𝚙𝚎𝚜𝚊𝚍𝚎𝚕𝚘𝚜.

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— Você está bem? — eu abri os olhos para ver Natasha parada em cima de mim, enquanto eu permanecia deitada de costas no tapete.

Esta era a quinta vez que ela me derrubava, e eu estava começando a perder a paciência.

Porém, duas poderiam brincar com truques.

Eu pulei de pé, ficando em posição de prontidão, esperando que ela fizesse o seu movimento. Ao se aproximar, ela girou em minha direção, estendendo a mão, tentando puxá-la para trás das minhas costas. Eu pressionei a minha outra palma em sua mão, enviando uma onda de eletricidade através dela, não o suficiente para machucá-la, mas o suficiente para que ela afastasse a mão de mim imediatamente, com os olhos arregalados.

— Isso é trapaça. — ela sorriu.

— O que é trapaça, Romanoff, é esperar que eu enfrente um combate corpo a corpo com alguém que conhece todas as artes marciais do mundo, e que foi treinada para se tornar uma assassina imparável sem usar as minhas habilidades. — eu provoquei e me arrependi instantaneamente da minha decisão quando os olhos de Natasha ficaram escuros, quase como se a faísca que os faziam brilhar tanto tivesse se apagado de repente. Ela olhou para o chão antes de se virar e se afastar de mim. — Natasha, espere! — eu chamei ela.

Ela apenas balançou a cabeça e continuou andando.

Merda.

Algumas horas depois, eu estava vagando sem rumo pelo o complexo tentando me familiarizar mais com ele. Isso era mentira e tanto, eu estava perdida, de novo.

O som de um grito repentino me tirou da minha própria cabeça, estava vindo de algum lugar próximo. Eu corri em direção ao som, sem parar para ver se a porta na minha frente estava trancada ou não antes de empurrá-la e bater na parede atrás dela. O som da batida deve tê-la acordado, porque Natasha sentou-se ereta na cama, ofegante e coberta de suor.

— Natasha... você está bem? — eu dei alguns passos para dentro do quarto antes de parar.

Foi rude da minha parte entrar assim no quarto de alguém?

Natasha lutou para recuperar o fôlego por alguns momentos antes de olhar para mim e assentir. Eu desviei o olhar quando a vi enxugando o rosto, como se não quisesse que eu visse que havia lágrimas.

— Eu estou bem, você pode sair, por favor? — eu balancei a cabeça e me virei lentamente, saindo pela a porta.

Fiz uma pausa, a minha mão apoiada no batente da porta. Eu não me virei enquanto falava:

— Eu te entendo... os pesadelos. — ouvi a respiração de Natasha ficar presa atrás de mim, mas ela não me respondeu mais.
— Me avise se precisar de alguma coisa. — ofereci antes de sair completamente, fechando a porta suavemente atrás de mim.

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Na manhã seguinte, eu fiquei impressionada comigo mesma por ter conseguido encontrar a cozinha sem ajuda nenhuma. Natasha estava sentada no balcão, um canivete em uma mão e a colher de cereal na outra. Enquanto ela comia, observei-a esculpindo algo nas bancadas.

— Bom dia. — ela pulou no lugar, de susto. Ela deve estar realmente fora de si, se eu consegui me aproximar sem que ela soubesse que eu estava lá.

Ela olhou para mim por cima do ombro, e eu a abracei enquanto me aproximava para me servir de uma xícara de café.

Nós duas começamos a falar ao mesmo tempo:

ᴡʜᴇʀᴇ ᴠᴏʀᴍɪʀ ʙʀᴏᴜɢʜᴛ ᴜꜱ ━━━ ʸᵉˡᵉⁿᵃ ᵇᵉˡᵒᵛᵃWhere stories live. Discover now