EPÍLOGO

1.7K 215 22
                                    

[•••]


   Os últimos dias tem sido uma maravilha, tão perfeitos que apagaram os tempos tempestuosos em que vivi nos últimos meses. Wyatt e eu não nos desgrudamos por um segundo sequer, o que até gerou alguns comentários de Victor sobre o quanto nós somos melosos e blá blá blá, mas é perceptível na sua expressão que ele gosta muito de wyatt também, e que os dois vão ser grandes amigos.

    Eu me divirto pra caralho com as trapalhadas do meu namorado enquanto ele tenta da melhor maneira possível se adaptar ao mundo humano. Victor até trouxe a tona o assunto da caixa d'água, e para o meu pesar, Wyatt realmente considerou a ideia (tive que detalhar cada uma das inúmeras maneiras possíveis em que isso tinha chance de dá merda, exatamente como fiz com Victor algum tempo atrás).

    Esses dois só podem ter um parafuso a menos, e talvez seja por isso que combinem tanto.

    Hoje trouxe Wyatt aqui em casa para conhecer meus pais, e apesar do meu não ser tão assustador quanto o seu, ele parece um pouquinho nervoso. Eu também estou, já que apesar de estarmos nos dando mais do que bem nos últimos tempos, não sei como eles vão reagir quando olharem para Wyatt.

    Agora estou puxando pelo braço esse garoto loiro e lindo em direção a sala de estar, onde o meu pai provavelmente está lendo o seu jornal diário. E como havia previsto, ele está sentado na poltrona de couro que minha mãe tanto odeia, porque segundo ela, a poltrona "quebra toda a elegância da sala".

    — Pai, tem uma pessoa que você precisa conhecer. Esse é Wyatt, o meu namorado. — digo, puxando Wyatt para mais perto, até estarmos a apenas uns dois metros de distância do meu pai.

    — O-olá, senhor. É um prazer conhecê-lo. — Wyatt gagueja. Consigo ver uma gota de suor escorrer da sua têmpora, apesar de estar bastante frio aqui dentro.

    — Ãhn... — O meu pai arregala levemente os olhos em surpresa, mas se recupera rapidamente (Talvez o meu olhar de súplica tenha ajudado um pouquinho). — É um prazer conhecê-lo também, rapaz.

    Meu pai pula da poltrona e caminha até nós, dando um tapinha no ombro de Wyatt, e um abraço apertado logo em seguida.

    — O garoto do chupão? — Ele sussurra no meu ouvido, me fazendo Arregalar os olhos, sem acreditar que ele está curioso sobre isso.

    — S-sim. — Respondo, então ele apenas revira os olhos e me dá um pequeno sorriso, antes de voltar para a sua poltrona e pegar o jornal.

   Eu puxo Wyatt pelo corredor, em direção aí meu quarto. Ou melhor, até a entrada que leva até ele.

    Aperto o botão da parede que faz a escada descer, enquanto observo o meu namorado Arregalar os olhos, com bastante surpresa.

    — Vamos. O meu quarto é lá em cima. — Explico, já começando a subir a escada (que é bem inclinada e com degraus achatados, de modo com que seja possível subir como se fosse uma escada convencional, e não daquelas de marceneiro).

     É preciso tomar cuidado para não bater a cabeça no batente da pequena entrada quadrada no teto enquanto subimos, e assim que entramos no meu quarto, aperto o botão daqui de cima que faz com que a escada se retraia, nos dando privacidade.

    — Então... O que achou? — Pergunto, apontando para o espaço um pouco bagunçado. O olhar de Wyatt analisa cada centímetro do quarto, desde os pôsteres e fotos presos no teto inclinado, os livros organizados nas prateleiras (a parte mais organizada de todo o quarto), até a cueca boxer solitária no chão ao lado da minha cama.

    Eu vou até lá e a chuto para debaixo da cama, morrendo de vergonha, enquanto Wyatt solta uma risadinha engraçada e um pouco rouca.

    — o seu quarto é muito maneiro. — Ele diz, vindo até a minha cama e deitando nela como se fosse o dono do lugar. Ele está vestindo uma calça de moletom, que evidencia um volume nada discreto bem nos meio das suas pernas. O pensamento me faz corar e desviar os olhos rapidamente.

   — você era muito fofinho quando era criança. — Ele aponta para o teto e dá uma risadinha engraçada. Eu reviro os olhos e deito ao seu lado pra analisar a foto também.

    Na foto eu tenho no máximo uns cinco anos, e era um pouco gordinho. Meu cabelo preto era ainda mais assanhado do que é agora, e meus olhos ainda maiores, de modo com que seja possível distinguir o azul claro de longe. Na foto eu estou ao lado do meu pai. Coincidentemente na beira de um lago. Meu pai usa umas roupas meio antigas e está segurando uma cara de pesca, de modo com que o peixe grande pendurado nela fosse o principal componente da foto.

    Não consigo lembrar disso, mas o sorriso banguela que exibo na foto mostra que estou bastante feliz.

    — Aquela ali também é fofa. Todas são, na verdade. — Ele diz, mas eu não olho para as que ele está apontando, porque assim que ele passa a mão pela minha cintura, eu não foco em absolutamente nada a não ser no meu namorado.

    Nós nos encaramos por um logo tempo, apenas ouvindo a respiração um do outro. Os olhos dele ficam ainda mais claros por causa da luz do sol que entra pela janela de vidro.

    Wyatt ergue a outra mão e toca alguns cachos do meu cabelo de forma distraída, e as minhas mãos vão para a sua cintura em um gesto involuntário, colando nossos corpos.

    — Eu te amo tanto, Wyatt. — Sussurro, aproximando nossos lábios e dando um rápido beijo nele.

    — Você sabe que eu também te amo, Lulu. — Ele me provoca, usando o apelido que Victor criou só para me provocar. Eu Rosno baixinho e reviro os olhos, dando um beliscão no seu abdômen, o que faz ele dá um gritinho nada masculino.

    Não sei como, mas nós começamos a nos beijar logo em seguida, rolando pela cama e rindo das trapalhadas um do outro. Eu amo tanto esse garoto que não consigo ficar longe dele por um minuto sequer...

    — Garotos! Desçam para lanchar! — Minha mãe grita lá de baixo quando nós já estamos tirando as camisas. Eu solto um gemido baixinho de desgosto, sabendo sabendo que se a gente não descer, ela vai entrar aqui de qualquer forma.

    — Vamos lá, bobão. — Saio de cima dele e Puxo-o para fora da cama, antes de ir até a parede e fazer as escadas descerem. Wyatt ajeita a calça de moletom rapidamente, tentando esconder a sua excitação da melhor maneira possível.

    — Victor disse que nós três temos planos hoje a noite. — Ele diz, agarrando a minha não enquanto descemos pela escada.

    — Se você falar "caixa d'água" mais uma vez, eu juro que vou te dá um soco. — Aviso, semicerrando os olhos pro meu namorado, que apenas solta uma risada alta.

[•••]

O BEIJO DO OCEANO (COMPLETO)Tahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon