CAPÍTULO 59 - Milena e Nathan

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- Caralho, Milena! Você vai mesmo lá dentro da penitenciária falar com esse cara? - Mário questiona. Os dois estão sentados no carro do primo de Alberto, parados do lado de fora do presídio.

- Segundo minha informante, o casamento daqueles dois definitivamente se consumou. Então não podemos mais alegar que é mera fachada. Vamos ter que separar os dois na marra, antes que completem um ano de casados.

- Você acha mesmo que o meu primo vale todo esse esforço a ponto de te fazer se meter com um criminoso? - questiona Mário.

- Você quer a grana da herança ou não quer?

- Olha, querer, eu até quero. Mas não estou disposto a fazer qualquer maluquice por causa de dinheiro, não.

- Covarde! É isso que você é! - grita Milena.

- Escuta aqui! - diz Mário, puxando o braço de Milena - Você pode me chamar do que você quiser, eu estou pouco me fodendo pra o que você acha de mim! Só não vou cair no seu jogo! Se você acha que consegue me manipular, está redondamente enganada! Não vou me meter em roubada por sua causa! Você é louca, Milena! Louca!

- E você é um frouxo! Tá com peninha do seu priminho, é? - provoca ela.

- Vou te avisar mais uma vez! Separar os dois não significa que o Alberto vai te querer, põe isso nessa sua cabeça doente! Principalmente se ele ao menos sonhar que você tá metida numa coisa dessas! - alerta Mário.

- Da minha vida cuido eu! - retruca Milena. - O que você e eu temos em comum é o objetivo de separar os dois. E é só isso. - Milena sai do carro aborrecida, batendo forte a porta. Mário, igualmente aborrecido, dá partida no carro e vai embora, deixando-a para trás, sozinha. Ela vira as costas e caminha em direção à entrada do presídio.

A verdade é que Milena estava pouco se lixando para a história do testamento. Era só um pretexto para ter o empenho de Mário na tentativa de separar o casal. Tudo que ela queria era ver Alberto novamente disponível, a qualquer custo. Desde que Alberto ficara viúvo, ela esteve sempre na cola dele. Ele nunca dera a mínima bola para ela. Como ele mesmo já havia dito a Cecília, tentava tolerar Milena por causa da memória de Catarina. Contudo, ele nunca dera o mínimo espaço para que a advogada flertasse com ele. E, de repente, para aumentar a raiva e a frustração dela, Alberto apareceu, Deus sabe de onde, com Cecília e foi logo se casando com ela. Milena estava possessa. Tinha a esperança que o casamento fosse mera fachada, que ao final do prazo estipulado pelo testamento, Alberto estaria novamente disponível. Mas quem, em sã consciência, se negaria a ser de fato uma esposa para ele?

- É aquele ali, doutora - aponta um funcionário da penitenciária.

- Obrigada - Milena agradece.

Ela observa Nathan de longe por um tempo. Os detentos estavam no banho de sol. Ele fazia exercícios em alguns equipamentos disponibilizados no pátio. Era um homem forte, de porte atlético, pele morena, cabelos lisos e escuros, olhos castanhos. Era muito bonito.

- Mas olha só... Não é que aquela sonsa tem bom gosto? - diz Milena para si mesma. - E depois de se divorciar de um cara desses, ainda fisgou o Alberto. O quê que esses caras vêem naquela insossa da Cecília?

Ela caminha até Nathan. Os outros detentos a acompanham com o olhar. Não é todo dia que uma mulher alta, esguia e de tão boa aparência circulava naquele lugar. Ela parece não se importar com os olhares indecorosos dos homens.

- Nathan? Nathan Nunes Campos? - chama ela.

***

- Isso, Caio, amanhã os empregados não estarão em casa. Vou sair com a Cecília, aí você recebe os técnicos lá em casa - diz Alberto ao telefone, falando com o sócio. - Quando acabarem o serviço, me avisa, pra eu saber que já posso voltar pra casa. Ah, só mais uma coisa, só você e eu estamos sabendo disso... Obrigado, tá... Me desculpa te dar esse trabalho... Mas é algo realmente necessário. A gente vai conversando - despede-se ele, desligando o celular em seguida.

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