𝚚𝚞𝚎 𝚙𝚛𝚒𝚖𝚎𝚒𝚛𝚘 𝚋𝚎𝚒𝚓𝚘, 𝚞𝚑?

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— Vamos, Diana, não seja tão bebê. — Sharon estava parada em pé, no canto oposto do meu quarto, com as mãos nos quadris, cuspindo as suas palavras em mim como se fossem venenosas e que o próprio ato de falar comigo fosse indigno dela.

— Você me traiu, Sharon. Ficamos juntas por um ano e você me traiu. — eu olhei para ela, tentando processar a informação, mas cada vez que ela abria a boca, ela só piorava as coisas.

— Mais de uma vez. — admitiu, indiferente.

Os meus olhos se voltaram para os dela mais uma vez. Felizmente, porém, as minhas lágrimas iniciais estavam se transformando em uma raiva ardente e quente, e estava ficando muito mais fácil agora controlar as minhas emoções desde que a fúria estava tomando conta no lugar da tristeza.

— Você está brincando comigo? — eu pulei de pé, cerrando os punhos. Sharon apenas encolheu os ombros, como se não fosse nada. 

— Você nem percebeu; tudo o que você faz é trabalhar. — a minha indignação crescia a cada segundo.

— Fazemos um trabalho importante aqui, agente Carter. — eu cuspi o título dela com puro desdém em meu tom.

— Sim, e agradar a sua parceira também é um trabalho importante, Diana.

Eu ri sem nenhum traço de humor em minhas ações e expressões.

— Eu nunca te ouvi reclamar.

Sharon também riu, de mim, e revirou os olhos em minha direção. 

— Sim, quando você estava lá. O que, uma ou duas vezes por mês? O que você esperava?

Eu bati com o punho no canto da mesa, sentindo imediatamente a pontada do que parecia ser pelo menos um dedo quebrado, mas por hora ignorando a dor.

— O que eu esperava? Uma conversa? Um pouco mais de honestidade? Responsabilidade afetiva? Porra, terminasse comigo, não vá dormir com metade da agência.

Sharon balançou a cabeça.

— Quando? Quando deveríamos ter essa conversa? Durante o único dia em que você estivesse em casa em duas semanas?

Eu suspirei, decepcionada. Essa conversa não iria a lugar nenhum.

— Entendi, acabou. Apenas saia daqui. — eu me afastei dela, desejando que ela desaparecesse.

— Diana, qual é? Não seja assim tão dramática. — eu ouvi os seus passos se aproximando atrás de mim, mas fui poupada de qualquer resposta adicional pelo o som da minha porta batendo com força na parede.

— Eu aho que ela pediu para você ir embora, não ouviu? — Natasha surgiu, parada na porta, olhando direto para Sharon.

— Claro, a sua melhor amiga psicopata no resgate.

Minhas sobrancelhas se ergueram quando olhei especificamente para Natasha. Sharon queria morrer hoje? Em vez da reação que eu esperava, porém, Natasha sorriu para a loira de uma maneira enjoativa e doce.

— Sharon, eu queria perguntar. Como é namorar um cara que ainda ama a sua tia? 

Eu pisquei rapidamente, olhando entre as duas mulheres, loira e ruiva. Sharon olhou para ela, mas não respondeu. Talvez ela ainda tivesse algumas células cerebrais funcionando adequadamente, afinal. Sharon atravessou a sala, passou por Natasha e saiu para o corredor afora, desaparecendo do meu campo de visão.

— Não precisava ser assim, Diana. — ela gritou. Natasha bloqueou o seu acesso de volta ao quarto e a sua visão de mim.

— Eu já acho que precisava sim. — Natasha bateu a porta na cara dela, pulando de volta na minha cama e estendendo a mão com expectativa. — Agora me dê a sua mão machucada, sua idiota.

ᴡʜᴇʀᴇ ᴠᴏʀᴍɪʀ ʙʀᴏᴜɢʜᴛ ᴜꜱ ━━━ ʸᵉˡᵉⁿᵃ ᵇᵉˡᵒᵛᵃOnde as histórias ganham vida. Descobre agora