𝚎𝚜𝚝𝚊𝚖𝚘𝚜 𝚒𝚗𝚍𝚘 𝚙𝚛𝚊 𝚌𝚊𝚜𝚊.

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Todas as festas de Tony exigiam um período de recuperação pós-festa, no qual o grupo principal continuava no salão bebendo mais para melhorar, conversando, jogando ou se recuperando de uma bebida excessiva. Tornou-se uma coisa normal, especialmente porque a nossa primeira noite foi interrompida por Ultron, e eu nunca consegui ver se conseguiria levantar o martelo de Thor.

Eu estava convencida de que Natasha poderia levantar se quisesse, ela só não queria aparecer para os meninos. Mas, novamente, ela tinha um passado sobre o qual raramente falava, e pelo o que eu ouvi, eu entenderia se ela não quisesse um teste de seu valor.

Natasha e eu sentamos juntas no chão da sala, encostadas no sofá onde Wanda estava esparramada. Ela insistiu que estava bêbada demais para sequer ficar de pé. Natasha colocou um cobertor em volta das pernas para ter a certeza de que estava aquecida o suficiente antes de me puxar para o chão junto dela. Eu atrevidamente estendi a mão sobre ela até a mesa, pegando a sua cerveja e tomando um longo gole.

Ela sorriu para mim.

— Pegue a sua cerveja, Diana.

— Eu não, a sua é muito melhor. Mais gelada.

Eu apontei para Tony e Rhodey discutindo distraídos do outro lado da sala e, enquanto Natasha se mantia concentrada neles, eu roubei a garrafa da mão dela, engolindo o resto da cerveja antes que ela pudesse pensar em reagir.

Os seus olhos se arregalaram e então ela fez uma careta.

Merda.

Ela sem cerimônia agarrou um dos travesseiros repousando sob a cabeça de Wanda e recuou para me bater com ele.

— Desculpe? — os cantos de seus lábios se curvaram para cima em um sorriso, mas os seus olhos verdes brilharam com diversão, o que, quase sempre, significava problemas para mim.

Ela tirou a garrafa da minha mão, movendo-se como se fosse colocá-la de volta na mesa antes de jogá-la para frente, com a parte aberta para cima, salpicando-me com restos de cerveja.

— Ei! — Wanda gritou atrás de nós. Ela se sentou o suficiente para se apoiar nos cotovelos, olhando entre nós duas antes de inclinar a cabeça levemente para o lado.

Merda, de novo.

Natasha e eu nos levantamos para sair da linha de fogo. Como sempre, Natasha foi mais rápida, manobrando habilmente ao redor do sofá e saltando levemente antes mesmo de eu estar totalmente de pé.

Que se dane. Eu me agachei, sabendo que eu só teria uma chance de fazer isso funcionar antes que ela pudesse descobrir o que eu estava fazendo. Ela já estava me observando de perto. Eu respirei fundo, colocando a ponta do pé direito no canto do sofá embaixo de Wanda antes de me levantar, saltando sobre o encosto do sofá e atacando a russa com um ataque completo. Ela caiu para trás com um baque, olhando para mim confusa.

— Eu deixei você fazer isso, você sabe... AI. — ela sibilou enquanto eu a beliscava na lateral de seu corpo.

— Claro que você deixou. — eu saí de cima dela, oferecendo a mão para ajudá-la a se levantar. Ela tirou as minhas pernas de baixo de mim enquanto também me empurrava para trás e eu caí de bunda no chão duro.

— Você vai ter que fazer melhor do que isso para me pegar. — ela correu pelo o corredor e eu olhei para Wanda, me desculpando. A bruxa revirou os olhos e ergueu as mãos exasperada.

— Ah, vá em frente. — eu já estava correndo atrás de Natasha antes que a palavra final saísse de sua boca.

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「 dias atuais 」

Yelena e eu ficamos em Wakanda por mais uma semana antes que Shuri se sentisse confortável em nos deixar retomar a nossa jornada. Yelena ainda não estava convencida de que ir era a melhor ideia, mas ela também não estava interessada na ideia de eu passar mais tempo perto de Shuri e possivelmente ser arrastada para o laboratório sem ela por horas a fio, então ir embora parecia a melhor opção, para ela.

Ao mesmo tempo, porém, retomar a nossa jornada anterior de onde paramos poderia ser potencialmente perigoso com as viúvas perdidas e quem diabos estava atrás de mim. Havia rumores de que remanescentes da Hydra ainda estavam por aí, e eles estavam sempre procurando por pessoas poderosas, então suponho que eu não estava fora do reino das possibilidades deles.

A única vez que Yelena saiu do meu lado foi quando uma de nós teve que ir ao banheiro para tomar banho, e só recentemente eu pude começar a tomar banho sozinha novamente. Por mais que eu apreciasse a atenção, foi bom relaxar sozinha sob a água quente.

Sentamos na beirada da cama, olhando para a parede, esperando uma ou a outra falar. Yelena distraidamente pegou a minha mão enquanto girava os anéis em meus dedos, um hábito que estava se tornando cada vez mais normal para nós duas.

— Eu sei para onde podemos ir. — ela falou de repente. Eu olhei para ela com a sobrancelha levantada.

— Oh sim? — perguntei, e ela assentiu hesitantemente.

— É um lugar seguro, mas... — a sua voz sumiu e eu peguei os seus dedos com os meus, apertando-os suavemente, lhe passando segurança.

— Mas o que? — ela quase parecia nervosa, e eu não conseguia entender por quê.

— Espere um minuto. — ela estendeu a mão para a mesa de cabeceira, pegando o telefone e olhando para a tela em silêncio por alguns minutos antes de suspirar e apertar o botão de chamada.

— Sim? — a voz feminina estalou do outro lado da chamada.

могу я вернуться домой? (posso voltar para casa?)

— Yelena, o que... ai. — eu comecei e parei quando ela beliscou o meu braço.

конечно, ты в порядке (claro, você está bem?) — Yelena olhou para mim e eu dei de ombros, sem ter ideia do que estava acontecendo.

есть кто-то со мной. (tem alguém comigo)

Eu ouvi uma pausa.

— Yelena... ai. — eu olhei para ela, esfregando o meu bíceps. Essas beliscadas doem.

кто? (quem?) — Yelena mordeu o lábio inferior, como se estivesse tomando uma decisão em uma fração de segundo.

они знали Наталья (ela conhecia a Natalia) — eu ouvi uma respiração profunda antes que a voz voltasse a falar.

до скорого. (ok, até breve). — o telefone desligou e Yelena o afastou do ouvido, olhando para ele por um momento antes de olhar para mim.

Eu fiz uma careta, notando apenas o possível indício de lágrimas causando um reflexo brilhante em seus olhos. Eu peguei a mão dela entre as minhas, segurando firme.

— Quer me dizer quem era? — as bochechas de Yelena incharam enquanto ela exalava lentamente.

мы идем домой (estamos indo para casa) — eu olhei para ela, erguendo as sobrancelhas.

— Eu ainda não entendo russo, você sabe. — eu sorri humildemente, e fiquei aliviada ao ver um sorriso aparecendo no canto dos lábios dela também.

— Estamos indo para casa.

ᴡʜᴇʀᴇ ᴠᴏʀᴍɪʀ ʙʀᴏᴜɢʜᴛ ᴜꜱ ━━━ ʸᵉˡᵉⁿᵃ ᵇᵉˡᵒᵛᵃWhere stories live. Discover now