𝚀𝚄𝙰𝙳𝚁𝙰𝙶𝙴𝚂𝙸𝙼𝙾 𝚂𝙴𝚃𝙸𝙼𝙾

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𝐁𝐑𝐔𝐍𝐀 𝐕𝐈𝐕𝐈𝐀𝐍
São Paulo — Em casa, dia seguinte
~ prometo não socar seu não-namorado...

—Oi — Pulei do sofá assim que a porta se abriu.

Só outra pessoa tem a chave da porta e essa pessoa simplesmente passou o dia inteiro sem me dar notícias. Se não fosse a Tamires pra me avisar que ele tava lá, teria enlouquecido.

Ele me olha de lado. Ainda parece magoado e conheço bem o Zé pra saber que tá lutando entre continuar no personagem de chateado ou só virar e vir falar comigo.

—A gente pode conversar? Por favor — Tentei ir atrás dele, mas parei assistindo ele fazer a volta no balcão da cozinha.

—Quanto tempo você ficou aí me esperando? — Ele pergunta. O tom ainda é de quem tá chateado, mas pelo menos falou. Significa que posso pelo menos tentar.

—O dia todo — Apertei os lábios.

Primeiro que acordei e o Raphael não tava mais na minha cama, tinha saído pra comprar café em algum lugar. Então eu sentei no sofá e não levantei mais, mesmo com a insistência o Rapha pra que eu fosse pra casa dele. Na minha cabeça ele foi embora ontem, então ia ter que voltar em algum momento.

Assisto ele encher um copo de água, beber um gole e sair da cozinha até a sala, sentando na poltrona do canto.

Ele tá esperando. Tá esperando eu falar alguma coisa e agora me deu um branco, não sei mais de nada e olha que passei o dia inteiro ensaiando a desculpa. Agora tô nervosa e com vontade de chorar de novo.

Só que com ele é diferente. Eu não preciso ficar me controlando, nem fingir ser quem não sou. Então eu só... Falo o que vem à cabeça.

—Porque você fez aquilo com ele? Ele não... Não merecia — Passei a mão no rosto.

—Ele mereceu, sim — Diz, calmo demais.

—Mas... — Engoli o nó na garganta — Se for assim eu também mereço. Você vai me bater e me xingar também? 

—É diferente, Bruna. É diferente, mano — Passou a mão no rosto — Ele mentiu pra mim, me escutou falar do namorado lá do Tinder, teve chance de me contar e não fez. Várias vezes — Desviou o olhar do meu.

Só que eu também fiz isso. Nós conversamos esses dias em códigos. Ele sabe que a mãe do Rapha não gostou de mim, sabe que fui dormir na casa dele no dia que as crianças ficaram aqui. Caramba ele até sabe que dormimos de conchinha aquela noite. Se for pesar pra um lado... Eu fui muito mais filha da puta que o Raphael. Muito mais.

—Mas ele fez isso porque eu pedi, Rafael. Ele pensou em mim e respeitou a minha decisão — Apertei as mãos em punho pra parar de tremer, mas comecei a suar. Não adiantou de nada.

𝐒𝐄𝐌 𝐎𝐅𝐄𝐍𝐒𝐀𝐒 • 𝐑𝐀𝐏𝐇𝐀𝐄𝐋 𝐕𝐄𝐈𝐆𝐀Onde histórias criam vida. Descubra agora