VIII (Parte 1)

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O fim-de-semana acabou e as aulas recomeçaram e ao chegarmos à escola toda a gente veio falar connosco sobre a audiência.

— Foi muito injusto terem ficado de castigo e de terem de trabalhar juntamente com o Xavier e os outros. — disse um aluno.

— Concordo. Foi muito injusto se podermos ajudar com alguma coisa digam. — disse outro.

— Por acaso há algo que podem fazer sim. — diz Maya apanhando-me de surpresa.

— O que Maya? — pergunta Eliane chegando-se à frente.

— Acho que devíamos todos ajudar no castigo. Mostrar o nosso apoio por quem nos defendeu em frente aos  líderes e não teve medo de enfrentar quem nos bate, quem nos ridiculariza e quem nos rebaixa todos os dias. — disse Maya. — Posso contar com todos vocês do meu lado para nos juntarmos ao Richard e ao Tobias? Para os ajudarmos nas tarefas?

— Sim! — disseram todos os colegas de turma ao mesmo tempo a sorrir.

— Obrigada pessoal, isso significa muito mas posso perguntar o que os fez mudar de ideias? Sei que na sexta feira parecia tudo bem e que o medo que tinham de nós dois passou mas daí a ajudaram com todos os castigos... É estranho. — disse eu pedindo satisfações aos meus colegas.

— Tens razão Tobias. — disse Eliane. — Não há nada que me arrependa mais do que me ter afastado de vocês os três, principalmente da Maya. Sempre fomos bons amigos, pesa-me muito no coração pensar que vocês podem não querer falar connosco nunca mais. Espero que isso não aconteça gosto muito de vocês e gosto principalmente da Maya e ia custar muito estar longe dela outra vez. — explicou Elaine a custo.

— Eu perdoo-te — disse rapidamente Maya a Eliane, dando-lhe um beijo na testa e a mão.

Eu reparei que Eliane ficou feliz pela reação e que ficou corada, não percebia muito bem essa reação mas deixei passar à frente.

Senti Richard a ficar incomodado com esse gesto e abri a mente para a dele.

Ao fazer isso senti também os sentimentos da Maya e notei logo que era por serem gémeos.

Agora entendo quando me dizem que os gémeos são quem tem a ligação mais forte e melhor do que os irmãos de sangue.

Não percebi o porquê do incómodo do Richard para com a Maya e decidi perguntar.

— Porque estás tão incomodado com a relação delas Richard? — perguntei eu.

— Porque a amizade delas é muito forte e isso incomoda-me porque quando a Maya precisou, ela não estava lá. — respondeu Richard.

— Tens razão, mas essa é uma decisão que cabe apenas e só à Maya. Não te metas nisso. — respondi eu a acabar com a conversa.

— Só quero saber mais uma coisa, aceitamos as desculpas deles e aceitamos que eles nos ajudem ou só aceitamos a ajuda deles sem os desculparmos? — pergunta Richard.

— Sentes que os consegues perdoar? — perguntei eu.

— Sim sinto. Eu percebo o que eles sentiram. Os pais também estavam assustados connosco mas são nossos pais, não podiam simplesmente afastar-se. — respondeu Richard.

— Esperava que dissesses isso. Para além disso que disseste há outros motivos para terem sentido medo, vivemos em tempos de guerra, estamos escondidos dentro de uma base, não podemos sair para fora das fronteiras porque podemos correr o risco de serem capturados ou mortos, sofrem bullying dos mais velhos — expliquei eu. — Devem ter pensado que agora íamos querer poder e controlar todos ou algo do género. Agiram à base do medo. O medo por vezes faz-nos fazer coisas horríveis. — concluo eu.

Eu dei um passo em frente para falar com toda a gente da turma e disse:

— Nós perdoamo-vos se prometerem que nunca mais nos vão virar as costas. Temos de nos manter unidos, como turma, como comunidade e como amigos.

Todos anuiram com o que eu tinha dito e continuaram à espera.

— Todos aqui temos a mesma idade, estamos quase a fazer doze anos, a idade da transação. Temos de nos manter unidos sempre, numa guerra, num treinamento, em qualquer outra coisa se não houver coesidade entre nós, vamos perder sempre. Confiança, amizade, proteção é o que esperamos de vocês e é o que temos para vos oferecer também. — digo eu com esperança que nos ouvissem e que entendessem a mensagem.

— Queremos ser vossos amigos, queremos ajudar-vos e queremos ser ajudados. Gostaríamos de saber se podem ajudar nos castigos e na construção da feira porque na realidade estarmos os dois sozinhos com o grupo do Xavier pode não correr bem e com vocês do nosso lado eles não se iriam atrever a fazer nada contra nós. — disse Richard confiante.

— Nós ajudamos. A partir de hoje e até ao fim do castigo estaremos sempre presentes nas tarefas todas que vos atirarem para cima. — disse um dos colegas.

— Muito obrigada pela ajuda. A feira é organizada no fim de semana por isso não vos vou pedir para ajudarem na feira, não são vocês que estão de castigo não têm de perder os fim de semanas. — disse eu embora no meu intimo quisesse que eles fossem.

— Nada disso Tobias. Vamos ajudar com tudo. Se vos ajudamos com os castigos também vos vamos ajudar com a feira. Seja num fim de semana ou durante a semana. E quantos mais melhor porque significa que acabamos mais rápido. — disse Eliane agarrada à Maya com um sorriso.

Eu aceno com a cabeça mas antes de puder responder o professor entra na sala e começa a aula.

Depois da escola acabar o líder Marcus foi ter connosco com o grupo do Xavier atrás dele para o início do castigo.

— Lá vamos nós começar... — digo eu com um suspiro.

Os alunos ficaram todos do lado dos meninos em relação ao castigo

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Os alunos ficaram todos do lado dos meninos em relação ao castigo.

Tobias deu um discurso inspirador e que todos concordaram.

Os alunos vão querer fazer parte da equipe da feira e ajudar em tudo o que puderem.

Os Irmãos De Sangue: Um Encontro InesperadoDove le storie prendono vita. Scoprilo ora