Os Irmãos De Sangue: Um Encontro Inesperado

XXI

Estou na cama a dormir quando ouço a porta a bater e ouço vozes. Parecia a Maya e parecia estar a subir as escadas com alguém.

Olhei para as horas era perto das duas da manhã e ela andava na rua. Eu estranhei mas ela disse-me para eu não a seguir e não me meter então nem sai da cama para investigar.

Ela fechou a porta do quarto e eu voltei a conseguir dormir.

Passado um pouco ouvi um grito alto parecia vir do quarto principal.

-NÃO!! - gritou Jonathan.

Assim que ouvi o grito pus-me logo em sentido não sabia o que esperar nem o que vinha aí mas fosse o que fosse eu iria defender-me com unhas e dentes.

- NÃO!!! HENRY!! VOLTA AQUI NÃO VÁS. - continuou Jonathan a gritar.

Rapidamente percebi que ele estava a sonhar. Um sonho da guerra. Um sonho que dava lugar à morte do filho mais velho dele, o Henry.

- HENRY!! ELES NÃO PRECISAM DA TUA AJUDA. AJUDA COM AS CRIANÇAS. PRECISAMOS DE AS LEVAR PARA UM LUGAR SEGURO. - continuou Jonathan.

Eu sentia o sofrimento em cada palavra que o Jonathan dizia e o meu coração começou a sofrer junto com ele. Olho para o lado e vejo os olhos de Richard abertos.

Faço sinal de silêncio com os lábios para Richard não fazer barulho.

- NÃO!!! O MEU FILHO!!! NÃO!!! - gritou Jonathan em desespero. Assim que Jonathan gritou a casa começou toda a tremer e eu fiquei bem assustado.

- Jonathan amor acorda!!! - gritou Alice para ver se acordava o Jonathan.

A casa para de tremer quando Jonathan acorda e comecei a ouvir ele a soluçar. Nunca tinha ouvido algo tão penoso quanto isso. O sofrimento do Jonathan era o do Richard nesse momento.

- Richard... - comecei eu a dizer ao ver lágrimas correrem pela cara dele.

- Nunca tinha ouvido nada assim sabes... Muito menos a morte do meu irmão. Isso deixou-me bastante arrasado e ouvir o meu pai em prantos... Nunca pensei um dia ouvir isso... - explicou Richard.

Eu levantei-me, fui ter com o Richard e abracei-o com força. Ouço Alice e Jonathan a falarem até que Alice diz:

- Ah merda. Esqueci-me de pôr o feitiço para abafar o som do quarto.

Depois de ouvirmos ela dizer isso não ouvimos mais nada.

- Isso so pode significar que eles costumam ter sonhos destes várias noites... - declarei eu. - Agora entendo porque são tão frios tantas vezes connosco. Não se querem apegar demais porque já sofreram demasiado com a morte de um dos filhos. E já te viram a ti e à Maya morrer...

- Sim. Acho que temos de lhes dar mais espaço e menos problemas. Temos de o tentar deixar sarar as feridas. - respondeu Richard.

- Exatamente. Vamos tentar dormir novamente Richard. São cinco da manhã daqui a duas horas temos de acordar para continuar a treinar as danças. - respondi eu.

Voltei para a cama e adormeci quase de seguida.

****

No dia seguinte quando acordei fui tomar banho e saí em direção à escola para informar os nossos colegas que as aulas iam passar a ser na academia.

Esperei algum tempo até a turma toda aparecer e Richard, Maya e Eliane juntaram-se a mim.

Eu olhei para a Maya e para a Eliane e vi que estavam as duas com grande olheiras mas prontas para começar o dia e começar a trabalhar.