CAPÍTULO 17

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   — Vamos, Eu quero te mostrar uma coisa. — wyatt diz, um longo tempo depois. Já deve ser umas duas ou três horas da tarde, e nós não paramos de nadar por um segundo sequer, mas eu não me sinto nem um pouco cansado.

     — Para onde vamos? — Agarro os seus ombros e me aproximo dele por trás, antes de enterrar os dedos no seu cabelo sedoso.

      — Para meu lugar secreto. — ele responde, roçando o nariz no meu pescoço e fazendo um arrepio cruzar o meu corpo. Deve ser bem estranho beijar debaixo da água, então não arriscamos fazer isso.

      Wyatt agarra a minha mão e começa a me puxar em direção as pedras que ficam perto da ilha, mas estamos do lado contrário ao que fica de frente para a praia onde meu acampamento fica. Essa parte do lago é bem mais 'selvagem', com arbustos aquáticos e cardumes de peixes para todos os lados.

       Nós desviamos de alguns galhos e troncos submersos, antes que o lago fique raso o suficiente para conseguirmos ir andando o resto do caminho. Wyatt se transforma rapidamente, não precisando de mais do que uns três segundos para fazer isso, enquanto eu preciso fechar os olhos e me concentrar bastante para que isso possa acontecer.

       Quando a cauda azul finalmente some, eu fico em pé rapidamente e começo a tossir sem parar, como sempre. Wyatt me encara com sorriso divertido nos lábios, a água está batendo um pouquinho abaixo da sua cintura, mostrando aquelas linhas em formato de "V" e uma trilha rala e bem aparada de pelinhos loiros.

       — P-porque você não fica tossindo e espirrando igual um maluco, como eu? — Pergunto, desviando o olhar ao perceber que estou encarando demais aquele seu abdômen sexy e dourado.

       — Você precisa esvaziar os pulmões completamente, antes de submergir e inspirar o oxigênio. Se não fizer isso, o seu corpo vai encontrar um jeito de expulsar toda a água, e como as guelras já sumiram, ela vai sair pela sua boca ou pelo nariz. — Ele explica, dando de ombros. Isso faz bastante sentido, mas minha respiração fica tão no automático que nem sequer sei se consigo fazer isso ou não.

       A praia que se estende diante de nós é bem maior e com mais aglomerados rochosos do que a do outro lado da ilha. A areia daqui é repleta com pedrinhas coloridas, as mesmas que há no pequeno lago onde wyatt e eu nos encontramos na primeira vez. O que ele disse que era mesmo? Vidro marinho?

       — por aqui, Luther. — Ele me puxa para fora da água, e eu tropeço nos primeiros passos, como se tivesse me acostumando com as minhas pernas novamente.

      Os grãos de areia fazem cócegas entre os meus dedos, enquanto gotas gordas de água escorrem por todo o meu corpo, e meu cabelo cai em cima do rosto. Antes que eu possa tira-lo de cima dos meus olhos, Wyatt se aproxima e faz isso por mim, dando uma bela olhada em cada centímetro do meu corpo. A sunga molhada marca mais que o necessário, e isso faz as minhas bochechas arderem de vergonha.

       Ele começa a andar até um enorme aglomerado de pedras a uns cinquenta metros. Eu o sigo em silêncio, dando uma bela checada na sua bunda bonita, e desviando o olhar na velocidade da luz sempre que ele olha por cima dos ombros para me encarar enquanto diz algo.

      — Por aqui. — Ele para por alguns segundos para que eu o acompanhe, então volta a caminhar.

     Quando estamos perto o suficiente, consigo ver uma entrada escondida por trás de umas rochas enormes, criando uma espécie de porta secreta, que tem uma escada meio desajeitada feita de pedregulhos, que leva um pouco mais para baixo.

       — É aqui que eu fico. — Ele explica, já começando a descer os degraus. Eu o sigo em silêncio e um pouco mais devagar, tomando cuidado para não escorregar, porque os degraus são bem altos.

O BEIJO DO OCEANO (COMPLETO)Where stories live. Discover now