CAPÍTULO 8 - Os termos do contrato | Parte 1

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Alberto estaciona o carro do lado de fora do prédio de Cecília. Era um condomínio de classe média, localizado numa vizinha tranquila da cidade. O tipo de condomínio que tinha uma boa estrutura de lazer, piscina, quadra esportiva, salão de festas, churrasqueira. Enviou uma mensagem avisando que a estava aguardando do lado de fora. Ele viera buscá-la para o almoço que haviam combinado a fim de decidirem as cláusulas contratuais. Escolheram um restaurante conhecido, que ficava em um famoso Shopping Center da cidade. A ideia era mesmo serem vistos. Precisavam transparecer ao máximo que o relacionamento era real. Alberto não sabia bem o que esperar, estava um pouco apreensivo. De repente, seu celular toca. Achou que fosse Cecília, atendeu imediatamente, sem prestar atenção de onde vinha a ligação.

- Alô, Cecília? - diz ele.

- Você só pode estar de brincadeira comigo, Alberto - responde a voz do outro lado.

"Milena? Que merda! Achei que fosse Cecília!" Pensa ele.

- Desculpa, estava esperando um telefonema, não prestei atenção na identificação da chamada - desculpa-se ele.

- Vem cá, posso saber quem é Cecília?

- Claro que pode. Cecília é minha namorada - responde ele, sem rodeios.

Milena fica em silêncio.

- Alô? Milena? Tá me ouvindo?

- E desde quando você tem namorada, Alberto?

- Me desculpa, Milena, mas eu não tenho que te dar satisfações a respeito da minha vida pessoal.

- Você não tem lido minhas mensagens, resolvi te ligar - diz ela, sem comentar resposta um tanto grosseira de Alberto.

- Tenho estado bastante atarefado.

- Mas pra atender o telefone, achando que é a tal Cecília, você tem tempo... - retruca ela, aborrecida.

- Sim, Milena, é natural, ela é minha namorada.

- Bom, só queria saber se você confirmou presença no jantar da Ordem dos Advogados.

- Ainda não, mas devo confirmar em breve.

- Me diga, Alberto, por acaso eu conheço essa sua namorada?

- Não creio. Ela não é do meio jurídico. Ela é professora.

- Entendo. Gostaria de conhecê-la qualquer dia desses.

- Não se preocupe, você vai.

- Estarei com ela no jantar da Ordem.

- Ah... Sim... É claro...

- Posso te ajudar em algo mais?

- Não. Era só isso mesmo. A gente se fala outra hora - despede-se, Milena, meio desconcertada.

- A gente se fala - diz ele, desligando o telefone.

Alberto olha para fora da janela do carro e vê Cecília saindo do portão do condomínio. Cecília estava muito bonita. Ela usava roupas despojadas, afinal de contas, era um almoço no shopping. Ela usava um short relativamente curto, deixando à mostra um belo par de pernas. Uma blusa branca bem comportada, de renda, que lhe conferia uma sensação de frescor. Ficou até atordoado. Estava ainda mais bela do que a primeira vez que a vira em seu escritório. Desde então, só havia mantido contato com ela por telefone. Para ser bem sincero, ele já não lembrava com clareza de suas feições.

Ele dá uma leve buzinada para que ela o veja. Ela então caminha até ele. Alberto sai do carro para cumprimentá-la e gentilmente abre a porta do carro para que ela entre.

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