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Música do capítulo: Me esquece do Lagum

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Música do capítulo: Me esquece do Lagum.

(meta de 400 comentários) 🔐

𝐁𝐑𝐔𝐍𝐀 𝐕𝐈𝐕𝐈𝐀𝐍
São Paulo — Em casa
~ é uma bola de neve...

Eu nunca me apaixonei.

Tive crushs, que geralmente acabavam depois do primeiro ou do segundo beijo, mas nunca... Me apaixonei por alguém.

É difícil explicar, eu só... Decidi que era melhor ser assim. Melhor não deixar ninguém me conhecer de verdade, melhor ficar sozinha o resto da vida, aproveitando uma noite ou outra. Então... Dividir a cama com alguém, contar meus traumas pra outro homem e pedir pra alguém ficar era algo fora de cogitação. Não ia acontecer. Nunca. Nem em um milhão de anos.

Era o que a Bruna do passado pensava. Tão ingênua e idiota.

Porque aconteceu. Óbvio que aconteceu. Aconteceu dele entrar devagarinho na minha vida, de colocar aquela regra ridícula sobre eu não ir embora de madrugada, de deitar uma vez na minha cama, depois outra e mais outra. E de repente, tudo que prometi que nunca ia acontecer... Aconteceu.

Eu tô... Porra. Muito apaixonada.

E é por isso que dói tanto. Por saber que foi culpa exclusivamente minha por ter deixado ele entrar. E logo ele, sabe?

Tava explícito que em algum momento isso ia rolar. Ele gosta de coisa séria e eu nunca tive isso na vida. Como eu posso dar pra ele algo que nunca tive?

Então eu entendo. O lado dele. Foi isso que tentei explicar tantas vezes, mesmo que do meu jeitinho. Dizendo que não queria casar, que ter filhos não é minha praia... E acabamos onde acabamos.

Enxaguei a boca na pia e encarei meu reflexo no espelho. Tô acabada. O Zé chegou em casa ontem com o Bauru do centro, comi tarde demais e acabei colocando tudo pra fora agora. E eu só queria... Sei lá... Deitar em posição fetal e não precisar assistir a porcaria daquele date detalhe por detalhe pra soltar mais tarde.

—Aconteceu alguma coisa? — Zé pergunta assim que me vê na cozinha — Ainda tem a outra metade do Bauru aí na geladeira.

Deus me livre.

—Não tô com fome — Menti. Minha barriga tá roncando, mas não vou arriscar comer nada agora.

—Tá tudo bem?

—Não dormi bem — Essa parte é verdade. Revirei no colchão a noite toda e só consegui dormir depois de desistir e pegar o ursinho gigante pra me fazer companhia.

—Brigaram, foi? — Ele coça a garganta – Achei que ele viesse falar comigo mais cedo ou mais tarde, mas só me ignora nos treinos.

—Você também ignora ele, então... Acho que estão quites — Puxei uma cadeira e enchi uma xícara de café.

𝐒𝐄𝐌 𝐎𝐅𝐄𝐍𝐒𝐀𝐒 • 𝐑𝐀𝐏𝐇𝐀𝐄𝐋 𝐕𝐄𝐈𝐆𝐀Where stories live. Discover now