se separarem, vocês vão precisar ter uma conversa... - insiste a amiga.

- Eu não tenho a mínima condição de olhar na cara daquele homem, imagina conversar com ele! Não tem a mínima condição! - Cecília para de falar, põe a mão na boca, pois está sentindo muita náusea.

- Cecília, o que foi? Você está se sentindo mal?

- Desde que eu vi os dois lá deitados juntos eu estou com vontade de vomitar!

- Isso deve ser emocional, amiga... Vou fazer um chá de camomila pra você se acalmar, tá bom? Eu já volto - diz Elisa, indo em seguida até a cozinha.

Cecília estava devastada. "Por que ele fez isso? Por quê?" Perguntava-se ela. Será que não conseguiu ficar com uma mulher só? Será que sentia falta da vida livre que levava antes dela? Será que ela não era boa o bastante para ele? Sentia-se um lixo. Tinha raiva de Alberto, mas também tinha raiva de si mesma. Ela prometera jamais entregar-se a um homem novamente, mas acabara quebrando sua própria promessa. Como ela queria que tudo fosse um pesadelo! Queria acordar no dia seguinte e ver que nada daquilo havia acontecido. Mas, infelizmente, era verdade. Como ela iria viver a vida dali em diante ? Seu coração estava despedaçado.

***

- Cara! Como isso foi acontecer? - Caio indaga Alberto a respeito de todo o mal-entendido. - De onde essa tal mulher brotou, pelo amor de Deus?

- Não sei, Caio, eu não sei! Eu estava aqui, lendo os processos e devo ter dormido! - responde Alberto.

- Sim, mas como essa mulher sabia que você estaria só em casa, e mais, adormeceria e dormiria pesado? Sim, porque pra te colocarem no sofá, ou ela teve a ajuda de um homem ou foram várias pessoas. Porque, convenhamos, tu é um cara bem grande!

- Isso é fácil de descobrir. É só olharmos as câmeras. Mesmo assim, já vai ter feito um baita estrago. Não sei se tem conserto - reflete Alberto.

- E até que você explique pra Cecília que focinho de porco não é tomada...

- Pois é... A merda já foi feita. Ela já está pensando as piores coisas a meu respeito, já passou mal aqui, e ainda se arriscou, saindo que nem louca dirigindo...

- Pois é... E olha que normalmente ela já é bem nervosa no volante... Mas fica calmo que a Elisa já avisou que a Cecília chegou inteira no apartamento dela.

- Depois agradeça a Elisa por avisar que Cecília está lá com ela... - pede Alberto.

- E agora, Alberto, o que você pretende fazer? Vai procurá-la?

Casal Por Contrato Where stories live. Discover now