Os Irmãos De Sangue: Um Encontro Inesperado

VI (Parte 2)

Estávamos quase a chegar a casa e eu precisava de falar com eles sobre o que acabámos de ouvir.

— Ok... Isto é estranho certo? Jonathan castigar-nos a todos quando foi o grupo de Xavier quem agiu mal? Ridículo! — barafustei eu a bufar de raiva.

Sentia-me frustrado, zangado e irritado e sentia muita tristeza vinda do Richard, mas não a ia se era do mesmo motivo ou se o motivo era pessoal.

— Sim, concordo. Não se preocupem eu também vou ajudar nos castigos, embora não tenham dito que eu teria de o fazer. — começou a dizer Maya com um sorriso.

— Não queremos a tua ajuda. Conseguimos aguentar com eles sozinhos. — ripostou Richard de maneira arrogante e mal-educada.

Eu fiquei chocado a olhar para o Richard e até parei de andar.

— Richard? Que se passa contigo? — perguntei eu.

— O que é? Essa está sempre a meter-se onde não é chamada. Ela não tem de vir connosco e ninguém lhe pediu nada. É sempre a mesma coisa. Depois queixa-se que os pais não lhe ligam e que nós também não lhe ligamos. — grita Richard irritado por eu estar-lhe a chamar à atenção.

— Richard! — gritei eu. — Tem calma contigo. Toda a ajuda é bem-vinda. Eles são quatro, nós somos dois. Estamos em desvantagem como sempre tivemos e desta vez a Maya vai estar lá para nos ajudar. — disse eu em modo crítico.

— Já sabia que a ias defender. Beijaste-a e mandaste-a fora nas costas de todos e depois queres andar sempre com ela. Ridículo isso. — criticou Richard com tom de voz sarcástico.

— Não foi nada assim que se passou. Estás a confundir sentimentos e a confundir as coisas! — gritei eu já a começar a ficar fora de controle.

— Pára de falar de mim como se eu não tivesse aqui! — gritou Maya para Richard. — Para além disso eu é que beijei o Tobias porque eu queria fazê-lo, ele não me mandou para trás das costas. — concluiu Maya também a ficar irritada.

— Claro que mandou. Sempre tiveste esperanças de algo mais e tu não tens de vir aqui opinar sobre nada. O castigo é para nós dois tu não estás incluída. — debochou Richard.

Eu por o ouvir falar com Maya dessa maneira tive muita raiva e dei-lhe um soco.

O soco soube muito bem e ajudou a libertar a raiva então comecei a dar um atrás de outro até que Richard ficou a sangrar da boca e do nariz no chão.

— Pára! — gritou Maya a começar a chorar. — Tobias chega disso, estás a magoá-lo muito.

Eu olhei para ela e aos poucos fui-me acalmando apercebendo-me do que fiz e ficando cada vez com mais culpa de ter perdido a cabeça e disse:

— Desculpa Richard, mas és muito egoísta com a tua irmã e a falar mal com ela. Ela não merece ser tratada dessa maneira. É errado de todas as maneiras. — disse eu.

Richard levantou-se do chão irritado e limpou o lábio e o nariz e disse:

— Tens sorte que te considero um irmão. Desculpa Maya, o Tobias tem razão, não te devia ter tratado da maneira que tratei. Foi errado e sinto muito e a tua ajuda é mais que bem-vinda.

Maya sorri para Richard e diz:

— Eu perdoo-te mano, mas o Tobias tem razão... Eu não sou culpada por nada. Não sou culpada por o pai não te ver como um bom líder, não tenho culpa que sofras bullying ou qualquer outra coisa. Não fui eu quem te provocou isso. — disse Maya com pena, mas a perceber o que o irmão passava.

Eu aproximei-me e abracei a Maya que me abraçou de volta.

A Maya puxou o Richard para um abraço e mesmo estando chateado com ele não consegui negar um abraço ao meu melhor amigo.

Depois deste momento íntimo entrámos em casa e fomos para o quarto.

— Não percebo como é que os pais não me acham bom suficiente. Como podem dizer isso sobre mim. É super injusto, está bem que não consegui lidar com os bullers, mas isso não é motivo, com treino de liderança todos podemos ficar bons suficientes para sermos lider. — refilou Richard.

Eu percebi imediatamente o porquê dele se mostrar tão irritado e triste com a decisão dos pais e mais uma vez mostrou o seu egoísmo, no entanto, não pude deixar de concordar com a opinião dele.

— Sim, eu concordo até porque os teus pais é que fazem parte da liderança, tu é que devias ser treinado para isso. Eu não quero essa responsabilidade toda para cima de mim. O futuro destas pessoas nas minhas mãos, uma possível guerra que irá ocorrer em breve como sendo minha responsabilidade gerir? Passo-te a batata quente. — respondi eu com sinceridade.

— Na verdade, antes dos meus pais serem líderes, eram os teus... Os meus pais eram os chefes de guerra e tornaram-se líderes depois da... — começou Richard a dizer, mas parou a meio da frase.

— Depois da morte dos meus pais... — conclui eu.

— Ao menos vocês dois foram considerados. Ele nem falou do meu nome, se te sentisses como eu sinto não ficavas tão chateado por ele não te ver como um líder, ficavas chateado por ele só vos ver a vocês e nunca me ver a mim como alguém de interesse e de igualdade. — retorquiu Maya completamente fula da vida.

— Não sabia que te sentias assim Maya. Devias dizer isso aos pais. Devias fazê-los ver que são injustos contigo no modo como te tratam e por te ignorarem como se não existisses ou como se não fosses sequer filha deles. — disse Richard que se esqueceu que minutos antes tratou a Maya exatamente dessa maneira.

— Sim, mas eles só olham para vocês. Não viram que quando eu fiquei sozinha sem amigos que eu disse isso e eles não quiseram nem saber? Só se importaram com vocês? Sou a melhor aluna da turma, sou a mais estudiosa, recebo elogios, mas eles nunca me deram os parabéns por isso. — disse a Maya com bastante mágoa.

— A nossa situação por sermos irmãos de sangue e assim deve ocupar em demasia a cabeça deles, mas sem dúvida que já reparei que eles pouco ou nada te ligam e isso não é correto. Eu vou dizer-lhes que enquanto eles não te começarem a ver eu não vou ajudá-los a descobrir mais nada sobre isso de sermos irmão de sangue especiais. —disse eu mostrando apoio à minha melhor amiga.

Maya sorriu-me a agradecer e Richard concordou.

Os meninos ficam emotivos com toda esta história de liderança.

Tobias perdeu o controle e deixou-se levar pela raiva.

Eles vão-se unir a favor da Maya para ela ser reconhecida e mais bem tratada pelos pais.