CAPÍTULO 29

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   A noite já está escura o suficiente para que eu precise tomar muito cuidado por onde caminho enquanto vou em direção ao acampamento, tendo como ponto de referência apenas as luzes ao redor das nossas barracas.

       Acho que provavelmente já é a hora do jantar, mas assim que chego perto o suficiente do lugar onde ficam as mesas, percebo que todos estão reunidos em pé, de frente para os professores, formando uma pequena multidão.

      Eu procuro Victor rapidamente, e assim que o encontro em meio aos outros alunos, agarro o seu braço apenas para chamar a sua atenção.

     — O que houve? — Pergunto, então ele dá de ombros levemente.

     — O diretor disse que queria falar com a gente. — Ele sussurra para mim, e antes que eu consiga abrir a boca para falar alguma coisa, o diretor pigarreia:

     — Ãhn... Boa noite gente. Eu sei que havíamos dito que iríamos ficar duas semanas aqui, mas devido a alguns imprevistos, nosso último dia aqui será amanhã. — Ele explica, então um pequeno alvoroço começa ao nosso redor, mas eu estou tão atordoado que não consigo fazer nada a não ser abrir e fechar a boca uma centena de vezes.

      Último dia?? Mas e Wyatt?? O que eu vou fazer...?

     — recebemos a notícia de que há alguns temporais se aproximando dentro de quarenta e oito horas, então achamos mais seguro irmos antes disso...—  ele continua, mas eu sequer registro o resto das suas frases. Dou meia volta e começo a andar em direção a minha barraca, sentindo o meu coração martelar e um sentimento estranho se instalar dentro de mim.

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     Enquanto rolo sem parar dentro da minha barraca, não consigo parar de pensar em Wyatt. Eu não posso ir embora sem mais nem menos.

      Será que eu peguei pesado demais? Ele escondeu coisas de mim, mas ele estava brigando com o irmão para me defender! Por nós.

       Merda. Eu sou um estúpido mesmo. O que sinto por ele não vai se perder por causa de uma briga estúpida! Não mesmo! Com certeza não!!

       Pulo do colchonete num salto meio desajeitado e marcho para fora da barraca, mas assim que coloco a cabeça para fora, percebo que estou seminu, e que é impossível eu chegar até a ilha sem nenhuma claridade para me ajudar, até porquê há galhos e pedras no caminho, e a lua está completamente escondida entre as nuvens.

       Solto um grunhido de frustração e caio sentado no colchonete novamente, tentando descobrir como fazer isso.

     Merda merda merda!

     Eu só vou poder ir amanhã de manhã, mas precisarei de ajuda.

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O BEIJO DO OCEANO (COMPLETO)Where stories live. Discover now