XLIII

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- Richard!! - grito eu e entro na mente dele.

- Richard! Não te posso perder, anda lá amigo! - grito eu na mente dele.

- Tobias! A alma dele está dividida entre o mundo dos vivos e dos mortos, se ela te tocar é o fim do Richard. Só tu o podes trazer e volta. - informa Miguel.

- O que é que eu posso fazer? - pergunto desesperado.

- Fala com ele. Faz ele sentir que ainda é preciso e não o faças sentir culpado. - responde Miguel. - Afastem-se todos daqui. - ouço Miguel dizer ao longe.

Eu chego-me mais perto de Richard e coloco a mão no peito dele e outra atrás do pescoço e digo:

- Richard, ouve a minha voz. Nós ainda temos muito tempo e percurso a percorrer juntos. Eu preciso de ti. És o meu melhor amigo, és o meu irmão de sangue. Vou ficar perdido sem ti.

A luz fica parada no ar durante uns segundos mas volta rapidamente a entrar dentro do corpo de Richard.

Richard respira fundo, o peito dele sobe e desce e os olhos ganham vida e cor novamente.

- Bem vindo de volta mano. - digo eu é puxo-o para um abraço.

- Richard o que raio estavas a pensar? - ouço uma voz gritar atrás de nós.

Olho para trás e vejo Miguel a vir na nossa direção muito rápido e com o punho fechado.

Miguel acertou com um soco em cheio no nariz de Richard e quando estava prestes a dar outro eu produzo uma barreira de proteção que o atira para trás.

- Ele teve uma certa razão em bater nele. - diz Astarot irritado.

- Todos cometemos erros. - concluo eu.

- Sim mas o Richard comete sempre erros idiotas. Se os líderes não vos deixam fazer magia já é por um bom motivo. - refila Astarot.

- Sim, nisso tens razão. Eu suponho que seja porque o nosso corpo e sistema ainda não está preparado para fazer magia sem ficarmos durante dias sem nos mexermos. - digo eu.

- Exatamente. Eu ao longo dos anos estive adormecido mas vi tudo o que se passava, eu vi que os pais dele são muito rígidos principalmente com a Maya mas são bons líderes e se eles dizem que não podem fazer algo é para vosso bem. - ruge Astarot.

- Tens toda a razão. Eu já concordei contigo. - disse eu enervado com a austeridade dele.

- Bom, espero que ele agora tenha aprendido que quando os adultos dizem algo que é para o vosso bem, que é para seguirem o que eles dizem. - concluiu Astarot, deitou-se na minha mente e dormiu.

- Obrigada por me defenderes. - agradeceu Richard.

- Ele tem razão Richard. O que te passou pela cabeça? Se o Jonathan disse que primeiro era a teoria e só depois a prática porque tiveste de praticar primeiro? - refilei eu.

- Tens razão. Eu agora compreendi o porquê. A magia exigiu muito do meu corpo. Não o volto a fazer até nos darem ordem em contrário. - respondeu Richard com a cabeça baixa.

- Vamos jantar? - perguntei eu.

- Não, eu vou direto ao dormitório. Preciso de dormir. - respondeu Richard.

- Eu vou buscar comida e levo para o dormitório para nós os dois. - disse eu.

Eu retiro o escudo de proteção e começo a andar lado a lado com o Richard.

Vou buscar comida para nós dois, levo para o dormitório, comemos e dormimos.

****

Segunda feira chegou e fomos para a aula de magia. Jonathan olhava para Richard com fúria no olhar.

Os Irmãos De Sangue: Um Encontro InesperadoWhere stories live. Discover now