𝚏𝚊𝚖í𝚕𝚒𝚊.

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Sentei-me na cama quando ouvi alguém passando pela a minha porta no complexo. Eu não conseguia dormir e valia a pena investigar qualquer pessoa que se movimentasse às 3 da manhã. Coloquei um moletom novo sobre a cabeça, o vesti, e cuidadosamente abri a porta, inalando profundamente.

Natasha.

Eu franzi a testa, saindo para o corredor, ficando fora de vista até as portas do elevador se fecharem antes de seguir até a escada e descer.

Espiei enquanto Natasha saía do elevador, contornando completamente as principais áreas de estar e indo direto para a saída. Peguei uma jaqueta no gancho perto da porta enquanto a seguia para fora, tremendo instantaneamente por causa do frio no ar.

Natasha estava indo em direção à mata, e eu segui uma boa distância atrás dela. Os sons de seus passos desapareceram depois de alguns minutos andando entre as árvores, e eu ouvi um assobio de dois tons ecoando pela a floresta. Eu fiz uma careta. Eu já tinha ouvido esse som antes. Tentei me aproximar, mas a voz de Natasha me fez parar.

— Eu sei que você está aí, Diana.

Eu sorri, olhando para os meus pés.

— Eu sei que você sabe que estou aqui. — disse de volta.

Eu ouvi uma risada suave à minha direita, e a forma de Natasha emergiu por entre as árvores, vindo em direção à minha posição.

— Poderia ser um problema seguir uma ex-espiã, Diana. — ela estava sorrindo para mim, mas os seus olhos carregavam uma expressão que eu raramente via. Ela parecia assombrada. Desgastada. Cansada.

— Não consegue dormir? — eu perguntei gentilmente. Ela olhou para mim bruscamente antes de olhar de volta para o chão.

— Não é isso, eu só... — ela olhou ao redor por entre as árvores como se não confiasse em si mesma o suficiente para continuar a frase.

— O que foi aquele assobio que ouvi?

Natasha olhou fixamente para mim novamente.

— O que? — eu apertei os lábios e imitei o som que ouvi não a muito tempo atrás. Ela franziu a testa, e a intensidade repentina em seu rosto foi surpreendente e, para ser honesta, um pouco alarmante. — O que é? — eu perguntei, movendo-me em direção a ela.

Sua carranca se aprofundou.

— Você nunca mais faça isso. — ela murmurou, balançando a cabeça.

— Fazer o que? — eu fiz uma careta, agora igualmente confusa.

— O assobio. Era assim que Yelena e eu nos identificavamos quando éramos pequenas. — eu olhei para ela, sem entender.

— Quem é Yelena? — olhei para ela, confusa e fiquei ainda mais alarmada ao ver lágrimas se formando em seus olhos, ameaçando derramar a qualquer momento. Esta não era uma versão de Natasha com a qual eu estava acostumada ou, para ser honesta, para a qual eu estava preparada. — Natasha, o que está acontecendo?

Ela finalmente me deixou aproximar e eu coloquei um braço em volta de seu ombro e ela se inclinou para mim. Essa ex-assassina durona parecia, pela primeira vez, pequena para mim. Vulnerável. Ela pressionou o rosto no meu peito brevemente enquanto respirava algumas vezes e se recompunha.

— Yelena foi a minha irmã. Uma vez.

Eu fiz uma careta para ela.

— Você tinha uma irmã? — eu precisava de alguns esclarecimentos adicionais sobre esta nova informação surpreendente.

Ela assentiu.

— Sim, eu acho. — a minha carranca se aprofundou.

— Você ainda tem uma irmã? Onde? Onde ela está? Por que você não disse nada?

ᴡʜᴇʀᴇ ᴠᴏʀᴍɪʀ ʙʀᴏᴜɢʜᴛ ᴜꜱ ━━━ ʸᵉˡᵉⁿᵃ ᵇᵉˡᵒᵛᵃWhere stories live. Discover now