CAPÍTULO 25

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   Precisei nadar até a mesma parte um pouco afastada da praia em que sai de manhã, para não ser visto por ninguém. A transformação está vindo bem mais fácil agora, apesar de ainda demorar alguns segundos a mais do que de Wyatt demora.

      Eu balanço o meu cabelo para me livrar do excesso de umidade e começo a praticamente correr em meio as dunas de areia, em direção ao acampamento.

     A maioria dos alunos e professores ainda estão na praia, então pego essa deixa e engatinho discretamente para dentro da minha barraca, deixando os meus pés sujos de areia do lado de fora.

      Olho ao redor e pego o meu celular, lingando-o para ver que horas são, mas antes, coloco com cuidado a pérola de Wyatt dentro de um dos pequenos bolsos da minha mochila.

     Já são quase quatro e meia, e meu celular só tem 42% de bateria.

      Tentando segurar o grunhido de desgosto, pego uma das minhas toalhas e começo a secar o meu corpo, demorando-me no meu cabelo assanhado, e depois tentando baixar o volume com um pente. Acho que deveria ficar umas três horas no mínimo penteando para ele ficar no lugar certinho.

      Depois de me dá por satisfeito, pego um calção fino e o visto rapidamente por cima da sunga, que ainda está um pouco úmida, mas não totalmente encharcada. Aquelas pequenas cãibras nas minhas panturrilhas começam do nada, mas não são incômodas o suficiente para me impedir de levantar e começar a andar em direção ao acampamento para procurar Victor.

      Eu não comi muito bem hoje porque não estava acostumado com o que geralmente é servido no mar, então dou uma passadinha rápida nas mesas e encontro algumas porções de batata fritas. Coloco discretamente duas delas numa tigela um pouco maior e começo a olhar ao redor, a procura do meu amigo.

      As batatas já não estão mais tão crocantes e quentes, por terem sido feitas a um bom tempo, mas foda-se, o gosto está maravilhoso, e com muito sal e tempero, do jeitinho que eu gosto.

     — EEEEI!! — Grito assim que vejo Victor perto da praia. A minha boca está totalmente cheia, mas mesmo assim eu enfio mais duas batatinhas e mastigo às pressas.

      Ele olha para mim e dá um leve aceno, antes de começar a correr na minha direção, fazendo partes estranhas balançarem naquela sunga preta.

     — Finalmente né?? Melhorou? — ele me dá um soquinho no ombro e rouba algumas batatinhas da minha tigela, me fazendo revirar os olhos.

     — Desculpa. E eu tô melhor sim. — tento não parecer incomodado por está mentindo tão descaradamente assim, então abaixo o rosto e encaro o meu lanche, que já está pela metade.

     — Eu fui na sua barraca e te chamei, mas o seu sono deve ser muito pesado, porque você nem deu sinal de vida. E eu não entrei porquê não queria que você me expulsasse a pontapés. — O seu tom é brincalhão, mas mesmo assim eu levanto o rosto e me despeço silenciosamente dele por causa daquele outro dia.

     — Vamos nadar? É praticamente a única coisa de legal que podemos fazer aqui. — Ele pergunta, se espreguiçando, enquanto levanta os brancos sobre a cabeça e faz algumas articulações estalarem.

     — Deixa só eu terminar de comer aqui. Vai ser rapidão. — Explico, enfiando várias batatinhas na boca de uma só vez na minha boca.

     — Bom... Acho melhor eu ajudar então, pra andar mais rápido. — Ele explica, antes de enfiar a mão na tigela, com um sorriso divertido no rosto.

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O BEIJO DO OCEANO (COMPLETO)Where stories live. Discover now