𝚎𝚏𝚎𝚒𝚝𝚘 𝚋𝚘𝚛𝚋𝚘𝚕𝚎𝚝𝚊.

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— Onde estamos indo? — Natasha perguntou pela centésima vez, incomodada com a venda e pouco disposta a apreciar surpresas.

Eu ri, agarrando a mão dela e trazendo-a para fora do carro em direção ao prédio.

— Qual seria a graça de contar a você agora, já que estamos quase lá! — eu ria alegremente, puxando-a pela mão enquanto ela seguia relutantemente atrás de mim.

— Não gosto de surpresas, Diana. — ela resmungou, mas mal conseguiu evitar o sorriso curioso em seu rosto. Eu olhei para ela, o seu cabelo ruivo parecia em chamas com a luz do pôr do sol atrás dela.

Quando me aproximei do prédio, Tommy sorriu e abriu a porta para nos receber. Coloquei um dedo nos lábios com cautela, lembrando-o de não falar, e ele assentiu com entusiasmo, olhando para a ruiva. Mal podia esperar para mostrar a ela a surpresa que havíamos preparado.

Eu a estabilizei quando ela quase tropeçou em um degrau no chão que esqueci de mencionar, e ela riu.

— É melhor que a sua surpresa valha a pena, ou eu vou quebrar seu pescoço. — eu sorri.

Suas ameaças não eram nem um pouco intimidadoras para mim, embora eu soubesse por experiência própria que outras pessoas as consideravam extremamente ameaçadoras, afinal, esta era a infame viúva negra. Embora algumas pessoas a considerassem fria e indiferente, eu rompi essa fachada rapidamente e sem muito esforço. Bastou mostrar gentileza, humor e um pouco mais de paciência, especialmente quando ela se demonstrava mal-humorada.

Ao nos aproximarmos da sala, levei-a para o centro.

— Agora sente-se. — eu instruí. Natasha franziu a testa, estendendo a mão livre, tentando encontrar uma cadeira.

— Sentar onde, gênio? — ela rosnou. Mas ela não era a única engraçadinha por aqui.

— Senta a sua bunda no chão, Romanoff.

Eu estava mais do que disposta, e capaz de devolver a ela.

Honestamente, acho que essa foi uma das razões pelas quais nos demos tão bem. Ela era linda, mortal e intimidadora para a maioria, mas para mim ela era apenas a Natasha. Eu vi através daquela concha externa que ela tantas vezes exibia e, embora ela parecesse incerta de como consegui retirá-la, felizmente ela seguiu o fluxo, a maior parte do tempo.

Soltei a mão dela e coloquei-a em seu ombro, adicionando um pouco de peso como um incentivo para ela se sentar como eu disse a ela. Com um suspiro falso e exasperado, ela finalmente se agachou, apalpou o chão com as pontas dos dedos e sentou-se, cruzando as pernas como uma boa agentezinha seguindo instruções.

Eu não poderia simplesmente deixar isso passar.

— Se eu soubesse que você é tão boa em seguir instruções... — comecei e logo perdi a linha de raciocínio quando ela me deu um tapa de brincadeira no estômago.

Mesmo com os olhos vendados, a pontaria, o senso de direção e as relações espaciais daquela mulher eram impecáveis.

Agachei-me ao lado dela, removendo a venda e observei os seus olhos examinando a sala.

— Inferno, não há nada aqui. — ela resmungou, movendo-se como se pretendesse ficar de pé.

— Sente a sua bunda aí, Romanoff. — eu ordenei. Ela olhou para mim surpresa, e eu a ignorei, acenando para Tommy.

Ouvimos algumas portas se abrindo no corredor, seguidas pelo o som inconfundível de latidos de cachorrinhos, um monte deles, os olhos de Natasha se arregalaram quando a montanha de pelos correu em sua direção sem hesitação, e em poucos momentos ela estava absolutamente coberta de cachorrinhos.

ᴡʜᴇʀᴇ ᴠᴏʀᴍɪʀ ʙʀᴏᴜɢʜᴛ ᴜꜱ ━━━ ʸᵉˡᵉⁿᵃ ᵇᵉˡᵒᵛᵃWhere stories live. Discover now