CAPÍTULO 24 - A despedida de solteiro

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- Vamos lá, Alberto, que demora! - diz Caio dentro do carro, falando ao telefone com o sócio - Eu já estou aqui fora faz tempo, cara! Ô lerdeza! A pessoa consegue se atrasar para a própria despedida de solteiro!

Algum tempo depois, Alberto aparece e entra no carro de Caio.

- Nossa! Até que enfim! - exclama Caio.

- Olha, não me leva a mal, tá, mas eu não tô muito disposto a aguentar gracinha de ninguém com essa história de despedida de solteiro. Me fala, o quê que vocês estão aprontando?

Alberto e Caio eram amigos de infância. Frequentaram a mesma escola e também a mesma faculdade. Acabaram seguindo a mesma profissão e se tornaram sócios. Tinham um pequeno grupo de amigos próximos, alguns também amigos de infância, outros de faculdade. Às vezes se reuniam todos para algum churrasco, bebiam, jogavam cartas e videogame, falavam bobagens.

- Ninguém tá aprontando nada, cara. Vamos, melhora essa cara de mal humor aí, vai. Vai ser bom pra espairecer. Faz tempo que a gente não se reúne com a turma. Só trabalho, trabalho... Deixa de ser azedo, cara! - diz Caio, dando a partida no carro.

- Olha só, já vou te dizendo pra não ficar insistindo pra eu tomar um porre, porque não vai rolar. Imagina se eu encho a cara e começo a falar o que não devo - lembra Alberto. - E nem você também não vai tomar porre nenhum. Você também não pode se dar ao luxo de encher a cara e dar com a língua nos dentes, tá me ouvindo?

- Tô sabendo, Alberto... Você me lembra disso umas dez vezes por dia...

- Pois é, meu caro sócio, e estou lembrando mais uma vez que é pra não perder o costume. Pode cuidar de ficar bem sóbrio, viu...

- Tá... Tudo bem... Não vou tomar porre nenhum... Satisfeito?

- Muito. E, vem cá, aonde é essa tal despedida de solteiro misteriosa que ninguém quer me contar, hein?

- Você já vai ver - responde Caio. - Mas não fui eu que organizei nada, não. Foi o pessoal. Se não gostar, não vem me encher os ouvidos não, viu...

Eles chegam a uma chácara próxima da cidade. Os amigos já estavam todos lá. Haviam contratado um churrasqueiro, colocado algumas máquinas de jogos antigos, mesa de poker, videogame e muita bebida. Até então, nada diferente do que costumavam fazer normalmente, com a diferença que tinha gente para assar o churrasco e servir.

Quando Caio e Alberto chegam todos fazem uma baita algazarra. Não poderiam deixar de questionar Alberto sobre esse namoro e casamento relâmpago.

- Pô, cara, tava escondendo o jogo? Literalmente namorando escondido? - pergunta um dos amigos.

- Achei melhor assim. Eu sei que todo mundo queria me ver comprometido faz tempo, ia gerar muito estresse tanto pra mim, quanto pra ela. Então ficamos um tempo namorando em segredo. Mas finalmente resolvemos abrir o jogo - explica Alberto.

- E já anunciando casório e tudo! Essa mulher deve ser muito foda, meu camarada! Teve a perícia e a destreza de fisgar o partido mais cobiçado das redondezas! - retruca o amigo.

- Nós aqui da turma da advocacia já conhemos a sortuda. Alberto foi com ela no jantar da Ordem dos Advogados - diz um outro colega - Pensa numa mulher linda!

- Não podia ser diferente, né... Pro Alberto largar essa vida de fornicação, só sendo linda mesmo... E boa de cama, imagino, porque pra dar conta do fogo desse aí...

- Fala aí, Alberto, você acha mesmo que vai dar conta de transar com uma mulher só daqui em diante?

- Se eu achasse que não dava conta, eu não pediria ela em casamento, ué... - responde Alberto.

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