Capítulo 57

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Michael pressionava o acelerador, sentindo o rugido do motor enquanto o carro disparava pela estrada deserta. As luzes da cidade desapareciam em um borrão ao seu redor, e o vento frio da noite batia contra o seu rosto, esfriando suas bochechas encharcadas de suor. Ele sabia que cada segundo contava.

Desde a visita de Clara e Taylor, algumas horas antes, um pensamento o consumia: a possibilidade de ter sido usado por Christopher como uma isca para sequestrar Lauren. Christopher, era conhecido por seus jogos perigosos, era um mestre na arte da manipulação. Michael, por sua vez, sempre se considerou um peão em seu tabuleiro, mas mesmo assim ele era capaz de tudo por seu filho.

A casa para a qual ele se dirigia era mais do que familiar. Era uma construção imponente, afastada de tudo, longe dos olhares curiosos. Uma lembrança de tempos mais simples, mas também um lembrete das complexas redes de intrigas que envolviam sua vida. Michael conhecia cada canto daquela casa; havia passado muito dias naquele lugar.

O medo de que Christopher estivesse colocando perigo a última janela para ele fugir o impelia.

Ao se aproximar da casa, Michael diminuiu a velocidade. Seu coração batia acelerado, e ele tentava controlar a respiração. Ele sabia que enfrentaria Christopher e as consequências de seus atos. Não tinha certeza do que encontraria, mas estava determinado a proteger seu filho a qualquer custo.

Com as mãos no volante, Michael estacionou o carro com um movimento brusco e desceu, pronto para enfrentar o que quer que o aguardasse naquela casa familiar, mas agora ameaçadora. A noite silenciosa foi cortada pelo som de seus passos determinados, ecoando na calçada enquanto ele se dirigia à entrada.

Antes que Michael pudesse alcançar a porta da frente, dois homens surgiram das sombras, bloqueando seu caminho com armas em punho. Ele ergueu as mãos em um gesto de rendição, sua expressão calma escondendo a turbulência interior.

- Eu sou o pai de Christopher. - Disse Michael, sua voz firme. - Estou aqui para ajudar.

Um dos homens, desconfiado, usou seu comunicador para falar com Christopher, informando sobre a presença inesperada de seu pai. Enquanto isso, o outro mantinha a arma apontada para Michael, seu olhar frio e calculista. O silêncio que se seguiu pareceu durar uma eternidade, até que a voz do primeiro homem quebrou a tensão.

- É seu dia de sorte. - Disse ele, abaixando o comunicado. - Christopher permitiu que você entre.

Michael assentiu, mantendo a calma. Conforme caminhava pela passagem bem conhecida, lembranças de um passado distante invadiram sua mente. Ele se recordou da vez em que encontrou Christopher mantendo Lauren amarrada naquele mesmo lugar, quando ambos tinham apenas sete anos de idade. Naquele momento, Michael interveio, salvando Lauren das travessuras perigosas de seu filho.

Mas agora, sua missão era diferente. Michael não estava ali por Lauren, mas sim por Christopher. Apesar de ser o pai de Lauren também, seu coração sempre pendia mais para o lado de seu filho problemático. Ele se importava com o bem-estar de Christopher acima de tudo.

Sua mente estava focada em convencer Christopher a abandonar esse plano de sequestro e seguir com ele para o México, conforme haviam combinado anteriormente. Eles tinham um pacto, um plano de fuga que lhes permitiria começar de novo, longe das complicações e perigos de seu passado compartilhado.

Enquanto avançava pelo corredor subterrâneo, Michael preparava seu discurso, tentando antecipar as reações de Christopher. Ele sabia que seu filho era imprevisível, mas acreditava que o laço familiar e a promessa de uma vida nova poderiam ser suficientes para convencê-lo a mudar de rumo.

Ao chegar à porta que levava ao pequeno esconderijo de Christopher, Michael respirou fundo preparado para enfrentar o que quer que estivesse do outro lado. Era uma conversa que poderia definir o destino de todos eles.

ResentmentWhere stories live. Discover now