Os Irmãos De Sangue: Um Encontro Inesperado

XX

Um olhar, um pensamento, uma atitude era só isso que eu precisava para saber que era dela.

Enquando ela olhava diretamente para os meus olhos senti um calor enorme a percorrer o meu corpo.

- Chegámos! - diz Maya a olhar fixamente para mim.

- A sério? - grita Eliane a olhar de Maya para mim. - Não bastava o outro lá do hospital, agora também é este com um ego de Deus?? - perguntou ela a gritar a apontar para mim.

Ego de Deus eu? pensei.

Olhei para Richard que tinha cara de quem ia começar a rir à gargalhada mas que se tentava conter a todo o custo.

- Eliane. - gritou Maya com os olhos vermelhos de fúria. - Pára com esta estupidez. Não te rebaixes mais. Já estás a ir ao ridículo. Eu não quero perder a tua amizade por dizeres algo que te vais arrepender no futuro. - Maya avança para ela até ficar nariz com nariz.

Eliane recua perante a expressão ameaçadora na cara de Maya e até eu tremo por aquilo que estamos a assistir.

- Chega meninas. - disse Marcus com voz de líder. - Questões pessoas são para ser resolvidas em privado não aqui em grupo!

- Desculpe Marcus. - pediu Maya e saiu de perto da Eliane que começou a chorar sem vontade de sair de onde estava.

- Primeiro o Micael, depois o Tobias. Quando der por ti já foste com todos os da turma incluindo o teu irmão! - cuspiu Eliane de forma agressiva e louca.

Maya pára a meio do caminho e antes que eu a conseguisse agarrar ela corre em direção a Eliane e dá-lhe um soco na boca.

- Vou arrancar-te as palavras da boca ao murro! - grita Maya de forma tresloucada desferindo mais um murro que fez Eliane cuspir sangue.

Richard nem se mexia, estava totalmente petrificado com o comportamento da irmã, assim como Marcus e Isabella que sempre tinham visto uma Maya sorridente e amiga do amigo.

Eu estava completamente chocado mas corri a agarrar a Maya por trás. Assim que Maya sentiu o meu toque parou de lutar e encostou a cabeça ao meu pescoço.

Eu sentia o coração dela, os batimentos cardíacos estavam demasiado elevados.

- Maya querida acalma-te. Tu não és assim... Não te deixes levar pela raiva. Nunca foste assim... Ouve a minha voz e respira fundo. Sente a minha pulsação. Ouve a minha respiração e imita-me. - pedi eu baixo ao ouvido dela.

Maya virou-se de frente para mim e colocou a mão sobre o meu peito. Mais uma vez a electricidade que percorreu o meu corpo foi demasiado intensa.

Maya aproximou-de cada vez mais de mim estávamos a milímetros de dar um beijo quando um grito de trás de nós soa.

- Acabou esta palhaçada toda! O que se passa com vocês?? Estão loucos? A feira está aí e precisamos de treinar. Eliane onde iam com isso? - gritou Alice connosco.

Todos olhamos para Eliane e vimos que ela tinha um tronco de madeira não mão. Não sei se ia bater em mim ou na Maya mas a situação estava a ultrapassar todos os limites.

- Vocês as duas têm de se resolver, mas só depois do treino! A Alice tem razão. Chega desta palhaçada. Acabou tudo isto. Chega! - disse eu com autoridade.

- Vamos. Sigam-me. - pediu Alice sem olhar segunda vez para trás.

Eu dei a mão a Maya e puxei-a para que ela ficasse ao meu lado. Richard e Marcus colocaram-se atrás de nós e Isabella ia atrás com a Eliane.

Alice ia a resmungar lá à frente e só conseguia ouvir coisas aleatórias como malucos e crianças e hormonas.

- A Alice está super chateada. Maya não podes voltar a fazer isso... Por favor promete. - pedi eu em tom implorante.