CAPÍTULO 9 - Os termos do contrato | Parte 2

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- Bem... Então, me diga... Quem é Alberto Callegari?

- Não sei bem... Nunca pensei a respeito... Sou advogado, dedico uma boa parte do meu tempo ao meu trabalho.

- Você gosta da sua profissão? - pergunta Cecília.

- Bem... Sim... Gosto...

- A fama dos advogados não é das melhores... - diz ela.

- Sei disso. Por isso mesmo procuro fazer meu trabalho de forma honesta. Bom... Quer dizer... Até esse testamento cruzar meu caminho...

- Digamos que isso seja uma questão que diz respeito ao herdeiro Alberto Callegari, e não ao advogado Alberto Callegari - sugere ela.

- Tem razão... Olha, você daria uma boa advogada, hein...

- Você é sempre assim espirituoso?

- Na verdade, não. Não sou o tipo sorridente. Tem muita gente que me chama de mal-humorado.

- E você é? - instiga ela.

- Tenho meus momentos.

- E o que eu devo fazer quando eu der de cara com seus momentos de mal-humor?

- Me dar uma cotovelada...

Ela ri.

- Estou falando sério.

- Vou tentar me lembrar disso.

- Minha vez de perguntar... Quem é Cecília Petri?

- Sou professora em uma escola para alunos de classe alta. É um trabalho que me exige muito, mas sou bem remunerada para isso. Ainda assim, me vi em apuros com a tal dívida sobre a qual lhe falei.

- E você gosta da sua profissão?

- Sim. Bastante. Tem outras coisas que almejo na vida. Mas, no momento, estou satisfeita.

- Me diga, Cecília, você já teve algum relacionamento estável? Ou casamento?

- Sim. Já fui casada. Estou divorciada há um bom tempo.

- E o que deu causa ao divórcio?

- No momento não gostaria de falar a respeito... É algo que me abalou profundamente... Talvez mais pra frente possamos voltar a falar no assunto...

- Não precisa me contar, se não quiser...

- E você? Já foi casado? Teve algum relacionamento estável? - ela devolve a pergunta.

- Sim. Já fui casado. Assim como você, é uma história que ainda é difícil para falar a respeito... Como você disse, talvez mais pra frente... Sou viúvo.

- Nossa, Alberto... Eu sinto muito...

- Tudo bem... A vida nos dá algumas rasteiras... Mas temos que continuar, não é mesmo... Não temos escolha...

- Então você atenderia às exigências do seu tio... Não fosse a perda da sua esposa... Não foi bem por escolha sua o fato de você não ser mais casado...

- Sim, é verdade... Mas as coisas são como são, não é mesmo? E aqui estamos nós... Combinando nosso casamento de mentira... - reflete ele.

- Nem me diga... E eu, que não queria mais nem ouvir a palavra "casamento"... Aqui estou eu, prestes a me casar com você...

- Eu também não tinha mais planos de me casar... E me aparece esse bendito testamento...

- Bem, deixemos esse assunto dos relacionamentos que tivemos para uma outra oportunidade... Já que ainda nos traz muito desconforto falar sobre eles... - diz Cecília.

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