VII (Parte 1)

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A raiva continuava a borbulhar na minha pele.

— Pai ao menos podia responder ou reagir ao que a Maya e o Tobias disseram. — disse Richard a irritar-se com o pai.

— Sim. Você parece que só olha para mim e para o Richard e é porque somos os tais irmãos de sangue da profecia, você não olha pela sua família, só pelo poder que nós temos e que lhe podemos dar a si. — mandei eu à cara e estava quase pronto para receber uma chapada na cara.

— Não vamos partilhar este nosso desenvolvimento com o Jonathan enquanto ele não pedir desculpa à Maya e a nós. — disse eu. — Só quer saber dos nossos poderes e nada de nós. Lembra-te... Eles nem sequer se aperceberam que tu estavas a ser vítima de bullying.

— Sim, é verdade. — disse Richard encerrando a conversa com um aceno de cabeça.

Alice pigarreia e chama a atenção de todos:

— Acho que estamos todos bastante nervosos pelo dia de hoje, portanto acho melhor darmos um descanso da conversa de hoje...

— Não, deixa-os falar, deixa-os libertar a raiva toda que têm dentro deles por mim. — diz Jonathan a olhar fixamente para nós como se o que dissessemos não tivesse interesse nenhum e fosse apenas uma má disposição.

— Não tenho mais nada para lhe dizer. — ripostei eu e Maya e Richard concordaram. — Você não merece o meu tempo.

— Bom se querem continuar com a conversa devo dizer que... — começou Alice e vira-se de frente para Jonathan — Jonathan, eles têm razão, os filhos e a família interessam, sabes que mesmo que o Richard e o Tobias não fossem os irmãos de sangue que procuramos, há coisas muito mais importantes que isso. — disse a Alice a defender-nos o que me fez sorrir.

Jonathan olha para Alice a pensar no que ela tinha dito e depois olha para nós os três e a expressão dele começa a mudar.

Eu vejo nos olhos dele que ele se sente mal pelo que aconteceu e do nada diz algo que eu nunca pensei que fosse ouvir:

— Desculpem, todos vocês.

Todos suspendemos a respiração à espera que ele continuasse a falar.

— Admito que quando vi o poder que vocês os dois têm me deixei levar por isso. — começou Jonathan a dizer. —Vocês não sabem como foi quando a guerra começou. A minha única vontade é que ela chegue ao fim de uma vez por todas. — continuou ele a explicar. — Foi errado, pensei mais no futuro e nas boas mudanças que podiam fazer no mundo, do que propriamente em vocês como pessoas e como minha família, como meus filhos. — concluiu ele.

Eu ouvi tudo e fiquei a espera que Jonathan dissesse algo sobre a Maya e que se desculpasse para com ela mas não aconteceu e decidi interferir.

— Desculpe, mas não foi só comigo e com o Richard que você agiu mal, também agiu mal com a Maya. Tem de lhe pedir desculpa, tem de a começar a tratar e a começar a ver como parte da família e tem de a parar da ignorar ou nós vamos fazer o mesmo a si. — comentei eu com confiança.

Jonathan olhou para mim com um brilho no olhar, acena e depois olha para a Maya.

— Maya, minha querida filha. Não penses que eu não quero saber de ti porque isso não é verdade. Eu estou muito orgulhoso de ti, posso não demonstrar da melhor maneira, mas a verdade é que falo com todos os teus professores para acompanhar o teu progresso na escola, tens boas notas, aliás és a melhor da turma. — começa Jonathan a dizer.

Os Irmãos De Sangue: Um Encontro InesperadoWhere stories live. Discover now